Publicado em 2010, o texto dessa obra foi extraído de seis palestras ministradas na Universidade de Harvard, em 2009, pelo principal escritor turco da atualidade.
Nesta semana, li “O Romancista Ingênuo e o Sentimental” (Companhia das Letras), o principal ensaio literário de Orhan Pamuk. Curiosamente, esse é o primeiro livro analisado no Desafio Literário do autor turco que foi escrito e lançado após ele ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, em 2006. Até aqui, o Bonas Histórias só havia comentado obras de Pamuk antecedentes à conquista da maior honraria literária do planeta – “A Casa do Silêncio” (Companhia das Letras), romance de 1983, “O Castelo Branco” (Companhia das Letras), romance de 1985, “A Vida Nova” (Editorial Presença), romance de 1994, “O Meu Nome é Vermelho” (Companhia das Letras), romance de 1998, “Neve” (Companhia das Letras), romance de 2002, e “Istambul – Memória e Cidade” (Companhia das Letras), autobiografia de 2003.
De certa forma, a intenção inicial era descobrir os caminhos trilhados pelo romancista até a sua coroação como um dos nomes mais relevantes da literatura contemporânea. Uma vez concluída essa etapa, a partir de agora inauguramos um novo olhar para a produção literária de Orhan Pamuk. Nos próximos dias, o Desafio Literário de abril e maio de 2021 vai mergulhar no trabalho de Pamuk pós-consagração. Se hoje vamos focar nos pormenores de “O Romancista Ingênuo e o Sentimental”, na semana que vem a ideia é investigarmos os detalhes de “Uma Sensação Estranha” (Companhia das Letras), romance de 2014. Assim, acredito eu, conseguiremos fechar o ciclo de estudo desse autor.
Publicado em 2010, o texto de “O Romancista Ingênuo e o Sentimental” foi extraído de seis palestras conferidas na Universidade de Harvard, em 2009, por Orhan Pamuk, o primeiro (e até hoje único) escritor turco a receber o Prêmio Nobel de Literatura. O convite da tradicional instituição de educação norte-americana visava a Conferência Charles Eliot Norton. Anualmente, uma figura de prestígio mundial é selecionada para ministrar apresentações em Harvard sobre determinado tema. Em 2009, Pamuk ficou encarregado de falar sobre sua experiência como autor ficcional de sucesso, de abordar o papel do romance como gênero narrativo e de comentar os desafios de um artista de um país periférico em conquistar o reconhecimento mundial.
Utilizando-se de sua experiência como escritor comercial e como leitor inveterado e dialogando diretamente com ensaios clássicos, como os conceitos literários desenvolvidos por E. M. Forster, György Lukács e Friedrich Schiller, Orhan Pamuk, então com 57 anos e no auge da carreira, ministrou um conteúdo riquíssimo na Conferência Charles Eliot Norton de 2009. “O Romancista Ingênuo e o Sentimental” é o registro escrito das seis palestras de 50 minutos cada que o autor realizou nos Estados Unidos. Esse livro, vale a pena salientar, é leitura obrigatória para quem se interessa pelo fazer literário, para quem estuda Teoria Literária e para quem investiga as engrenagens da produção ficcional. Não à toa, esse título é indicado em muitos cursos de Escrita Criativa.
No Brasil, “O Romancista Ingênuo e o Sentimental” foi lançado em 2011. A tradução da edição nacional desta obra de Pamuk é de Hildegard Feist, uma das principais tradutoras de inglês e francês do nosso país. Diferentemente das outras publicações do escritor turco que por aqui ganharam traduções indiretas, a tradução desse livro foi direta. Afinal, o texto original de “O Romancista Ingênuo e o Sentimental” estava em inglês e não em turco, como é de praxe no trabalho literário de Orhan Pamuk.
O nome dos seis capítulos de “O Romancista Ingênuo e o Sentimental” são os títulos das seis palestras de Pamuk em Harvard: (1) “O que Nossa Mente Faz Quando Lemos um Romance”; (2) “Sr. Pamuk, Tudo Isso Aconteceu Realmente com o Senhor?”; (3) “Personagem Literária, Trama, Tempo”; (4) “Palavras, Quadros, Objetos”; (5) “Museus e Romances”; (6) “O Centro”. Na sequência do conteúdo da conferência, o livro ainda apresenta o “Epílogo”. Levei pouco mais de quatro horas para concluir essa leitura na última quinta-feira. Comecei a obra depois do almoço e no começo da noite já tinha chegado à sua última página. Dá para ler “O Romancista Ingênuo e o Sentimental” em uma só sentada, mas acabei fazendo em duas (com um intervalo rápido no meio).
“O que Nossa Mente Faz Quando Lemos Um Romance”, o texto inicial dessa publicação, é talvez a melhor parte deste livro (e com certeza é a sua parte mais famosa, ao lado do capítulo 6). Aqui, Orhan Pamuk apresenta aspectos da arte do romance tanto da perspectiva do leitor quanto da perspectiva do escritor. Quando lemos um romance, entramos em um novo mundo. Esse novo lugar deve emular o mundo real para potencializar a experiência literária. Ao mergulhar na leitura, o leitor desconecta-se totalmente de sua vida concreta e abraça o universo ficcional. Encaramos, assim, as novas paisagens, as novas ambientações e as novas personagens como se analisássemos pela janela de nossa casa a vista disponível. O que vemos ali é, portanto, a nova realidade. E o mais interessante é que encaramos o novo mundo (o mundo ficcional) a partir do ponto de vista de quem está inserido nesse universo. Olhamos, sentimos e vivenciamos a narrativa pela perspectiva de suas personagens e no calor de suas emoções. Essa é justamente uma das maravilhas do romance.
Recorrendo a um ensaio de Friedrich Schiller, “Sobre a Poesia Ingênua e Sentimental”, de 1795/1796, Pamuk apresenta os dois tipos de escritores. O primeiro é o romancista ingênuo. Esse artista utiliza as técnicas narrativas de forma espontânea. Sua ação é totalmente intuitiva. Ele quase não pensa nas consequências do que está produzindo. O romancista ingênuo age de uma maneira sensitiva e escreve no piloto automático (como se estivesse dirigindo um carro), usufruindo de sua inspiração e de suas percepções da realidade. Sua visão sobre a literatura e a arte é mais romântica. O escritor que melhor exemplifica esse processo criativo é Goethe.
Por outro lado, temos o romancista sentimental. Esse artista dá mais atenção aos métodos empregados do que às suas intuições. Utilizando-se das reflexões e da racionalidade, ele molda seus textos a partir do que acredita impactar mais intensamente os leitores. O romancista sentimental age de maneira analítica, reflexiva e escreve artificialmente, preocupando-se mais com a recepção de sua narrativa do que com suas ideias originais. Sua visão sobre a literatura e a arte é mais moderna, contemporânea. O escritor que melhor exemplifica esse processo criativo é justamente Schiller.
Orhan Pamuk afirma que, após 35 anos no ofício de escritor, ele encontrou um certo equilíbrio entre esses dois tipos de romancista. Além disso, ele diz ser possível classificar os leitores dessa mesma forma: temos o leitor ingênuo (mergulha no texto sem refletir sobre o processo de leitura, dando vazão às suas impressões espontaneamente); e o leitor sentimental (analisa as técnicas empregadas pelo escritor e tenta racionalizar em cima da narrativa consumida).
Para completar, Pamuk lista as nove operações que a mente executa durante a leitura dos romances: (1) acompanha a narrativa e tenta descobrir o significado e a ideia principal propostos pela obra; (2) transforma as palavras em imagens (mente constrói a nova realidade); (3) tenta separar o que é realidade do que é ficção; (4) busca pela fidedignidade da trama ficcional; (5) avalia e desfruta do poder da fantasia e da força da narrativa; (6) procura por juízo moral (julgando tanto as personagens quanto os escritores); (7) relaciona o texto lido a sua própria realidade (conexão entre leitor e leitura); (8) potencializa as várias atividades mentais (usadas para compreender todas as nuances da narrativa); e (9) busca incessante pelo centro secreto do romance (toda história ficcional tem um centro, o que Tolstói chamou de “sentido da vida”).
“Sr. Pamuk, Tudo Isso Aconteceu Realmente com o Senhor?” é o segundo capítulo de “O Romancista Ingênuo e o Sentimental”. Nessa seção, Orhan Pamuk aborda a inquietação dos leitores por saber o que é, afinal de contas, real e o que é mera ficção dentro de um romance. Para o autor turco, a força da arte do romance reside justamente nessa dualidade/contradição. Um romance não é resultado 100% da imaginação do escritor (afinal, ele usou sua experiência de vida e sua própria realidade para extrair as impressões daquela trama), mas também não é algo 100% factual (há doses generosas de imaginação nas páginas de cada livro). Mesmo sabendo disso, os leitores questionam-se: onde termina uma parte e onde começa a outra?
Segundo a crença geral, se um escritor tem o dom de exprimir sensações tão fortes e fidedignas é porque ele deve ter as vivenciado em sua totalidade ou em parte. O que ele produziu em palavras é fruto do mundo real. Por essa perspectiva, todas as obras de um romancista revelam dezenas de milhares de pequenas observações sobre a realidade. E essas impressões só podem ter sido extraídas das experiências de vida baseadas em sensações particulares.
Por isso, os leitores perguntam o tempo inteiro: quais aspectos são baseados em experiências concretas e quais aspectos são imaginadas? Essa eterna dúvida é um dos prazeres principais que os romances proporcionam ao público. Normalmente, sucumbimos a essa ilusão não porque esquecemos que um romance é por essência/definição uma narrativa ficcional e porque é impossível extrair as memórias e as sensações do autor, mas porque a própria experiência literária suscita essa ilusão nos leitores. Gostamos de ler romances porque eles permitem que misturemos o imaginário ao real.
Para Pamuk, o leitor ingênuo é aquele que lê um romance e acredita piamente que sua história é uma autobiografia ou uma coleção de crônicas (enredo, conflito e personagens baseados em fatos reais). Já o leitor sentimental é aquele que tem a certeza de que o romance lido é totalmente ficcional, sem qualquer relação com a realidade (narrativa baseada unicamente na imaginação do autor). Invariavelmente, esses dois leitores estão equivocados.
Em “Personagem Literária, Trama, Tempo”, o terceiro capítulo dessa publicação, Orhan Pamuk aborda três elementos centrais da narrativa romanesca: as personagens, a trama e o tempo. Para o autor turco, o ser humano é essencialmente curioso. E o romance ajuda-nos a dar vazão ao interesse pela vida alheia e pelo desfecho de episódios sensíveis. Em outras palavras, nos interessamos naturalmente pelo caráter, pelos dramas, pela psicologia, pelo estado emocional e pela história das personagens ficcionais. Acompanhar um romance é encarar o mundo através dos olhos, da mente e da alma das figuras retratadas naquela história. Vemos o universo ficcional pelo ponto de vista de seus protagonistas. A partir de suas sensações, suas neuroses, suas impressões e suas palavras, criamos a realidade por uma perspectiva original.
Uma das partes mais legais (e polêmicas) dessa seção é quando Pamuk desmistifica a centralidade das personagens nos romances. Ele afirma se tratar de uma inverdade o fato de as personagens literárias dominarem a trama, o cenário e os temas do livro. Não são elas que guiam os escritores (algo disseminado até mesmo em cursos de redação criativa e repetido em entrevistas de grandes autores) e sim o contrário. Para Orhan Pamuk, mais importante do que o caráter dos protagonistas é a maneira como esse elemento se encaixa na paisagem, no contexto da trama e nos eventos apresentados. Antes de pensar em uma personagem propriamente dita, o que o escritor turco esboça quando começa uma produção literária é o tema do romance, os tópicos que quer abordar e os aspectos da vida que o motivaram a escrever. O caráter e as características das personagens são consequências disso tudo (e não o oposto).
Na visão de Pamuk, a trama é o que liga os vários pontos da narrativa, dando sentido e lógica à história. O protagonista é alguém moldado por essas situações e a figura que nos ajuda a elucidá-las. Por sua vez, o tempo de um romance não é igual ao tempo da física (do mundo real). O tempo narrativo pode ser cronológico ou psicológico. O segundo tipo não é linear e objetivo como o primeiro. Graças aos escritores modernistas, os saltos temporais na trama ou os períodos desconexos se tornaram aceitos e comuns nos romances, apontando o caráter, os hábitos e os estados emocionais das personagens.
“Palavras, Quadros, Objetos”, o quarto capítulo dessa obra, é aquele em que Orhan Pamuk revela grande parte da peculiaridade de seu portfólio narrativo. Para o romancista turco, todo texto literário destina-se simultaneamente a despertar a inteligência visual e a inteligência textual dos leitores. Generalizando, alguns escritores são melhores ao cativar nossa imaginação verbal e outros são mais bem-sucedidos em incentivar nossa imaginação visual. Enquanto o primeiro tipo de autor pode ser chamado de escritores verbais, o segundo pode ser intitulado de escritores visuais.
Assim, ficamos mais envolvidos com as palavras, com o curso do diálogo, com os paradoxos e/ou com pensamentos que o narrador está explorando quando lemos obras dos escritores verbais. E ficamos mais impressionados com as imagens, as visões, as paisagens e os objetos descritos pelos autores visuais. Há, a partir dessa divisão, uma literatura (mais) verbal e uma literatura (mais) visual.
Quando escreve um romance, Pamuk afirma se atentar primeiramente para a formação de um quadro, uma imagem em sua mente. Ou seja, ele penderia mais para o lado dos escritores visuais. Essa constatação chega a ser natural já que antes de enveredar pela literatura, Orhan Pamuk foi pintor (dos sete aos vinte e dois anos – conforme descobrimos em sua autobiografia, “Istambul – Memória e Cidade”). Não por acaso, o escritor vê uma íntima relação entre a pintura e a produção ficcional. Além do mais, ele afirma “pintar com palavras”.
Por essa perspectiva, as cenas, as paisagens, os locais, os objetos e as roupas não são elementos secundários de uma trama e sim evidências da história, da realidade, das intenções e das emoções das personagens. Entender profundamente as figuras representadas em uma história ficcional passa necessariamente pela compreensão de todos os elementos colocados em cena (eles não estão ali por acaso!).
O romancista, segundo Orhan Pamuk, não quer se igualar aos pintores; ele busca, acima de tudo, conquistar a habilidade de pintar com palavras. O escritor sente duas obrigações ao mesmo tempo quando produz um texto literário: (1) ele quer identificar e ver o mundo aos olhos das personagens principais e (2) ele deseja descrever coisas através das palavras certas/precisas.
“Museus e Romances” é o quinto capítulo de “O Romancista Ingênuo e o Sentimental”. Aqui, Pamuk explica como desenvolveu seu (até então) mais recente livro, “Museu da Inocência” (Companhia das Letras). Parte do trabalho do escritor foi selecionar roupas, objetos, fotografias e quadros que as personagens ficcionais da obra usariam/teriam. E qual seria o motivo dessa coleta, hein? Para Orhan Pamuk, os romances são como museus e/ou os leitores dos romances são como visitantes de museus. Afinal, as narrativas guardam registros sociais, históricos, expressões idiomáticas, costumes, atitudes e estilos de vida de uma época (função de arquivo); exigem certo esforço interpretativo (qual o sentido e o significado daquilo que está sendo exposto?); e exibem conotações político-ideológicas (são a ponta do iceberg de uma mensagem).
Em “O Centro”, o sexto e último capítulo, assistimos ao debate sobre o que seria o centro do romance. Esse conceito refere-se à opinião ou ao insight que o escritor pretende aprofundar em seu texto. O centro pode ser real ou imaginário. Os romancistas escrevem para investigar esse local/ponto e para descobrir suas implicações. E os leitores, por sua vez, leem as narrativas ficcionais para descobrir o tal centro do romance. Muitas vezes, a dificuldade de sua localização/descoberta é algo positivo. Os leitores não querem um centro óbvio demais, o que tornaria banal a experiência literária.
Escrever um romance é criar um centro, que não pode ser encontrado facilmente na vida real ou no mundo normal, e ocultá-lo na paisagem da narrativa. Ler um romance é realizar o mesmo gesto pelo caminho oposto. A força do centro do romance está justamente não no que ele é exatamente, mas em nosso esforço em buscá-lo, enquanto leitores.
“Epílogo”, paradoxalmente, é a explicação de Orhan Pamuk para o convite de Harvard e os preparativos para o desenvolvimento das palestras e, depois, para a produção do livro (algo, que na minha humilde opinião, deveria vir como prefácio da obra e não como seu epílogo). A ideia para a participação de Pamuk na Conferência Charles Eliot Norton surgiu no outono de 2008 e partiu de Homi K. Bhabha, crítico literário indo-britânico que leciona em Harvard. Nessa época, o escritor turco acabara de lançar “O Museu da Inocência”, romance que levou dez anos de planejamento e quatro de execução. Além disso, Pamuk já dava aulas na Universidade de Columbia, em Nova York, e se interessava por produzir algo mais teórico sobre a literatura e a arte dos romances.
O conteúdo de “O Romancista Ingênuo e o Sentimental” foi desenvolvido entre o final de 2008 e o primeiro semestre de 2009. Orhan Pamuk aproveitou suas viagens pelo mundo (estadias em hotéis, espera nos aeroportos, traslados de carros...) para construir esse texto. Sobre a proposta do livro, ele afirma:
“Com relação a meus objetivos: eu queria falar sobre minha trajetória de romancista, as escalas que fiz no caminho, o que a arte e a forma do romance me ensinaram, os limites que me impuseram, minhas lutas com eles e meu apego a eles. Ao mesmo tempo, eu queria que as palestras fossem um ensaio ou meditação sobre a arte do romance, e não uma viagem pela ladeira da memória ou uma discussão de meu desenvolvimento pessoal. Este livro é um todo, compreendendo todas as coisas mais importantes que sei e aprendi acerca do romance”.
“O Romancista Ingênuo e o Sentimental” é baseado em três ensaios literários de outros autores: “Aspectos do Romance”, de E. M. Forster, “A Teoria do Romance”, de György Lukács, e “Sobre Poesia Ingênua e Sentimental”, de Friedrich Schiller. O tempo inteiro, Orhan Pamuk dialoga com os conceitos desses três autores. Enquanto discute a teoria, o romancista turco apresenta exemplos concretos do que fala seja apontando as particularidades de sua carreira e de suas obras como listando tramas, personagens e passagens interessantes dos títulos de outros escritores ficcionais.
Na verdade, “O Romancista Ingênuo e o Sentimental” é um texto de pura intertextualidade literária. Além de mencionar Forster, Lukács, Schiller e Goethe, Pamuk cita uma infinidade desconcertante de autores clássicos: Liev Tolstói, Franz Kafka, Gérard de Nerval, Stendhal, Laurence Sterne, Dante Alighieri, Thomas Mann, Honoré de Balzac, Samuel Beckett, Miguel de Cervantes, Alain Robbe-Grillet, Michel Butor, Gustave Flaubert, Daniel Defoe, Herman Melville, Mikhail Bulgakov, Sadegh Hedayat, Junichiro Tanizaki, Ahmed Hamdi Tanpinar, Marcel Proust, Umberto Eco, Michel Foucault, Wolfgang Iser, Jean-Jacques Rousseau, Abu Nuwas, Jorge Luis Borges, Max Brod, Jane Austen, Homero, Evliya Çelebi, William Shakespeare, Molière, Fiódor Dostoiévski, Charles Dickens, Nikolai Leskov, Jean-Paul Sartre, Viktor Chklovski, Vladimir Nabokov, Aristóteles, James Joyce, Horácio, Virginia Woolf, William Faulkner, Joseph Conrad, D. A. Russell, W. H. Auden, T. S. Eliot, Washington Allston, Charles Baudelaire, Théophile Gautier, Émile Zola, Henry James, Victor Hugo, August Strindberg, Michel de Montaigne, Marguerite Yourcenar, Gabriel García Márquez, Recaizade Mahmut, V. S. Naipaul, Milan Kundera, J. M. Coetzee, Peter Handke, Italo Calvino, Thomas Bernhard, Stanislaw Lem, Philip K. Dick, Patricia Highsmith, John Le Carré, Alessandro Manzoni, Eugène Sue, Julio Cortázar, Guillermo Cabrera Infante, Mario Vargas Llosa, Georges Perec e Julian Barnes. É ou não é um baita mergulho nos clássicos da literatura, hein?
A vontade que tive ao concluir esse livro era de lê-lo novamente. Sabe uma obra que diz tantas coisas legais e profundas a cada capítulo, a cada página, a cada linha, a cada palavra que você tem a impressão de não ter conseguido capturar todo o conteúdo com apenas uma leitura?! Pois foi exatamente essa a sensação que tive em relação a “O Romancista Ingênuo e o Sentimental”. Talvez você fique também com esse gostinho de quero ler mais uma vez.
De alguma maneira, essa publicação de Pamuk me lembrou outros ensaios literários de enorme qualidade: “A Arte do Romance” (Companhia das Letras), de Milan Kundera, “Seis Propostas para o Novo Milênio” (Companhia das Letras) e “Por que Ler os Clássicos” (Companhia de Bolso), de Italo Calvino, “E Se Obama Fosse Africano?” (Companhia das Letras), de Mia Couto, “Sobre a Escrita – A Arte em Memórias” (Suma das Letras), de Stephen King, “O Rio do Meio” (Mandarim), de Lya Luft, “Romancista Como Vocação” (Alfaguara), de Haruki Murakami e “A Arte de Escrever” (L&PM Pocket), de Arthur Schopenhauer.
Na semana que vem, irei comentar o último livro de Pamuk desse Desafio Literário. Na próxima sexta-feira, 21 de maio, retornarei ao Bonas Histórias para analisar “Uma Sensação Estranha” (Companhia das Letras), um dos mais recentes romances do escritor turco publicado em nosso país. Não perca as últimas etapas do Desafio Literário de Orhan Pamuk. Até lá!
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