Lançado em 2013, o terceiro volume da Tetralogia Napolitana apresenta os dramas de Elena Greco e Rafaella Cerullo, as protagonistas da saga, na idade adulta.
No último final de semana, li “História de Quem Foge e de Quem Fica” (Biblioteca Azul), o terceiro romance da Série Napolitana, o maior sucesso de Elena Ferrante. Nesse novo volume da saga de Elena Greco e Rafaella Cerullo, as duas amigas de um subúrbio de Nápoles que compartilham uma grande rivalidade desde os seis anos de idade, assistimos aos dramas das protagonistas na idade adulta (fase chamada de Intermédio na obra). Para quem pensa que as brigas e as confusões das personagens principais da Tetralogia Napolitana ficariam restritas à infância, à adolescência e à juventude, Ferrante reserva boas surpresas para seus leitores em “História de Quem Foge e de Quem Fica”. Em nível de tensão dramática, reviravoltas na trama e ambientação soturna, esse livro é sem dúvida um dos melhores trabalhos da escritora italiana.
Publicado na Itália em 2013, “História de Quem Foge e de Quem Fica” sucede “A Amiga Genial” (Biblioteca Azul), livro de 2011 que inaugura essa coleção de Elena Ferrante, e “História do Novo Sobrenome” (Biblioteca Azul), o segundo título da Série Napolitana que chegou às livrarias italianas em 2012. Essa coletânea literária encerra-se com “História da Menina Perdida” (Biblioteca Azul), a quarta parte da narrativa histórica de Elena Greco e Rafaella Cerullo. O volume derradeiro da tetralogia foi lançado em 2014 e será comentado no Desafio Literário de Ferrante na próxima semana.
Vale a pena lembrar os leitores do Bonas Histórias que chegaram agora ao blog que as quatro obras da Série Napolitana, assim como os demais títulos de Ferrante, estão sendo analisados individualmente no Desafio Literário desse bimestre. Até aqui, já discutimos, além de “A Amiga Genial” e “História do Novo Sobrenome”, “Um Amor Incômodo” (Intrínseca), o primeiro romance de Elena Ferrante, “Dias de Abandono” (Biblioteca Azul), sua segunda obra ficcional, e “Frantumaglia – Os Caminhos de Uma Escritora” (Intrínseca), coletânea não ficcional com cartas, crônicas, ensaios e entrevistas da autora. Importante ressaltar que “A Filha Perdida” (Intrínseca), o terceiro romance de Ferrante, já havia sido analisado na coluna Livros – Crítica Literária em agosto de 2020. Nosso estudo enfocando a literatura da principal escritora italiana da atualidade ainda contemplará as discussões de “A Vida Mentirosa dos Adultos” (Intrínseca), sua mais recente publicação lançada em 2019, e, como não podia faltar, “História da Menina Perdida”, a última parte da Tetralogia Napolitana.
Voltando a falar exclusivamente de “História de Quem Foge e de Quem Fica”, esse livro foi lançado no Brasil em 2016. Assim como toda a Série Napolitana, essa obra foi traduzida para nosso idioma por Maurício Santana Dias. O projeto gráfico do terceiro volume da coleção, algo que já comentamos rapidamente no post de “História do Novo Sobrenome”, respeita o padrão visual dos demais títulos da tetralogia, o que confere grande unidade e uma sensação de continuidade à saga. Em Portugal, o terceiro volume da mais famosa série literária de Elena Ferrante foi chamado de “História de Quem Vai e de Quem Fica” pela Relógio D´Água, editora lisboeta fundada em 1982 e que detém os direitos sobre os livros da romancista italiana.
Para os fãs do seriado de TV “A Amiga Genial” (My Brilliant Friend), produção da HBO baseada nos livros mais famosos de Elena Ferrante e realizada em parceria com a RAI e a TIMvision, a boa notícia é que a terceira temporada já começou a ser gravada na Itália. As duas primeiras temporadas abrangeram as tramas de “A Amiga Genial” e “História do Novo Sobrenome” e foram transmitidas em 2018 e 2019. Contudo, a chegada da pandemia do novo coronavírus obrigou a paralisação das gravações, para desespero do público cativo. Agora as filmagens recomeçaram para alegria geral. A nova temporada irá tratar justamente do enredo de “História de Quem Foge e de Quem Fica” e deve ir ao ar ainda em 2021. Se a direção da série televisiva mudou de mãos (sai Saverio Costanzo, responsável pelas duas primeiras temporadas, e entra o também italiano Daniele Luchetti, com contrato para conduzir essa e a quarta temporada), as atrizes principais se mantiveram (Margherita Mazzucco como Elena Greco e Gaia Girace como Rafaella Cerullo).
O enredo do romance “História de Quem Foge e de Quem Fica” começa com Elena Greco falando no presente. Nos dias atuais, enquanto escreve a história do sumiço da melhor amiga, a narradora-protagonista se questiona sobre as últimas vezes em que viu e conversou para valer com Rafaella Cerullo. Infelizmente, a amizade das duas napolitanas se degringolou ao ponto de elas se tornarem duas estranhas uma para a outra. Além disso, cada uma seguiu por um caminho diferente e, naturalmente, suas vidas se distanciaram bastante. Para explicar em detalhes o ponto exato em que houve essa cisão com Lila, Elena retoma a trama exatamente na cena final de “História do Novo Sobrenome”.
Para quem não se lembra do desfecho do livro anterior da coletânea, Elena Greco encontra, depois de muitos anos, Nino Sarratore em Milão. O rapaz por quem a protagonista sempre foi apaixonada na infância e na adolescência aparece sem avisar em uma palestra de divulgação do livro dela. Após um questionamento não muito favorável feito por um crítico literário local, Nino, agora um renomado acadêmico, se manifesta em favor do trabalho da amiga. Aquela aparição súbita mexe substancialmente com a jovem escritora. Os primeiros capítulos de “História de Quem Foge e de Quem Fica” mostram o que aconteceu em seguida.
Elena e Nino ficam felizes em se encontrar e vão jantar juntos após a palestra. Ela, cada vez mais atraída pelo antigo namorado da melhor amiga, cogita em ir para a cama com ele pela primeira vez. Mesmo estando com o casamento marcado com Pietro Airota, Elena não quer saber – deseja se entregar de corpo e alma para os antigos sentimentos. Porém, para a infelicidade da moça, seu noivo surge de surpresa no restaurante e a leva embora para o hotel. Não é preciso dizer o quanto a narradora fica frustrada com o término de noite casto.
Mesmo não amando Pietro consideravelmente (ela até gosta dele, mas não o ama perdidamente), Elena Greco se casa com o jovem professor universitário em 1969. Aparentemente, ela se esquece de Nino. Após o matrimônio, os recém-casados vão morar em Florença, onde Pietro Airota consegue o emprego em uma universidade local. Enquanto Elena vive o auge profissional (se tornou uma escritora famosa no país e tem seus textos publicados em vários jornais) e um dos momentos mais felizes da vida pessoal (casamento, independência financeira, constituição de um lar próprio), Rafaella Cerullo vive seu inferno astral.
Morando em San Giovanni a Teduccio com o amigo Enzo e o filho Rino, Lila padece como funcionária na fábrica de embutidos de Bruno Soccavo, o antigo amigo de Nino Sarratore e o filho único de um rico industrial. Apesar de ter conhecido Bruno na famosa viagem à Ischia quando eram jovens, Rafaella é humilhada sistematicamente no novo emprego. Ali ela é alvo do assédio moral e sexual e vítima das maldades de colegas, dos seguranças e do patrão. Inconformada com a condição insalubre de trabalho, Rafaella acaba sem querer se alinhando aos comunistas de Nápoles que exigem uma intervenção sindical na empresa dos Soccavo. Assim, inicia-se uma violenta briga entre fascistas e esquerdistas.
Ao descobrir a situação delicadíssima que Lila se encontra em San Giovanni, Elena Greco decide intervir. Utilizando-se das redes de contato dos Airota, uma das mais renomadas famílias italianas, a escritora não descansa até conseguir tirar a amiga daquela condição indigna e encaminhá-la para uma vida melhor. Paradoxalmente, enquanto Lila consegue deixar o fundo do poço e reascender socialmente graças a Elena, a agora Senhora Airota passa a viver seu inferno astral. O nascimento das filhas (Adele em fevereiro de 1970 e de Elsa em julho de 1973) e a dinâmica doméstica (Pietro é o típico marido que não faz nada em casa) a sobrecarregam ao ponto de ela não conseguir mais escrever. Aos poucos, seu nome como uma das promessas da literatura e do jornalismo italiano começa a se apagar da memória do público e Elena passa a ser uma mera dona de casa, para seu desespero. Como desgraça pouca é bobagem, Nino reaparece e se torna figura constante em Florença. Nessa hora, o coração de Elena Airota começa a dar sobressaltos sentimentais, que podem derrubar a já conturbada realidade da narradora-protagonista e seu casamento em crise.
“História de Quem Foge e de Quem Fica” possui 416 páginas. Seu conteúdo está dividido em 123 capítulos. Levei entre 11 horas e meia e 12 horas para concluir a leitura desse romance no final de semana passado. Foram aproximadamente seis horas de leitura no sábado e mais ou menos outras seis horas no domingo. Em nível de extensão de páginas, essa obra é a segunda menor da Série Napolitana. Afinal, “A Amiga Genial” tem apenas 336 páginas (esse é o menor livro da saga) e “História do Novo Sobrenome” e “História da Menina Perdida” possuem, respectivamente, 472 e 480 páginas.
Ao mesmo tempo, “História de Quem Foge e de Quem Fica” é a obra que abrange o menor período temporal da Série Napolitana. Se “A Amiga Genial”, cuja trama vai do início dos anos 1950 ao final dos anos 1950, e “História do Novo Sobrenome”, cujo enredo vai do começo da década de 1960 ao fim da década de 1960, se passam em um intervalo de dez anos, esse novo título abrange apenas sete anos. A narrativa de “História de Quem Foge e de Quem Fica” se estende basicamente de 1969 a 1976. Para quem ficou com curiosidade, “História da Menina Perdida”, o próximo título que vamos comentar no Desafio Literário de Elena Ferrante, abrange um espaço temporal muito (e põe muito nisso!) maior. O enredo do quarto volume da tetralogia vai de 1976 a 2010.
A primeira novidade narrativa de “História de Quem Foge e de Quem Fica” é o maior enfoque na parte da trama envolvendo Elena Greco. Lembremos que tanto em “A Amiga Genial” quanto em “História do Novo Sobrenome” há um predomínio do relato do que se passa com Rafaella Cerullo. Em muitos capítulos dos dois primeiros volumes da tetralogia de Elena Ferrante, sua narradora-protagonista acaba escanteada. Aqui é diferente. Pela primeira vez na Série Napolitana, temos um título que retrata mais a vida, a rotina e as angústias de Elena do que o cotidiano e os dramas de Lila. Para quem gosta de números, diria que as páginas desse livro se dedicam 70% do tempo a agora Senhora Airota. Ou seja, temos a impressão de que Elena é a protagonista e Lila é a antagonista.
Com a mudança de foco narrativo em “História de Quem Foge e de Quem Fica”, acabamos mais envolvidos com o dia a dia de Elena Greco e suas inquietações. Dessa maneira, acompanhamos de perto seu último ano na faculdade de Pisa, sua ascensão e queda profissional como escritora ficcional, seu namoro com Pietro Airota, seu noivado conturbado, as brigas com os pais e com os irmãos, o casamento, a mudança para Florença, a chegada das filhas, a crise conjugal, a aproximação com Nino e os encontros e desencontros com Rafaella. A consequência natural dessa opção de Ferrante é que sua narradora cresce aos olhos dos leitores. Enfim, Elena Greco se torna uma personagem do primeiro plano narrativo e adquire características ainda mais complexas e contraditórias.
O que não muda nesse romance é a relação tumultuada entre as “melhores amigas”. Interessante reparar que em “História de Quem Foge e de Quem Fica” vemos o acirramento da rivalidade das duas protagonistas da saga. E como toda boa rivalidade, há fases de alta e de baixa de ambos os lados. Quando uma está bem, a outra está na pior. Quando aquela que estava mal consegue superar as dificuldades, é a adversária que acaba despencando. Essas oscilações tornam o enredo do livro movimentado e com várias surpresas.
Outra questão que não se altera é a inveja que Elena sente de Rafaella. Para mim, a parte em que isso fica mais nítido é quando a narradora-protagonista recebe de volta da antiga professora o texto de Fada Azul, o conto que Lila escreveu quando tinha dez anos. Na visão de Elena, o sucesso de seu romance é fruto daquele trabalho escolar. Em outras palavras, ela acredita ter copiado inconscientemente a estrutura e o estilo da narrativa da amiga. Por isso, o público gostou tanto de sua obra. O mesmo processo teria ocorrido com o texto crítico que Elena Greco publicou no jornal sobre as mazelas dos trabalhadores italianos, em especial aqueles obrigados a sobreviver na fábrica de Bruno Soccavo. O mérito da matéria teria partido do relatório que Lila fez em seu posto de trabalho.
Sinceramente, não sei o quanto podemos acreditar na opinião da narradora de “História de Quem Foge e de Quem Fica”. Na minha visão, ela é tão invejosa e insegura que tende a acreditar que seus bons trabalhos são mais méritos da amiga do que dela mesma. Além disso, tenho dificuldade para encarar as ações e as reações de Lila como comportamentos maldosos e vingativos contra a amiga famosa. Ainda acho que Rafaella Cerullo fez tudo para o bem da amiga de infância, por mais que Elena Greco não consiga enxergar sua benevolência. De qualquer forma, temos aqui uma Lila, aos olhos de Elena, adquirindo um papel maior de antagonista da trama (e não tanto de protagonista como ocorreu em “A Amiga Genial” e “História do Novo Sobrenome”).
Outra novidade de “História de Quem Foge e de Quem Fica” é a interposição temporal, algo ocorrido apenas no comecinho de “A Amiga Genial” e desde então inexistente. Por exemplo, esse recurso narrativo não apareceu em nenhum momento de “História do Novo Sobrenome”. Somente no terceiro romance da Série Napolitana, Elena Greco volta a narrar a trama em três momentos distintos: explicando como as coisas estão no presente (ela já idosa e a amiga desaparecida); fazendo referências ao passado recente (quando se encontrou com Rafaella Cerullo pela última vez há cerca de cinco anos); e detalhando os fatos do passado mais distante (justamente o período de 1969 a 1976). Assim como ocorreu em “A Amiga Genial”, essa distinção dos diferentes períodos narrativos é mais nítida nos capítulos iniciais de “História de Quem Foge e de Quem Fica”. Confesso que senti falta da interposição temporal em “História do Novo Sobrenome” – imaginei que Elena Ferrante fosse explorá-lo mais vezes ao longo da Tetralogia Napolitana.
Outras cinco características marcantes de “História de Quem Foge e de Quem Fica” são: maior componente político-social da ambientação (intrigas ideológicas da Itália na segunda metade do século XX); deterioração urbana de Nápoles em contraposição às transformações modernizantes da cidade; florescimento do Feminismo (componente importante para compreender as novas posturas da narradora-protagonista); desfecho impecável do livro; e potencialização da vilania de Nino Sarratore e dos irmãos Marcello e Michele Solara (alçados pela primeira vez ao posto de principais adversários de Lila e Elena Greco).
É verdade que os componentes político-sociais já tinham aparecido em “A Amiga Genial” (em menor escala) e em “História do Novo Sobrenome” (em uma escala mediana). Porém, é nesse terceiro título da Série Napolitana que assistimos à intensificação das intrigas políticas da Itália, um país dividido ideologicamente (fascistas versus comunistas). Mesmo não desejando, as personagens principais do romance acabam inseridas nos conflitos armados que envolvem políticos, estudantes, empresários, sindicatos, trabalhadores, jornalistas e partidos políticos. Se Nápoles já era uma localidade violenta e movida à passionalidade, imagine como as coisas ficaram feias entre o final da década de 1960 e o início dos anos 1970, período por si só turbulento em boa parte do mundo.
Outra questão legal de se reparar é as transformações que Nápoles sofreu ao longo dos anos. Se por um lado a cidade já não é mais a mesma que Elena e Lila tinham na infância e adolescência (ela se modernizou, ganhou arranha-céus e novas avenidas e o comércio se sofisticou), por outro lado as partes suburbanas do município acabaram se deteriorando ainda mais (violência, sujeira, criminalidade, poluição visual e sonora, pichações e pobreza são agora mais visíveis do que nunca). Ler as páginas de “História de Quem Foge e de Quem Fica” é caminhar por essa dicotomia: modernidade e degradação.
Já o Feminismo surgiu aos poucos na vida de Elena Greco. Ela já admirava mulheres com uma postura ativa, moderna e liberal. Mariarosa Airota, a irmã mais velha de Pietro, é talvez o melhor exemplo desse tipo de figura feminina que apareceu com mais destaque nos anos 1970. Ao mesmo tempo, a narradora do romance passou a ler e a conhecer mais de perto o trabalho de autoras feministas, que expunham a importância da mulher em se libertar das amarras sociais, dos preconceitos conservadores e da visão machista da cultura italiana. Vale citar aqui que Elena Greco sempre exerceu o papel de moça certinha, que nunca quis sair da linha estipulada pela família e pelos valores tradicionais napolitanos. Por isso, fiquei pensando: seriam as influências feministas as responsáveis pelo comportamento reacionário da protagonista nos capítulos finais de “História de Quem Foge e de Quem Fica”? Acredito que sim.
Por falar nessa questão, que desfecho esse livro tem, hein?! Ele é maravilhoso. Elena Ferrante consegue surpreender seus leitores com um desenlace de tirar o fôlego. As atitudes de Elena Greco chocam tanto porque elas vão contra os valores sociais esperados para uma mãe e esposa convencional. Além disso, a moça que fora certinha desde a infância resolve, enfim, agir de acordo com suas vontades e desejos mais íntimos, independentemente do que os outros vão achar. Mesmo concordando com essas motivações (são legítimas na visão contemporânea da igualdade dos sexos – pense: se Elena fosse um homem, teria algum problema em tomar as decisões que ela tomou?), não deixa de ser chocante acompanhar as consequências dessa nova postura.
Por fim, temos aqui a potencialização da vilania de Nino Sarratore e dos irmãos Marcello e Michele Solara. É verdade que em “A Amiga Genial” e “História do Novo Sobrenome” eles já apareciam como figuras pouco dignas e perigosas. Porém, o papel de vilão/vilã (pelo menos aos olhos de Elena Greco) sempre coube a Rafaella Cerullo. Nesse romance há uma inversão dessa dinâmica. Aqui, Lila deixa o posto de personagem mais repugnante da saga e ele é ocupado pelo rapaz que brinca com os sentimentos das mulheres (engravidando-as e as abandonando logo em seguida) e pelos irmãos mafiosos que parecem preocupados exclusivamente com seus desejos mais sórdidos.
Gostei tanto de “História de Quem Foge e de Quem Fica” que fiquei com uma séria dúvida: qual seria, afinal, a melhor parte da Tetralogia Napolitana – a primeira (“A Amiga Genial”) ou a terceira (justamente esse romance)? Sinceramente não sei. Gostei dos dois igualmente. Em termos das surpresas e das inquietações geradas pelos dramas retratados, “História de Quem Foge e de Quem Fica” talvez tenha mais elementos angustiantes. Por outro lado, são indiscutíveis o charme, o carisma e a força dramática do primeiro volume da coleção. Por isso, fico em cima do muro sem problema nenhum sobre qual obra é a melhor.
Nossa investigação sobre a Série Napolitana e sobre a literatura de Elena Ferrante prosseguirá na próxima semana. No dia 16, segunda-feira, retornarei ao Desafio Literário para comentar minhas impressões sobre “História da Menina Perdida” (Biblioteca Azul), o quarto e último título da tetralogia de Elena Ferrante. Publicado na Itália em 2014, esse livro apresenta as fases finais da vida das protagonistas da saga: a maturidade e a velhice. Continue acompanhando os posts do Bonas Histórias e não perca as próximas etapas das análises do Desafio Literário de Ferrante.
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