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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 43 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

Foto do escritorRicardo Bonacorci

Livros: Tartarugas Até Lá Embaixo - O mais recente romance de John Green

Publicada em 2017, essa obra é a quinta narrativa ficcional solo do autor norte-americano, um dos principais nomes da literatura juvenil contemporânea.

Tartarugas Até Lá Embaixo romance de John Green

No último final de semana, li “Tartarugas Até Lá Embaixo” (Intrínseca), a mais recente ficção de John Green, um dos principais nomes da literatura norte-americana contemporânea e figura proeminente da literatura juvenil internacional. Esta obra é o seu quinto romance exclusivo. Digo exclusivo porque Green foi coautor de dois outros livros: “Deixe a Neve Cair” (Rocco), título de 2008 escrito ao lado de Lauren Myracle e Maureen Johnson, e “Will e Will, Um Nome, Um Destino” (Galera), trama de 2010 desenvolvida em parceria com David Levithan.


Quem acompanha o Bonas Histórias há mais tempo deve se lembrar que já estudamos a literatura de John Green aqui no blog. Em julho de 2015 (e lá se vão seis anos...), o Desafio Literário comentou os quatro romances solos do norte-americano: “Quem é Você, Alasca?” (Intrínseca), publicação de 2005, “O Teorema Katherine” (Intrínseca), título de 2006, “Cidade de Papel” (Intrínseca), obra de 2008, e “A Culpa é das Estrelas” (Intrínseca), best-seller de 2012. No final daquele mês, ainda postamos uma análise completa sobre suas narrativas ficcionais, seu estilo literário e sua trajetória pessoal e profissional.


De lá para cá, não li mais nada de Green. Por isso, confesso que estava curioso para conhecer seu mais recente romance. Publicado em outubro de 2017, “Tartarugas Até Lá Embaixo” quebrou um jejum de quase seis anos sem qualquer lançamento do autor nas livrarias. Esse período menos produtivo (pelo menos no âmbito literário) foi devidamente calculado. Na época da divulgação de “A Culpa é das Estrelas”, seu maior sucesso até aqui, John Green avisou aos fãs que ficaria uns bons anos sem apresentar um novo romance. Ele preferiu se dedicar mais intensamente ao Vlogbrothers, vlog e canal no Youtube que mantém ao lado do irmão e que possui milhões de seguidores (na maioria nerds adolescentes), e às adaptações de suas histórias para o cinema (no caso de “Cidade de Papel” e “A Culpa é das Estrelas”) e para a televisão (“Quem é Você, Alasca?”).

John Green

Para quem não conhece o trabalho de empreendedor digital de John Green (afinal, no Brasil, ele é visto exclusivamente como escritor – vendeu quase 5 milhões de livros em nosso país e comercializou mais de 50 milhões de exemplares no mundo), é preciso dizer que ele é um dos youtubers de maior audiência em língua inglesa. A programação do Vlogbrothers, por exemplo, acabou originando novos subprodutos que abrangem de causas sociais a podcasts e cursos de capacitação.


A maior dedicação de Green aos seus projetos na Internet ajudou, nos últimos anos, a consolidá-lo como um dos principais influenciadores digitais e produtores de conteúdo infantojuvenil dos Estados Unidos. Na América do Norte, ele é visto preponderantemente como influenciador digital (uma espécie de Felipe Neto norte-americano, mas com dons literários) e não apenas como mero autor ficcional. Não à toa, a revista Times elegeu John Green como uma das cem personalidades mais influentes do mundo.


Lançado simultaneamente em vários países (inclusive no Brasil) em uma grande campanha internacional de divulgação, “Tartarugas Até Lá Embaixo” já estreou ocupando a primeira posição na tradicional lista dos bestsellers do jornal New York Times. No mercado brasileiro, o sucesso foi parecido. Mesmo com apenas dois meses de publicação, o livro encerrou 2017 como o décimo romance mais comercializado em nosso país e, no ano seguinte, alcançou a quinta colocação entre os títulos ficcionais mais vendidos por aqui. Sem dúvida, os jovens leitores estavam ávidos por textos literários inéditos de John Green e transformaram seu novo livro em um dos principais projetos editoriais do biênio 2017-2018.


Curiosamente, “Tartarugas Até Lá Embaixo” é o romance mais autobiográfico do escritor. Sem nunca esconder que foi um adolescente nerd (há quem ache que ele continua sendo...), alvo de bullying na infância e vítima de transtorno obsessivo-compulsivo desde pequeno (doença conhecida popularmente como TOC), Green construiu uma narrativa ficcional ancorada nos dramas de Aza Holmes. A narradora-protagonista de “Tartarugas Até Lá Embaixo” é uma garota de 16 anos que precisa conviver com alguns problemas mentais. Mais uma vez, temos o universo juvenil retratado por uma perspectiva original, tocante e corajosa. Não por acaso, esse é justamente o grande diferencial da literatura de John Green na minha opinião.

Livro Tartarugas Até Lá Embaixo de John Green

Provando a força da narrativa de “Tartarugas Até Lá Embaixo”, Green assinou em dezembro de 2017, somente dois meses após o lançamento do livro nas livrarias, a adaptação dessa história para o cinema. Com direção de Hannah Marks, mais conhecida pelo seu trabalho como atriz na série Dirk Gently's Holistic Detective Agency, e roteiro da dupla Elizabeth Berger e Isaac Aptaker, do ótimo “Com Amor, Simon” (Love, Simon: 2017), esse filme seria produzido no ano passado. Seria se não fossem as restrições impostas pela pandemia da Covid-19 que interromperam todos os trabalhos de Hollywood a partir de março de 2020. Por enquanto, não há previsão de quando o terceiro longa-metragem de uma trama criada por John Green será produzido e muito menos quando chegará aos cinemas.


No Brasil, a versão literária de “Tartarugas Até Lá Embaixo” foi traduzida para o português por Ana Rodrigues, carioca especialista nas traduções em inglês de romances adultos, juvenis e históricos e de obras não ficcionais. Ela trabalha para as principais editoras nacionais (Intrínseca, Globo Livros, Arqueiro, Rocco etc.) e já adaptou para nosso idioma títulos de Nora Roberts, Jojo Moyes, Julia Quinn, Daniel Cole, Stephanie Perkins, entre outros.


O enredo de “Tartarugas Até Lá Embaixo” se passa na cidade de Indianápolis, capital do estado de Indiana, no Nordeste dos Estados Unidos, e é narrado em primeira pessoa por sua protagonista, Aza Holmes. Estudante do segundo ano do ensino médio, Aza é uma adolescente de 16 anos que vive só com a mãe, uma professora de matemática do ensino fundamental, após o falecimento do pai. Ela estuda no White River High School e tem como melhores amigos Daisy Ramirez, uma moça falante que trabalha como garçonete na Chuck E. Cheese's e tem como hobby escrever fanfics de Star Wars, e Mychal Turner, um garoto que adora desenhar, aspira se tornar um artista renomado no futuro e é apaixonado por Daisy.


Apesar de possuir uma rotina aparentemente comum, Aza Holmes esconde uma patologia psicológica que a acompanha desde pequena. Muito ansiosa (ao ponto de sofrer graves crises de ansiedade), hipocondríaca inveterada (tem medo de morrer ao tocar em algo contaminado pela bactéria Clostridium difficile), com transtornos obsessivo-compulsivos (o TOC a faz trocar regularmente o band-aid do polegar pois tem medo que a ferida no dedão da mão possa infeccionar) e com problemas de concentração (divaga em pensamentos intrusivos que a deixam alienada da realidade), a jovem é atendida pela terapeuta Karen Singh desde que sofreu um colapso nervoso há alguns anos. A saúde mental de Aza é mantida à base de remédios, que ela insiste em não tomar com a frequência prescrita.

Livro Tartarugas Até Lá Embaixo de John Green

O cotidiano já caótico por natureza da protagonista do romance é abalado com uma notícia estampada em todos os jornais da cidade. O CEO da Pickett Engenharia, uma empreiteira gigantesca de Indianápolis, desaparece após a Justiça decretar sua prisão. Russel Pickett é acusado de fraude e de suborno. Sabendo que o tempo estava fechando para ele, o empresário decidiu fugir momentos antes que os policiais invadissem sua mansão às margens do White River. Em troca de informações que levem à captura do Sr. Pickett, as autoridades oferecem um prêmio de US$ 100 mil a quem dê pistas que levem a prisão do ilustre foragido.


Interessada na recompensa polpuda e sabendo que Aza foi amiga de infância de David Pickett, o filho mais velho de Russel, Daisy Ramirez resolve iniciar uma investigação particular do caso. Obviamente, ela envolve a melhor amiga nessa empreitada, por mais desmiolada que Aza pareça. Assim, a dupla de adolescentes parte para a mansão de David Pickett em busca de informações exclusivas sobre o sumiço do CEO da Pickett Engenharia. Para surpresa de Daisy, Aza e David sentem atração mútua mesmo depois de muito tempo sem se verem. A ligação sentimental entre eles é a principal arma de Daisy para colocar as mãos nos US$ 100 mil (ou nos US$ 50 mil, já que dividirá meio a meio o prêmio com a melhor amiga).


A intimidade de Aza com David é ao mesmo tempo vantajosa para as jovens investigadoras (elas possuem acesso a informações e segredos da família Pickett que os policiais e os jornalistas jamais terão) como também poderá trazer problemas graves para alguém que sofre de TOC (o affair com David irá provocar uma crise de ansiedade sem precedentes na narradora). Conseguirão Daisy e Aza descobrir o paradeiro de Russel Pickett? Conseguirá Aza Holmes iniciar um namoro com David Pickett mesmo com seu quadro de iminente colapso mental provocado pelas suas obsessões? Esses são os mistérios dessa narrativa de John Green.


“Tartarugas Até Lá Embaixo” é um romance de tamanho mediano. Suas 256 páginas estão divididas em 24 capítulos. Li esta obra em um único dia, no sábado passado. Precisei de aproximadamente seis horas para percorrer todo o conteúdo deste livro. Iniciei a leitura de manhãzinha e no final da tarde já tinha chegado à última página. Como é típico do portfólio literário de John Green, temos aqui um texto de fácil consumo, uma trama envolvente, personagens carismáticas e dramas originais, o que facilita o trabalho dos leitores. Não se surpreenda se você concluir esse título em duas ou três sentadas (foi o que precisei).

Livro Tartarugas Até Lá Embaixo de John Green

É interessante notar que, apesar de abordar um conflito mais pessoal (protagonista com TOC, doença que o autor reconheceu possuir e tratar até hoje), John Green recorreu em “Tartarugas Até Lá Embaixo” às estratégias narrativas de seus sucessos anteriores. De certa maneira, temos aqui um romance policial (como em “Cidade de Papel”), personagem envolvida com doença que a impede de ter uma vida normal (parecida à figura central de “A Culpa é das Estrelas”), dramas adolescentes explorados por pontos de vistas inusitados (como em “Quem é Você, Alasca?”) e encontros e desencontros sentimentais dos jovens contemporâneos (à la “O Teorema Katherine”). Não é errado enxergar “Tartarugas Até Lá Embaixo” como uma narrativa que junta os principais aspectos da literatura de Green – alguém aí usou a expressão pot-pourri?!


O ponto alto deste livro está no mergulho para o interior da mente nada tranquila de Aza Holmes. Por isso, a escolha de um texto em primeira pessoa e narrado pela própria adolescente é magnífico. Os pensamentos intrusivos que atordoam a personagem principal do romance de Green aparecem o tempo inteiro no texto, tumultuando a trama assim como acontece com a vida da adolescente. Esse recurso permite que compreendamos suas angústias e seus dramas mais íntimos. Nesse caso, Aza Holmes é uma versão juvenil e feminina de Patrick Peoples, o narrador-protagonista de "O Lado Bom da Vida" (Intrínseca), o romance de estreia do também norte-americano Matthew Quick.


Juntamente com o turbilhão emocional de Aza, acompanhamos em “Tartarugas Até Lá Embaixo” uma narrativa colorida com aspectos do universo Pop contemporâneo. Navegar pelas tramas de John Green é dialogar a todo instante com citações literárias (Charlotte Brontë, Toni Morrison, William James, J. D. Salinger, Virginia Woolf, William Shakespeare, John Keats, J. M. Coetzee, Edgar Allan Poe, Alice Walker, Alexander Hamilton, W. B. Yeats, Robert Penn Warren, James Joyce, F. Scott Fitzgerald, Edna St. Vincent Millay, Robert Frost, Emily Dickinson, Jane Austen), cinematográficas (Star Wars), filosóficas (Demócrito, René Descartes), musicais (Missy Elliott, Beyoncé, Drake, Black Flag, Greta van Fleet, Beatles, Thelonious Monk, Otis Redding, Leonard Cohen, Billie Holiday) e pictóricas (Picasso, Robert Rauschenberg, Kerry James Marshall, Raymond Pettibon), além de referências aos esportes (Jimmy Butler), aos videogames, aos desenhos animados (Scooby-Doo) e às histórias em quadrinhos (Homem de Ferro).


O universo Pop contemporâneo fica mais evidente e contextualizado de uma forma mais relevante quando ele está inserido no meio da trama e não apenas quando vem em citações atiradas ao léu. Os exemplos mais concretos disso são as menções diretas aos Applebee's e Chuck E. Cheese's, redes de restaurantes tipicamente norte-americanas, e às músicas de boy bands. Aí “Tartarugas Até Lá Embaixo” fica mais interessante e com a cara da juventude atual.

Livro Tartarugas Até Lá Embaixo de John Green

Por falar em citações, é legal notar que o livro faz algumas referências diretas ao Brasil (uma ou duas). Isso não é por acaso. Trata-se de uma singela homenagem do autor aos fãs localizados entre o Oiapoque e o Chuí. Nosso país representa cerca de 10% das vendas dos exemplares dos livros de John Green. Por isso, é natural que ele queira fazer uma gracinha com os leitores brasileiros em algum momento do romance.


Algo que gostei muito nessa nova obra ficcional de Green é que o autor norte-americano abordou temas importantes e em voga no noticiário. Ele trata, por exemplo, da saúde mental dos jovens (não me recordo de ter visto esse assunto em uma trama ficcional), a falta de privacidade nas redes sociais, o phishing, os haters da Internet, entre outros temas profundamente atuais do universo adolescente.


O desfecho de “Tartarugas Até Lá Embaixo” é simplesmente espetacular! A metalinguagem literária atinge o auge nos últimos parágrafos do livro. A entrada abrupta de outro narrador (em primeira pessoa) nos momentos derradeiros da trama pega os leitores de surpresa e confere um sentido aberto ao desenlace do romance. De quem seria a nova voz que surge do nada nos capítulos finais da obra? Seria o autor adentrando no texto da protagonista (seu alter ego) e explicitando o caráter autobiográfico do enredo? Seria a própria Aza alguns anos mais tarde relatando o que se passou consigo? Seria Deus ou uma entidade com poderes de onisciência e onipresença contando os episódios futuros da personagem principal? Não dá para saber a resposta concreta. Cada leitor terá uma interpretação distinta. O que fica evidente é a pegada metalinguística – a transformação efetiva de Aza em uma personagem realmente ficcional, algo que ela sempre temeu ou cogitou que pudesse ocorrer (leia novamente a primeira frase do livro e repare nessa preocupação da garota). Incrível isso!


As reflexões filosóficas de “Tartarugas Até Lá Embaixo” são leves e superficiais, algo interessante para o público-alvo dos títulos de Green – os jovens adultos (que em um passado não tão distante eram chamados de adolescentes ou de público juvenil). Para um leitor mais maduro, os debates existencialistas promovidos por John Green podem parecer rasos e extremamente pueris. Ele está, portanto, mais próximo de Jostein Gaarder e Paulo Coelho, por exemplo, do que de Albert Camus, Milan Kundera, Franz Kafka ou Fiódor Dostoiévski. Pela perspectiva do público juvenil contemporâneo (lembremos sempre que Green escreve para a moçadinha!), o texto do norte-americano cai como uma luva, mesclando muito bem o entretenimento comercial com uma pegada de baixa intelectualidade.

John Green

O maior ponto negativo de “Tartarugas Até Lá Embaixo” está em algumas passagens pouco verossímeis de sua trama. Sinceramente, não colou o fato de Aza ter nojo de um beijo na boca ou de comer um sanduíche feito em casa (gestos corriqueiros), mas entrar tranquilamente na rede de esgoto da cidade ou embarcar em um rio poluído (atitudes com maior chance de infecção ou contaminação bacteriológica). Se ela é hipocondríaca e possui comportamentos obsessivo-compulsivos, qual o motivo de em momentos de maior risco para sua saúde o cérebro dela não sinalizar para o perigo iminente? Faltou uma explicação mais objetiva por parte do escritor – mencionar essas contradições não aliviou em nada a falta de justificativas racionais e plausíveis.


E o que dizer, então, de quase todas as personagens da narrativa discorrerem naturalmente sobre questões literárias e filosóficas, hein?! Os adolescentes de quinze, dezesseis e dezessete anos já leram as principais obras dos escritores clássicos e contemporâneos ao ponto de citar de cabeça seus trechos e algumas passagens memoráveis. A terapeuta de Aza debate tranquilamente questões existencialistas. A mãe da protagonista, uma professora de Matemática, tem grande conhecimento sobre literatura. Como falei, há várias passagens deste livro que não conversam com a realidade. Por isso, a sensação é, muitas vezes, de inverossimilhança.


De qualquer maneira, “Tartarugas Até Lá Embaixo” é um ótimo romance juvenil (desculpem-me, mas não consigo usar o termo young adults nem jovens adultos). Admito que estava com saudades das narrativas inteligentes e saborosas de John Green. Para mim, esse quinto romance do autor é tão bom quanto “Quem é Você, Alasca?” e “A Culpa é das Estrelas”, seus melhores dramas até aqui. Ou seja, o escritor continua em ótima forma. É uma pena que ele não tenha colocado a produção literária em sua lista de prioridades nos últimos anos. Se essa tendência persistir, não será surpresa nenhuma se precisarmos de mais cinco ou seis anos até ver mais um novo romance de Green chegar às livrarias. Esperemos. Fazer o quê?!


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