Representante uruguaio no último Oscar, o segundo longa-metragem de Diego Fernández brinca com a mistura de gêneros cinematográficos.
O que fazer em um final de semana de Inverno polar em São Paulo? Minha resposta é simples e direta: cinema! Pelo menos dentro da sala não passamos tanto frio, né? Com esse pensamento positivo, encarei a friaca paulistana (e põe friaca nisso!!!) até chegar ao Espaço Itaú de Cinemas do Shopping Frei Caneca. Fui até lá no último sábado à noite para assistir a “A Teoria dos Vidros Quebrados” (La Teoria de Los Vidrios Rotos: 2021), um dos lançamentos estrangeiros que acabaram de aportar por nossas terras.
Esse thriller cômico (ou seria uma comédia com suspense?) é o trabalho mais recente do cineasta uruguaio Diego Fernández Pujol, mais conhecido como Diego “Parker” Fernández (mas vamos chamá-lo aqui simplesmente de Diego Fernández). Acho que fazia um tempinho que eu não produzia posts para a coluna Cinema. Para aqueles que estavam me cobrando novidades da sétima arte no Bonas Histórias, aí está! A partir de agora, quero apresentar ao menos um lançamento cinematográfico por mês no blog. Justo, muito justo, justíssimo!
Coprodução de Uruguai, Argentina e Brasil, “A Teoria dos Vidros Quebrados” foi exibido nos países vizinhos em agosto de 2021 e só agora, um ano mais tarde, chega ao circuito comercial brasileiro. Sinceramente não sei o motivo do atraso em nossos cinemas (ele estreou por aqui apenas na quinta-feira passada, 18 de agosto). Porém, suspeito que o motivo do intervalo de doze meses entre o lançamento no Uruguai e na Argentina e o lançamento no Brasil esteja relacionado mais à incompetência dos órgãos públicos que deveriam promover o audiovisual em nosso país (e que estão fazendo justamente o contrário) do que aos fatores mercadológicos e comerciais. E pensar que os tempos sombrios que atravessamos não estão envoltos apenas do cinema e sim de quase todos os movimentos artísticos e culturais brasileiros.
Com um elenco recheado de estrelas dos três países envolvidos (o argentino Martín Slipak; os uruguaios César Troncoso, Verónica Perrota, Lucio Hernández, Jenny Galvan, Jorge Temponi, Carlos Frasco e Roberto Moré; e os brasileiros Roberto Birindelli e Lourdes Kauffmann), “A Teoria dos Vidros Quebrados” foi o representante do Uruguai no último Oscar. O longa-metragem foi inscrito na categoria Melhor Filme Internacional, mas não chegou às fases finais da premiação norte-americana. Ainda bem. Porque se tivesse sido finalista, teríamos algo de muito errado com o cinema contemporâneo. Explico mais à frente o que quero dizer com isso. Prometo!
Escrito e dirigido por Diego Fernández (Rodolfo Santullo também participou da produção do roteiro), o thriller cômico foi rodado entre novembro e dezembro de 2020. As locações foram em Montevideo e Aiguá, cidade do departamento de Maldonado, no Norte do Uruguai, e as filmagens duraram seis semanas. Desenvolvido em parceria pelas produtoras uruguaias Parking Films e Condon Films, pela argentina Tarea Fina e pela brasileira Okna Produções e com orçamento na casa dos US$ 800 mil, “A Teoria dos Vidros Quebrados” foi inspirado em episódios reais. Vale a pena contar rapidamente os fatos verídicos por trás dessa produção.
Em 2010, a cidade de Melo, capital do departamento de Cerro Largo, no Nordeste do Uruguai e na fronteira com o Brasil, foi alvo de uma série de incêndios criminosos. Em algumas semanas, mais de duas dezenas de carros foram incendiados na então pacata cidade de ares rurais, o que causou comoção na população, nas autoridades locais, na imprensa nacional e nas empresas de seguro. O bafafá estava montado. Afinal, o que estava por trás da destruição dos veículos no interior uruguaio?!
A partir dos relatos extraídos das páginas jornalísticas, Diego Fernández e Rodolfo Santullo construíram a trama ficcional de “A Teoria dos Vidros Quebrados”. O protagonista do filme é um jovem e promissor perito de uma companhia de seguros de Montevideo. Enviado para a região fronteiriça, o rapaz tem a missão de desvendar o mistério por trás da série de incêndios de carros que tira o sono da população local. Se por um lado a personagem principal sofre a pressão dos habitantes e das autoridades da cidade interiorana para pagar rapidamente as apólices de seguro, por outro ele não pode decepcionar os chefes na capital. Uma provável promoção ao cargo de gerente depende de como ele vai resolver aquele caso estranho.
A principal característica de “A Teoria dos Vidros Quebrados” é a mistura de gêneros cinematográficos. Podemos dizer que esse longa-metragem é ao mesmo tempo uma comédia, um suspense, uma investigação policial, um drama com tintas de crítica social, uma paródia dos faroestes norte-americanos (ou das imitações italianas dos Westerns?!) e um musical. Sim, podemos vê-lo em alguns momentos até como um musical (só que com pegada de Filme Trash). Na minha visão, esse pot-pourri estilístico é o elemento mais legal do novo título uruguaio. Se o filme fica a desejar no que se refere ao humor, ao nível de mistério, à qualidade das filmagens e à estrutura narrativa, não podemos criticar suas ousadias formais.
“A Teoria dos Vidros Quebrados” é o segundo longa-metragem de Diego Fernández. Sua estreia na direção ocorreu com a comédia dramática “Rincón de Darwin” (2013), produção luso-uruguaia que ainda não está disponível para o público brasileiro – pelo menos eu não a encontrei com legendas no português brasileiro. Se agora o cineasta utiliza o conceito social dos “Vidros Quebrados” para embasar a nova trama ficcional, em “Rincón de Darwin” ele trabalhou com os conceitos darwinistas da evolução das espécies. Outra semelhança entre os dois títulos de Fernández é que ambos se passam no interior do país – o protagonista é obrigado a viajar para um lugar rural daqueles onde Judas perdeu as botas; e lá encara conflitos até então inimagináveis para um cidadão urbano e cosmopolita.
Utilizado como título do novo longa-metragem, o conceito das “Janelas Quebradas” (“Broken Windows” em inglês) foi criado por James Q. Wilson e George Kelling, professores de Sociologia da Universidade de Chicago, na década de 1980. Segundo os sociólogos norte-americanos, se a janela danificada de um edifício não for consertada rapidamente, vândalos irão quebrar mais janelas. Se muitas janelas estiverem quebradas e a construção tiver aparência de abandono, a chance de ela ser invadida e ocupada por criminosos é grande. Ou seja, a rapidez com que a população percebe o zelo (ou a falta dele) das autoridades impacta os índices de criminalidade de uma região.
A partir das teses acadêmicas das “Janelas Quebradas”, Diego Fernández e Rodolfo Santullo construíram o enredo do filme em tom de galhofa. Esqueça, portanto, as definições conceituais e as explanações professorais. No longa uruguaio, assistimos à prática bem-humorada de uma situação que foge do controle social por causa justamente da leniência das autoridades. À medida que ninguém traz explicações convincentes para os incêndios de veículos no Norte do Uruguai, mais e mais carros aparecem queimados na localidade.
Feita essa rápida menção ao nome do longa-metragem e à sua estrutura narrativa, vamos à trama propriamente dita de “A Teoria dos Vidros Quebrados”. Claudio Tapia (interpretado por Martín Slipak) é um jovem talento da Santa Marta Seguros, companhia sediada em Montevideo e com negócios no país inteiro. Os bons trabalhos recentes de Tapia na descoberta de fraudes elevaram a cotação do rapaz junto à direção da seguradora. Por isso, assim que o cargo de gerente da regional 15, uma localidade ao Norte do Uruguai e na divisa com o Brasil, fica vago, o protagonista do filme é convidado para ser o perito do escritório no interior. Se ele se sair bem, na certa será promovido à gerente.
O novo cargo parece tranquilo para o destemido Claudio Tapia. Por ficar em uma região pacata e rural, a tal regional 15 não parece exigir tanto trabalho para o recém-promovido perito. A ideia de Tapia e de seus chefes é que o jovem viaje pontualmente para o interior uma ou duas vezes por mês. Na certa, bastariam um ou dois dias no escritório em cada viagem para dar cabo à burocracia da companhia na sucursal. Aí, Claudio Tapia poderia retornar para a capital, onde permaneceria vivendo ao lado da esposa.
O drama do protagonista de “A Teoria dos Vidros Quebrados” começa em sua primeira viagem ao interior. Tão logo coloca os pés na cidade fronteiriça, as coisas saem do controle. Na primeira noite de Tapia por lá, quatro carros são queimados (dois da Santa Marta Seguros e dois da concorrência). Esse é o estopim para uma série de incêndios criminosos que pipocam na região. Como o delegado e as autoridades locais não parecem se preocupar com aqueles atos violentos, mais e mais veículos aparecem destruídos nas noites seguintes. Aí caberá a Claudio Tapia, visto pela população como o jovem forasteiro que chega querendo mostrar que manda ali, a tarefa de elucidar os crimes.
A maior dificuldade de Tapia está em realizar seu trabalho diante de pressões antagônicas. De um lado temos os habitantes e as autoridades locais. Do outro os chefes da seguradora em Montevideo. Obviamente, a população da cidade exige o pagamento das apólices. Ela não quer saber os motivos dos incêndios, ela quer o dinheiro na conta daqueles que perderam os veículos. Por outro lado, os executivos da Santa Marta não querem efetuar o pagamento pois sabem que há caroço nesse angu. Não é possível fazer a transferência de dinheiro aos clientes com a forte suspeita de crime.
No meio desse conflito está Claudio Tapia. Preso àquela zona fronteiriça, ele sofre ameaças de todos os lados. Os comerciantes mais abastados e os políticos mais importantes da região o ameaçam se não receberem o seguro. Os chefes na capital exigem uma excelente investigação que coloque um ponto final naquela história. Alguns colegas na seguradora ainda querem puxar o tapete do rapaz para ficar com o cargo de gerente. Para completar a agonia, a esposa de Claudio exige que ele volte imediatamente para casa. Ela não entende que a situação está crítica no interior e que o marido precisou estender a viagem. Em questão de dias, o trabalho dos sonhos do jovem funcionário da Santa Marta Seguros se transforma no pior pesadelo que ele poderia ter.
“A Teoria dos Vidros Quebrados” tem 82 minutos de duração e não empolga o espectador mais exigente. Confesso que saí da sessão bem decepcionado. E não vá dizer que foi o frio de São Paulo que afetou meu julgamento, tá? O novo longa-metragem de Diego Fernández peca tanto em qualidade cinematográfica quanto em qualidade narrativa. Se comparado aos principais títulos recentes do cinema uruguaio, ele não consegue chegar perto de "Sr. Kaplan" (Mr. Kaplan: 2012), "O Banheiro do Papa" (El Baño del Papa: 2007) e “Whisky” (2004), três comédias dramáticas de grande excelência que conquistaram elogios dentro e fora das fronteiras do Uruguai no século XXI.
Quando comparado aos melhores filmes dos países vizinhos, aí a coisa complica ainda mais para “A Teoria dos Vidros Quebrados”. O thriller cômico de Fernández não possui o humor afiado de produções como “A Odisseia dos Tontos” (La Odisea de Los Giles: 2019), “Minha Obra-Prima” (Mi Obra Maestra: 2018) e "O Cidadão Ilustre" (El Ciudadano Ilustre: 2016) nem o suspense de "Neve Negra" (Nieve Negra: 2016), “Bacurau” (2019), “O Clã” (El Clan: 2015) e “Morto Não Fala” (2019).
Repare que para a minha comparação não ficar muito desleal, só listei longas produzidos pelas nações do Mercosul nos últimos sete anos. Por esse rápido recorte, dá para perceber que o cinema brasileiro e, principalmente, o cinema argentino estão pelo menos um degrau acima daquele realizado no Uruguai. Espero que nossos vizinhos ao Norte do Rio da Prata não se ofendam com minha constatação, por favor! Afinal, eles ainda continuam tendo o melhor churrasco e o melhor doce de leite do nosso continente. Saiba que os argentinos e os gaúchos não fazem frente à gastronomía uruguaya!
Mesmo não sendo um filmão (daqueles memoráveis que vamos nos lembrar daqui a alguns anos), “A Teoria dos Vidros Quebrados” tem seus méritos. O primeiro deles é a mistura de gêneros cinematográficos. Além de mesclar suspense (a pegada é similar às narrativas policiais) com comédia, temos doses generosas de musical (sim, musical!), faroeste (ao melhor estilo Western Spaghetti), crítica social (acredite se quiser: os uruguaios conseguem reclamar de seu país!) e elementos oníricos. Para completar o inusitado mix estilístico, o longa-metragem de Diego Fernández ainda flerta com a dinâmica das produções B e do gênero brega. É incrível e corajoso esse tipo de miscelânia em uma produção cinematográfica contemporânea. Confesso que essa característica foi a que mais gostei.
Quando digo que há várias cenas que se assemelham aos musicais, não estou exagerando (apesar de não podermos chamar “A Teoria dos Vidros Quebrados” de musical). A história do longa-metragem simplesmente para e aí assistimos a uma espécie de coletânea de videoclipes com os dramas do protagonista. Essas passagens são muitas vezes as mais cômicas do filme (se bem que não rendem ruidosas nem longas risadas). O mais interessante é verificar o gênero musical escolhido para representar a agonia de Claudio Tapia. As canções lembram muito o Brega Romântico e o Vanerão (que no Uruguai deve ter outro nome). Se esses estilos soam estranhos em um primeiro momento, eles se casam perfeitamente com a proposta estilística da produção de Fernández. O humor exalado pelas cenas musicais compensa a interrupção do ritmo narrativo da trama (esses trechos são quase como respiros dramáticos do enredo).
Não por acaso, a trilha sonora (repleta de paródias musicais) do uruguaio Gonzalo Deniz e as cenas musicais (com um jeitão de produção trash) são realmente um capítulo à parte em “A Teoria dos Vidros Quebrados”. Esse é justamente um dos componentes mais originais do longa-metragem. O único problema desse recurso é que a ideia foi infinitamente superior à execução. A sensação que tive durante a sessão é que algo não saiu tão impecável quanto Diego Fernández planejou.
Como o conflito de “A Teoria dos Vidros Quebrados” se passa essencialmente no rincão uruguaio, mais especificamente na fronteira com o Brasil, há a sensação de que o cenário retratado é uma espécie de terra sem lei – região onde as autoridades nacionais não chegam e a violência é o principal recurso de quem precisa sobreviver. Não por acaso, temos uma forte estética dos Faroestes. O tom de Western aparece nas tomadas de câmera (zoom, congelamento dramático das cenas e tomadas gerais da paisagem interiorana), na ambientação (com muita poeira, cidades pequenas, desabitadas e perigosas, vegetação quase desértica e clima hostil) e nos tipos mais comuns da sociedade do Velho Oeste norte-americano (o delegado/xerife, o deputado/prefeito, os pequenos comerciantes, o jornalista, a dama liberal, o forasteiro cosmopolita e os jovens arruaceiros).
Por falar nas personagens, elas são normalmente caricatas. Se do ponto de vista da narrativa esse é um aspecto negativo do enredo (além de não trazer tanto humor ao filme como imaginei), pela perspectiva da estética cinematográfica ele faz todo o sentido. Afinal, estamos em uma paródia musical do faroeste, né? As figuras retratadas de maneira plana em “A Teoria dos Vidros Quebrados” são típicas do gênero emulado, mas inseridas no contexto do interior uruguaio (a graça está justamente aí). Por isso, o humor que elas representam é extremamente sutil (diria que sutil demais para os espectadores médios...). Se você não achar as cenas e a história do longa-metragem tão engraçadas assim, não se culpe, por favor. O problema não é do público e sim do nível cômico (diria que mais introspectivo do que aquele normalmente encontrado no cinema comercial).
Um dos pontos altos do enredo foi a escolha do protagonista. Nosso herói é um perito de seguros. Adorei essa opção narrativa! Note que normalmente as tramas policiais são capitaneadas por um detetive particular, um policial, um jornalista ou um curioso qualquer. Aqui não. O trabalho de um profissional da área de seguros, atividade normalmente pouco interessante aos olhos da sociedade, ganha contornos emocionantes e perigosos. Adoro encontrar elementos inovadores na estrutura ficcional. Confesso que não me recordo de ter visto uma personagem principal com a mesma profissão de Claudio Tapia na literatura, no cinema ou no teatro. Legal isso, né? Jamais veremos o trabalho de um perito de seguros com os mesmos olhos depois desse longa-metragem.
Além da falta de um humor mais acentuado (eufemismo para dizer que não é uma comédia das mais engraçadas), senti falta de um desfecho realmente interessante. A construção do mistério é boa. Do ponto de vista do suspense, a primeira metade do filme é até satisfatória. O problema é o desenlace pueril e um tanto óbvio de “A Teoria dos Vidros Quebrados”. Não temos grandes surpresas nem muitas reviravoltas na segunda metade da produção, ingredientes fundamentais dos melhores thrillers cinematográficos.
Veja o trailer de “A Teoria dos Vidros Quebrados” (La Teoria de Los Vidrios Rotos: 2021):
Em suma, “A Teoria dos Vidros Quebrados” é uma produção que se destaca pela proposta estética. Convenhamos: não é todo o dia que assistimos a uma versão contemporânea e cômica de um Western Spaghetti uruguaio com elementos oníricos, musicais e de suspense policial. Entretanto, não podemos dizer que o novo filme de Diego Fernández possua qualidades cinematográficas que o permitam disputar em reais condições a estatueta do Oscar na categoria Melhor Filme Internacional. Aí já é acreditar em milagre (algo difícil de acontecer no Uruguai, país com a população com maior índice de ateísmo da América Latina).
Na minha opinião, “A Teoria dos Vidros Quebrados” não é nem mesmo superior a títulos como "Sr. Kaplan", "O Banheiro do Papa", “Whisky” e “Uma Noite de 12 Anos” (La Noche de 12 Años: 2018), produções uruguaias que conquistaram as plateias internacionais nos últimos anos, mas que ficaram longe, muito longe de chegar às finais do Oscar.
Se o frio de sua cidade não for tão desencorajador (parece que a massa de ar polar está indo embora do Sudeste do Brasil), até vale a pena conferir esse novo longa-metragem nos cinemas. Agora, se a friaca for daquelas que provocam calafrios na alma, talvez haja programas cinematográficos ou culturais mais interessantes à vista.
O que você achou deste post e do conteúdo do Blog Bonas Histórias? Não se esqueça de deixar seu comentário. Se você é fã de filmes novos ou antigos e deseja saber mais notícias da sétima arte, clique em Cinema. E não deixe de nos acompanhar nas redes sociais – Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn.