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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 43 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

Foto do escritorMarcela Bonacorci

Dança: Dança Solta - História, características e benefícios dessa modalidade dançante

Conheça a Dança Solta, estilo de dança indicado para todas as idades e que permite grande liberdade de movimento aos seus praticantes.

Dança Solta por Marcela Bonacorci

Não quero parecer egoísta, mas vou falar no post de hoje do Bonas Histórias de uma dança que é uma das minhas queridinhas. Gosto muito dessa modalidade porque ela proporciona inúmeros benefícios à saúde e é indicada para praticantes de todas as idades. Além disso, eu ministro esse estilo diariamente tanto em aulas online quanto em aulas presenciais na minha academia de dança, a Dança & Expressão. Estou falando da Dança Solta, meu assunto nessa edição da coluna Dança.


Em um primeiro momento, esse nome pode causar certa confusão. Dança Solta pode dar a impressão de que representa qualquer estilo de dança que se pratica, como o próprio nome já diz, de forma solta. Aí a pessoa logo pensa: essa é uma modalidade indicada para quem deseja dançar individualmente, não precisando de um parceiro ou de um grupo de dançarinos. Infelizmente, essa ideia é equivocada. Cuidado com as falsas impressões deixadas pelo nome desse ritmo.


No post Primeiros Passos – Dicas para quem quer começar a dançar, eu comentei que uma das maneiras para você descobrir qual é o estilo de dança que melhor irá agradá-lo(a) é se perguntando como você deseja praticar a modalidade dançante: sozinho ou em par? No primeiro caso, temos o Jazz, o Ballet, a Dança Moderna e Contemporânea e tantas outras que praticamos individualmente. No segundo caso, temos os vários estilos de Dança de Salão que são executados em casal. Portanto, se você achar que a

Dança Solta é algo feito exclusivamente sozinho, você pode estar cometendo um erro elementar.


Antes de explicar os detalhes da Dança Solta, gostaria de começar esse debate apresentando como ela surgiu. Assim, tenho certeza de que você entenderá melhor a proposta desse estilo e a sua dinâmica. O precursor da Dança Solta é o professor e coreógrafo Luiz Sander, também conhecido como Mineirinho de Maceió. O apelido veio por ele ter nascido em Minas Gerais e passado boa parte da vida morando em Maceió.

Dança Solta

Como professor de Dança de Salão, Mineirinho de Maceió foi contratado para fazer uma apresentação de Tango em um evento corporativo. No dia e hora agendados, lá estava ele esperando para se apresentar. Porém, sua parceira simplesmente não apareceu. Como tinha sido contratado para entreter os convidados do evento, ele teve que improvisar alguma dança para animar a plateia. Contudo, o dançarino foi além. Ele não apenas dançou como também chamou todo mundo para acompanhá-lo na dança. E o que as pessoas iriam dançar?! Nem o Luiz Sander sabia. Tudo nasceu livremente. O DJ ia soltando algumas músicas, que o Mineirinho de Maceió nem sabia quais seriam, e o professor no palco ia criando alguns passinhos para que o público pudesse repeti-los. Tudo foi feito no improviso e sem uma preocupação formal. O resultado foi uma noite de muita diversão, descontração e alto-astral. E desse jeito meio amalucado nasceu a Dança Solta.


O maior objetivo dessa atividade é que todos possam se soltar, ser livres e não ficar presos às regras e às técnicas da dança. De forma lúdica e alegre, as pessoas aprendem a dançar quase sem perceber. A máxima da Dança Solta é a descontração.


Sabe aquele dia estressante em que você só pensa em como seria bom chegar em casa, colocar uma música para tocar e sair dançando livremente, sem pensar em mais nada? Esse é o clima nas aulas da Dança Solta. Mesmo que as músicas já tenham a coreografia criada pelo professor, ninguém precisa se preocupar com os passos pré-definidos. Eles estão ali quase que disfarçados em movimentos soltos e espontâneos. E quem quiser pode improvisar, o importante é ser feliz em cada passo, em cada batida do ritmo da música. E por falar em ritmos, você deve estar querendo me perguntar: “Marcela, e qual é a música que se dança nessa modalidade?”. A minha resposta é: todas! Isso mesmo – a diversidade musical reina por aqui. De músicas antigas até as mais novas todas são bem-vindas.


A Dança Solta, assim como toda boa dança, proporciona bem-estar físico e mental aos seus praticantes. Em uma aula, dependendo da intensidade que cada dançarino se movimenta, a perda calórica pode variar de 600 a 800 calorias. Essa é uma atividade aeróbica completa, que ajuda a melhorar o condicionamento físico, a coordenação motora e a flexibilidade. Os praticantes dessa modalidade desenvolvem a autoconfiança e melhoram a autoestima.

Dança Solta

A diversidade não se limita apenas às músicas, mas está presente também entre os “soltarinos”, como o Luiz Sander gosta de chamar os dançarinos da Dança Solta. Todas as idades e gêneros podem experimentar e desfrutar dessa dança. A única obrigação aqui é ser feliz e se soltar, sem ficar preso a padrões e regras.


E talvez até por essa razão de não se limitar, de ser livre, sem que haja julgamentos de certo e errado, se está bonito ou não, que um público que se encontrou nessa modalidade é o da Terceira Idade. Nessa fase da vida o que mais as pessoas querem é não ter preocupações, se livrar de toda e qualquer rigidez. E nada melhor do que dançar para isso, né?


A dança é, sem dúvida, uma forma de se envelhecer com mais saúde e qualidade de vida. A Dança Solta é a escolha perfeita para quem quer uma atividade aeróbica de baixo impacto. Nas coreografias, os movimentos são ritmados e se aproximam às ações e aos gestos que fazemos no dia a dia. Com o passar do tempo, naturalmente, nossos corpos e nossas mentes vão passando por transformações. Em algumas fases da vida, essas mudanças são mais discretas e em outras, como na terceira idade, são mais expressivas. É fundamental que a partir dos 60, 65 anos a atividade física seja estimulada constantemente com exercícios que ajudem a minimizar os efeitos do tempo em nossa agilidade, coordenação e condicionamento físico.


Uma pesquisa feita pela faculdade de medicina da Universidade de Washington com pacientes que sofrem de Parkinson revelou que os praticantes de dança reduziram a incidência de quedas e melhoraram o tônus muscular. Além disso, a pesquisa mostrou indicadores positivos nos processos cognitivos dos dançarinos como atenção e memória. Quem dança regularmente ainda apresenta, segundo o estudo norte-americano, melhora dos movimentos em ritmo, velocidade e agilidade.

Dança Solta

No geral, a dança para a terceira idade ainda está relacionada a uma oportunidade de fortalecer o convívio social e de estabelecer novas amizades. Esse fator é muito importante para essa faixa etária, porque assim os dançarinos começam a se sentir parte de um grupo, afastando o sentimento de solidão e de abandono, que é muito comum nessa fase da vida e que pode levar à depressão.


A Dança Solta trabalha a estabilidade motora, o equilíbrio corporal e o ganho muscular, o que previne quedas e fraturas. Através do movimento constante do corpo, com movimentos do nosso cotidiano, há a melhora da coordenação motora e da coordenação viso-motora dos dançarinos. Que tal uma atividade para afastar de vez com o sedentarismo, hein?


Não importa a sua idade, você já pode começar a praticar a Dança Solta agora mesmo. Já estamos terminando o nosso post de hoje do Bonas Histórias, mas ainda quero incentivá-lo(a) a dançar solto e feliz. Vou deixar uma frase de nosso poeta e escritor Augusto Branco: “Não é o ritmo nem os passos que fazem a dança. Mas a paixão que vai na alma de quem dança”.


No mês que vem, voltarei à coluna Dança para apresentar um novo capítulo da série Dançarinas Históricas. No meu texto de outubro, trarei detalhes da vida e da carreira de Martha Graham, bailarina e coreógrafa norte-americana conhecida como a Mãe da Dança Moderna. Nos vemos em breve!


Dança é a coluna de Marcela Bonacorci, dançarina, coreógrafa, professora e diretora artística da Dança & Expressão. Esta seção do Bonas Histórias apresenta mensalmente as novidades do universo dançante. Gostou deste conteúdo? Não se esqueça de deixar seu comentário aqui. Para acessar os demais posts sobre este tema, clique na coluna Dança. E aproveite também para nos acompanhar nas redes sociais – Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn.

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