Após comemorarem o título da Copa Libertadores, os corintianos agora vibram com o iminente rebaixamento do grande rival para a Série B.
1º de setembro de 2012 – sábado
Hoje teve festa no Parque São Jorge. O Timão comemorou o 102º aniversário, talvez o mais alegre de sua história. As celebrações iniciaram-se na noite de ontem com o Coringão Fest, jantar com shows musicais e fogos de artifício para os associados do clube. No sábado de manhã, a festa prosseguiu com desfiles dos esportistas das modalidades terrestres e aquáticas na sede social. Em seguida, uma equipe de corredores do clube, após percorrer a cidade a pé, entregou uma tocha para o presidente corintiano Mário Gobbi. O mandatário alvinegro acendeu a pira instalada ao lado do Parque Aquático. À tarde, as atrações continuaram até culminarem na festa noturna com temática japonesa. As atrações musicais, as opções culinárias e as decorações tiveram inspiração no país sede do Mundial de Clubes da FIFA.
"O Corinthians cresce a cada dia, mês e ano. Não dá pra dimensionar a grandeza do clube. Com isso, a diretoria tem que trabalhar para cuidar e aumentar o patrimônio, que é da torcida e dos sócios. Hoje somos os maiores! O Corinthians é a nossa razão de viver", discursou o presidente alvinegro. "Espero uma invasão corintiana no Japão. Não há limites para a Fiel e tenho certeza (de) que teremos um número grandioso de torcedores por lá. O Japão é um antes da nossa chegada e certamente será outro depois que passarmos por lá", acrescentou Gobbi.
Se a atmosfera no Parque São Jorge era de comemoração e de muita empolgação, no Centro de Treinamento do Corinthians no Parque Ecológico do Tietê, distante alguns quilômetros da sede social, o clima era outro. A alegria dava lugar à preocupação. Afinal, o Timão não ganha há três partidas e enfrentará amanhã o Atlético Mineiro, líder do Brasileirão. O duelo será no Pacaembu.
Para não decepcionar os torcedores, que mais uma vez vão encher o estádio, o técnico Tite anunciou a escalação de força máxima para o confronto entre os alvinegros. Paulo André cumpriu suspensão automática na última rodada e voltará à equipe titular. Já Paolo Guerrero e Jorge Henrique continuam no departamento médico, sendo as únicas baixas da equipe mosqueteira. O argentino Martínez treinou ontem e pode ser relacionado. O camisa 7 deve começar o jogo no banco de reservas. Contra o líder do campeonato, o Corinthians subirá a campo com: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Douglas e Danilo; Emerson e Romarinho.
A vitória amanhã é necessária para levantar o moral dos atletas corintianos e para não estragar a festa de aniversário do clube. Do que adiantaria tanto oba-oba pela comemoração de 102 anos do Corinthians se dentro de campo os jogadores do Timão não conseguirem os três pontos, né? Se não dá para recompensar os torcedores pelas derrotas recentes contra Santos e São Paulo, pelo menos um triunfo contra a equipe mais eficiente do campeonato até esse momento ajudará a apagar as feridas abertas nos últimos clássicos estaduais. Além disso, o êxito no domingo evitará a disparada ainda maior do Atlético Mineiro na ponta do Brasileirão.
2 de setembro de 2012 – domingo
O Pacaembu estava lotado para ver a melhor partida da 21ª rodada do Brasileirão de 2012: Corinthians e Atlético Mineiro. Diferentemente do habitual, as torcidas dos demais clubes do Brasil estavam hoje torcendo pelo Timão. A ideia era ver o líder da competição perder pela segunda vez no campeonato, algo que deixaria a disputa pelo título um pouco mais empolgante. Para isso ocorrer, os jogadores corintianos teriam que jogar muita bola. O Galo Mineiro vinha fazendo campanha excelente e apresentava um ótimo futebol, com muitos gols e belas jogadas.
Sob forte calor em São Paulo, o jogo começou com o Atlético melhor. Mesmo atuando fora de seus domínios, os mineiros pressionavam a equipe de Tite. Ronaldinho Gaúcho comandava as ações ofensivas dos atleticanos e deixava seus companheiros em boas condições para marcar. Na primeira grande oportunidade, o meio-campista deixou o centroavante do Galo na cara do gol. Para sorte dos corintianos, o chute não saiu forte e Cássio defendeu.
As melhores chances do Timão no primeiro tempo vieram dos pés de Douglas. Na primeira delas, o Maestro cobrou falta e Paulo André cabeceou para fora. Depois, em chute de longe, o meia mandou por cima da meta atleticana. Na terceira oportunidade, Douglas chutou fraco na pequena área e a bola morreu nas mãos do goleiro adversário. Contudo, a jogada mais perigosa antes do intervalo foi do Galo. Após cruzamento, Cássio se antecipou e abafou a cabeçada do centroavante mineiro. 0 a 0.
O segundo tempo foi mais movimentado. O Corinthians voltou melhor e passou a ditar o ritmo da partida. O meio-campo e o ataque corintianos eram rápidos e as chances de gol começaram a se tornar mais perigosas para os mandantes. Romarinho e Emerson desperdiçaram chutes na frente do goleiro visitante. Aos 18 minutos, Douglas cobrou escanteio da direita. Paulo André desviou de cabeça para dentro do gol. Goooooool do Timão. 1 a 0 para os campeões sul-americanos. Explosão de alegria nas arquibancadas do Pacaembu. E alívio para os torcedores de Fluminense, Vasco da Gama, Grêmio, Internacional e São Paulo que acompanhavam o jogo pela televisão.
Depois do gol, os principais lances foram polêmicos. O juiz não marcou um pênalti claro em cima de Emerson Sheik. Se o árbitro tivesse apitado corretamente, o Corinthians poderia ter liquidado a fatura ali mesmo. Em seguida, não contente com a lambança inicial, o juizão ainda expulsou Emerson injustamente. O camisa 11 recebeu o primeiro cartão amarelo por reclamação e o segundo por ter colocado sem querer a mão na bola. Desesperado com as marcações do árbitro, Tite chiou bastante na beira do campo e foi também mais cedo para o vestiário.
Com um jogador a mais e querendo angariar pontos, o Atlético Mineiro foi para cima nos instantes finais. A defesa corintiana esteve segura e evitou o gol do rival. Resultado no Paulo Machado de Carvalho: Corinthians 1 x 0 Atlético Mineiro. O placar foi bom para o Timão, que voltou a vencer depois de alguns tropeços, e para o campeonato, que se mantém equilibrado e emocionante lá em cima da tabela.
3 de setembro de 2012 – segunda-feira
Com a vitória de domingo sobre o Galo, o Corinthians voltou a 9ª posição no Brasileirão (28 pontos). A campanha corintiana nesse campeonato nacional é modesta: 7 vitórias, 7 empates e 7 derrotas; 22 gols a favor e 21 gols contrários (em 21 rodadas disputadas). Se a chance de título é remota para o Timão (está a 16 pontos do líder), a possibilidade de rebaixamento também é mínima (está a 9 pontos do primeiro clube no grupo do descenso). Ou seja, nem Céu nem Inferno para a Fiel em 2012.
Com tal cenário, a ordem no Parque São Jorge, a partir de agora, é clara: poupar os jogadores para evitar lesões e desgastes excessivos. O motivo é simples: o Timão não disputará mais nada nessa competição. Repare que essa não é a minha opinião, mas a do técnico Tite. O comandante corintiano declarou após o último triunfo: “A gente não vai brigar pelo título, mas a gente quer consolidar o mais alto (nível) possível na competição". Para os próximos jogos, a ideia é, portanto, mesclar titulares e reservas. "Não dá para jogar sempre com a mesma equipe. Até conversei com a diretoria sobre isso. Você não consegue manter o grau de intensidade. Então vai ter que ser utilizada uma grande quantidade de jogadores”, completou Tite.
A utilização dos reservas se faz necessária por outros motivos. A sequência de compromissos da equipe corintiana será muito desgastante em setembro. Serão sete jogos sem intervalo de descanso. O calendário reserva partidas consecutivas aos finais de semana e nos meios de semana. Apesar de não serem longas (Santa Catarina, Rio de Janeiro e Recife), as viagens também atrapalham a recuperação física e emocional dos atletas. Para completar, o elenco corintiano possui muitos jogadores veteranos, mais suscetíveis ao desgaste pelo excesso de partidas. Alessandro, Chicão, Danilo, Douglas, Emerson Sheik e Jorge Henrique já passaram dos 30 anos. Além disso, o excesso de jogos no primeiro semestre começa a ser sentido agora. Vários corintianos têm se machucado e rondam o departamento médico.
Para que no final do ano o Timão esteja completo e inteiro no Mundial de Clubes, o rodízio começará. Na quarta-feira, o compromisso será contra o lanterna do Campeonato Brasileiro, o Figueirense, em Santa Catarina. E no sábado, o duelo será com o Grêmio, terceiro colocado, no Pacaembu. Para esses jogos, muitos jogadores até então preteridos pelo técnico Tite ganharão novas oportunidades. Assim, o Corinthians que veremos em campo em breve deverá mesclar titulares e reservas.
A decisão do treinador corintiano foi embasada nos planos do fisioterapeuta Bruno Mazzioti. "O planejamento é em função da continuidade no Brasileirão até conseguirmos um número razoável de pontos. E isso está longe ainda. Temos de ganhar o máximo de ritmo, como se houvesse a criação de um novo ciclo, em que o objetivo final fosse a manutenção na Série A, cada vez mais perto dos líderes, e o Mundial. Para isso, estamos elaborando uma estratégia que a carga de treinos e jogos não interfira no planejamento", disse Mazzioti, o responsável pela preparação física dos atletas do Timão. Pelo visto, a preparação para o Mundial já começou extraoficialmente no clube do Parque São Jorge.
4 de setembro de 2012 – terça-feira
Agora é oficial. O zagueiro Marquinhos, a grande revelação corintiana nos últimos anos, foi emprestado à Roma. O jovem atleta de 18 anos irá atuar pelo clube italiano até julho de 2013. Ele entende que terá mais oportunidades para entrar em campo lá do que aqui. No elenco do Timão, Marquinhos era o segundo reserva de Tite (Wallace era o primeiro suplente). Na Roma, pela carência de defensores, o novato será o primeiro reserva.
Pelo empréstimo, a Roma pagará quase R$ 4 milhões ao clube do Parque São Jorge. Se ao final da temporada europeia os italianos ficarem com o atleta em definitivo, terão que desembolsar mais R$ 7,5 milhões pela aquisição do passe de Marquinhos. Para fechar o acordo, o Timão renovou o vínculo com o zagueiro. Agora o contrato dele com o Timão irá até abril de 2016.
O negócio foi bom para as três partes. O Corinthians receberá uma boa grana por um jogador reserva. Os números da transação de Marquinhos, em caso de venda futura, serão próximos aos da transferência de Leandro Castán, antigo titular da zaga corintiana. O jovem jogador, por sua vez, poderá adquirir experiência internacional e ganhar maior rodagem. E a Roma terá um atleta com grande potencial em seu elenco.
O ponto negativo dessa história é que perdemos mais um defensor. Castán e Marquinhos foram embora e ninguém foi contratado para substituí-los. Dessa maneira, não podemos ter nenhum zagueiro com problemas até o final do ano. Se Paulo André, Chicão e Wallace se machucarem ou ficarem suspensos, as coisas vão se complicar. Eles precisarão estar inteiros e em forma em dezembro. Para o Mundial Interclubes da FIFA, eu até colocaria cada um dos três em um avião diferente rumo ao Japão. Sabe como é, sempre é bom se precaver, né?
Para o jogo de amanhã, em Santa Catarina, contra o Figueirense, o técnico Tite, conforme antecipado na segunda-feira, começará o rodízio de jogadores. Os atletas poupados serão: Danilo, Paulo André e Alessandro. Os demais ausentes são: Cássio e Paulinho na Seleção Brasileira, Guerrero e Ramirez na Seleção Peruana, Emerson Sheik suspenso e Jorge Henrique machucado. Assim, o time corintiano será formado por: Danilo Fernandes; Guilherme Andrade, Chicão, Wallace e Fábio Santos; Ralf, Guilherme, Edenílson e Douglas; Romarinho e Martínez.
A utilização de vários reservas pelo Corinthians nesse jogo provocou muita reclamação dos palmeirenses. Como o Timão enfrentará o Figueirense, uma das equipes que tentam fugir da zona de rebaixamento, Tite foi acusado de atrapalhar propositadamente o Palestra em sua luta para sair das últimas posições do Brasileirão. Se o Figueira vencer o Timão e o Palmeiras perder para o Sport na quinta-feira, os verdinhos vão dormir na penúltima posição do campeonato. Em outras palavras, a Fiel Torcida ficará feliz com qualquer resultado. Se o Corinthians vencer, ótimo. Se os catarinenses saírem vencedores, os palmeirenses se complicarão ainda mais, o que também é excelente. Pelo visto, 2012 é mesmo o ano que esperávamos há anos.
5 de setembro de 2012 – quarta-feira
O Orlando Scarpelli, em Florianópolis, estava vazio para Figueirense e Corinthians. A torcida da casa não estava nada satisfeita com seu time e não acreditava em uma vitória nessa noite contra os atuais campeões da Libertadores. Maioria nas arquibancadas do pequeno estádio catarinense, a Fiel fazia muito barulho. Pela televisão, era possível ouvir os gritos empolgados dos corintianos presentes.
O jogo começou com um susto para o Timão. No primeiro minuto, a defesa corintiana recuou a bola para Danilo Fernandes. Mostrando pouquíssima intimidade com os pés, o goleiro não dominou bem a bola e quase a colocou para dentro. Ufa! Após a lambança inicial, o Corinthians foi para o ataque. Martínez fez ótima jogada individual e chutou com força no ângulo. A bola só não entrou porque o goleiro catarinense fez belíssima defesa.
O gol corintiano parecia questão de tempo para sair. Romarinho e Martínez tiveram boas chances para marcar. O ex-jogador do Bragantino continuava pecando nas finalizações, enquanto o argentino não conseguia superar o bom goleiro adversário. Quando a superioridade do Timão era mais evidente, o Figueira aprontou. No primeiro ataque da equipe da casa, Fábio Santos tirou a bola em cima da linha do gol de Danilo Fernandes. Na continuação da jogada, Guilherme salvou os corintianos ao desviar o chute adversário que tinha destino certo.
O lance animou os mandantes que passaram a jogar melhor. O Corinthians não teve mais nenhuma oportunidade para marcar na primeira etapa e se limitou a evitar o gol do oponente. A boa atuação da defesa corintiana durou até os 3 minutos do segundo tempo. Em um cruzamento, o atacante do Figueirense completou para as redes. Gol dos catarinenses. 1 a 0 para eles.
O gol obrigou o Timão a sair mais para o jogo. Aí a equipe de Tite voltou a jogar bem. Não é errado afirmar que o segundo tempo foi uma partida de ataque do Corinthians contra a defesa do Figueirense. Douglas e Guilherme, com boas atuações, comandavam o meio de campo corintiano e serviam os atacantes. Quando tinha a chance de chutar ao gol, a dupla de meias também arriscava disparos perigosos. Em uma das melhores jogadas da segunda etapa, Guilherme chutou a bola na trave. No rebote, Edenílson foi abafado pelo goleiro. Alguns minutos mais tarde, Douglas quase empatou em cobrança de escanteio. Por muito pouco, pouco mesmo não saiu gol olímpico. Nos descontos, Romarinho recebeu lançamento na área e chutou forte. O goleiro do Figueira, em noite irretocável, salvou outra vez sua equipe de ser vazada.
Resultado em Floripa: Figueirense 1, Corinthians 0. Foi a primeira vitória dos catarinenses em casa em cima do Timão na história do Campeonato Brasileiro. Com esse placar, a pressão sobre os palmeirenses aumentou sensivelmente. Fui dormir feliz. O Figueira ultrapassou o Palmeiras na classificação e a equipe do Parque Antártica começará a quinta-feira na penúltima posição do Brasileirão. Um cheirinho de Série B paira no ar... Como a vida é doce. Até nas derrotas os corintianos saem felizes.
6 de setembro de 2012 – quinta-feira
Depois de sucessivos adiamentos, resolvi ir ao Parque São Jorge para ver a taça da Liberta. Visitei hoje o Memorial das Conquistas do Timão e lá estava ela: toda bela, graciosa, imponente e mais ou menos inteira. O troféu da Copa Libertadores da América era o centro das atenções no museu corintiano. Confesso que não me interessei por mais nada no Memorial, apenas pelo símbolo máximo da mais importante conquista da história do Sport Club Corinthians Paulista.
Foi um pouco difícil chegar perto da preciosidade. Os visitantes do museu pareciam não querer sair de perto dela. Eles ficavam ao seu redor tirando fotos de todos os ângulos e posições. Algo que deveria durar alguns segundos, demorava quase meia hora. E a fila não caminhava. Evidentemente, ninguém reclamou. À tarde de todos fora reservada apenas para contemplar e reverenciar o troféu da Libertadores.
A conversa entre os corintianos no Memorial das Conquistas era uma só: esse ano o Palmeiras cai para a segunda divisão. A certeza do rebaixamento do grande rival estava evidenciada nas piadas, nos depoimentos apaixonados e na torcida da Fiel. Quem melhor relatou como o Brasileirão de 2012 deveria ser encarado foi o rapaz na minha frente na fila. Ele falou para o amigo: "Eu nem sei quem está brigando para ser campeão (do Campeonato Brasileiro). Quando eu olho a classificação, eu só olho lá para baixo. Vejo quantos pontos o Palmeiras tem da última equipe fora da zona do rebaixamento. Para mim, é isso o que tá valendo".
Gostei dessa perspectiva. Como o Timão está, extraoficialmente, fora de qualquer disputa nacional nesse ano, minha diversão será torcer contra o alviverde da capital paulista. Com tal pensamento, voltei para casa para acompanhar o jogo entre Palmeiras (19º colocado) e Sport Recife (18º). A partida aconteceu no Pacaembu e quem perdesse ficaria na penúltima posição do Brasileirão. Quem vencesse pularia para a 17ª colocação e ficaria a apenas alguns pontos do 16º (com esperanças de sair na próxima rodada da incômoda posição de degola).
No trajeto até minha casa, encontrei vários torcedores do Palestra no ônibus e no metrô. Obviamente, eles iam para o estádio. A fisionomia de todos era de preocupação. Muitos faziam contas e explicavam para os companheiros as possiblidades matemáticas do campeonato. Na hora, me lembrei de que já vivera aquela situação. Em 2007, o ano da triste queda corintiana para a Série B, cansei de fazer contas e de torcer contra os adversários diretos. Tudo em vão!
O jogo dessa noite foi bom. Infelizmente, o Palmeiras venceu os pernambucanos por 3 a 1. O Pacaembu estava lotado de palmeirenses que vibraram muito com os três pontos conquistados. Dessa forma, a equipe paulista ultrapassou o Sport e o Figueirense na classificação, apesar de todos continuarem entre as quatro piores equipes da competição. Já imaginou a decepção dos palmeirenses se o seu time realmente cair, hein? Eles irão da empolgação total pela conquista da Copa do Brasil em julho para o desânimo total em dezembro. Maravilhoso!
7 de setembro de 2012 – sexta-feira
O feriado da Independência do Brasil foi marcado por algumas novidades no Sport Club Corinthians Paulista. De manhã, a diretoria alvinegra confirmou a contratação do experiente zagueiro Anderson Polga. Ele tem 33 anos e vem do Sporting de Lisboa. O defensor ficou famoso por integrar o elenco da Seleção Brasileira que conquistou a Copa do Mundo de 2002. Polga vem para reforçar o Timão no restante do Brasileiro e, principalmente, no Mundial. As saídas recentes de Leandro Castán e Marquinhos deixaram a Fiel Torcida preocupada. Anderson Polga veio de graça para o Timão, pois seu contrato com a equipe portuguesa havia terminado em maio. O único problema é que ele está sem jogar há bastante tempo. Trata-se de um bom jogador, que possivelmente ficará na reserva de Chicão e Paulo André.
O 7 de Setembro de 2012 também foi marcado pelo jogo da Seleção Brasileira em São Paulo. No duelo com a África do Sul, Cássio e Paulinho, os convocados do Timão, começaram a partida na reserva. No segundo tempo, quando o time brasileiro vencia por 1 a 0, o volante corintiano entrou em campo. Porém, não deu para a Fiel Torcida comemorar. Paulinho acabou se machucando. Ainda não chegaram informações sobre a gravidade da contusão. De qualquer forma, a condição clínica do meio-campista já preocupa o departamento médico do Corinthians.
Sem os jogadores selecionados para as Seleções Brasileira e Peruana (Ramirez e Paolo Guerrero foram novamente convocados), com Douglas e Chicão suspensos (tomaram o terceiro cartão amarelo contra o Figueirense) e com Emerson e Jorge Henrique lesionados (para variar!), o técnico Tite terá que se virar para escalar uma equipe minimamente competitiva na próxima rodada. O adversário de amanhã do Timão será o Grêmio. Os gaúchos estão na 3ª posição do Brasileirão e entraram de vez na briga pelo título após incrível arrancada. O tricolor de Porto Alegre foi quem mais pontuou nas últimas dez rodadas e é favorito para o duelo com o Corinthians, mesmo com o jogo ocorrendo em São Paulo.
As novidades do lado paulista são: Júlio César voltará a ser titular do gol alvinegro; Ralf e Guilherme formarão a dupla de volantes; e Edenílson jogará mais uma vez como meia. Após dar lugar a Danilo Fernandes na última rodada, Júlio retorna à meta corintiana. A ideia do treinador é promover um rodízio entre os goleiros reservas quando Cássio não puder atuar. Justo! Já Guilherme, contratado há poucos dias da Portuguesa, foi muito bem no segundo tempo contra o Figueirense e jogará mais uma vez ao lado de Ralf. Nas últimas partidas, Guilherme, que fora contratado para a reserva do camisa 5, tem desempenhado o papel de Paulinho, mais à frente. Como consequência, Edenílson, que seria encarregado de substituir o camisa 8, passou a se posicionar mais perto do ataque, quase como um meia-atacante. Vamos ver se as várias alterações no meio de campo não vão prejudicar o Timão.
Júlio César; Alessandro, Paulo André, Wallace e Fábio Santos; Ralf, Guilherme, Edenílson e Danilo; Martínez e Romarinho. Esse é o Corinthians escalado para pegar o perigoso time do Grêmio amanhã à noite no Pacaembu.
8 de setembro de 2012 – sábado
O sábado à noite não é tradicionalmente reservado para as partidas de futebol no Brasil. Os torcedores não estão acostumados ao horário das 21 horas nesse dia. No ano passado, por exemplo, os jogos agendados para esse período tiveram a menor média de público do Campeonato Brasileiro. Só mesmo a Fiel Torcida para quebrar essa escrita, né? Mais uma vez o Pacaembu recebeu bom público para ver Corinthians e Grêmio. Independentemente do horário e do dia da semana, quase 27 mil pagantes compareceram às arquibancadas para empurrar o Timão.
E rapidamente os torcedores corintianos não se arrependeram do programa alternativo do sábado à noite. Assim como havia acontecido no clássico contra o São Paulo, o Coringão começou a partida com tudo. Um verdadeiro bombardeio no gol adversário ocorreu nos 15 minutos iniciais. Aos 5 minutos, Martínez fez jogada pela esquerda e cruzou para a grande área. Guilherme chutou forte, mas o goleiro gaúcho fez ótima defesa. No rebote, Edenílson pegou a sobra e passou para Ralf. O camisa 5 deu um belo corte no marcador e mandou a bola no ângulo. Indefensável. Golaço de Ralf. Timão 1 a 0.
Aos 10 minutos, Guilherme tocou para Edenílson na entrada da grande área adversária. O meia-atacante ficou dançando com a bola para chamar a marcação. Com isso, Guilherme entrou livre na área. Edenílson passou a bola para o volante, que bateu com categoria para fazer 2 a 0. Era o segundo gol do Corinthians na noite. E era também o segundo golaço que o Pacaembu conferia na partida.
A superioridade corintiana era absurda. Tentando mudar o panorama do jogo, o técnico gremista fez logo de cara algumas substituições. Não deu certo. O Timão continuava melhor. Martínez teve duas ótimas chances para marcar. Na primeira, após receber belo passe de Edenílson, o argentino chutou alto. Fora! Na segunda, o atacante vindo do Vélez passou pela defesa inteira do Grêmio e mandou no ângulo. O goleirão adversário espalmou para escanteio. Uhhhhhhhh!
No primeiro lance do segundo tempo, Romarinho jogou a bola na frente e correu para pegá-la. Nisso, o marcador gaúcho deu um carrinho por trás e pegou as pernas do Iluminado. Pênalti claro! O estádio inteiro viu. Apenas uma pessoa não achou o lance ilegal. E o sujeito cego (ou mal-intencionado) foi justamente o juizão. Absurdo! Aos 15 minutos, em lance fortuito, o Grêmio diminuiu para 2 a 1. Alessandro demorou para acompanhar a linha de impedimento e deixou o atacante oponente em condições para cruzar. Aí o centroavante tricolor cabeceou livre e fez o primeiro dos visitantes.
Com o placar apertado, o Corinthians se fechou na defesa. Guilherme, Ralf e Edenílson, que até então subiam bastante para o ataque, receberam ordens de Tite para só cuidarem da defesa. Até Martínez ajudou lá atrás. A vitória parecia certa. Aos 45 minutos veio o grand finale. O garoto Giovanni, atacante corintiano oriundo das categorias de base e que entrara no finalzinho, fez um golaço. Ele driblou o marcador com o corpo e chutou por cobertura. Timão 3 a 1. Uma vitória feita só com lindos gols.
9 de setembro de 2012 – domingo
É difícil dizer quem foi o melhor em campo ontem. Os três volantes corintianos tiveram desempenhos sensacionais. Além de marcar muito como sempre, Ralf está agora saindo para o jogo e marcando gols. Está virando um volante moderno, como diria Mano Menezes. Espero que o técnico da seleção tenha visto a partida de sábado! Guilherme também mostrou estar à altura dos titulares. O garoto marca forte e tem habilidade para ir à frente. Não foi à toa o seu primeiro gol com a camisa do Timão. Ele já merecia ter marcado contra o Figueirense, na quarta-feira.
Em minha opinião, o principal destaque positivo do duelo com o Grêmio foi Edenílson. Diferentemente dos companheiros de posição que marcaram gols na noite passada, o camisa 21 não balançou as redes. Para falar a verdade, nem precisou. Ele participou das jogadas dos dois primeiros gols e foi um leão quando o Corinthians era ameaçado lá atrás. Quando atuou como meia-atacante, foi bem. Quando voltou um pouco mais e precisou atuar como volante, foi perfeito. O que dizer mais, hein?!
Edenílson Andrade dos Santos é natural de Porto Alegre e tem 22 anos. Ele foi contratado no ano passado pelo Timão após se destacar com a camisa do Caxias. Justamente no Campeonato Gaúcho de 2011, Edenílson foi eleito o melhor segundo volante da competição. A atuação do conterrâneo chamou a atenção do treinador corintiano, que pediu a sua aquisição. E a diretoria alvinegra prontamente o atendeu.
O garoto chegou para ser reserva de Paulinho, o titular absoluto da posição. Aos poucos, Edenílson foi entrando nas partidas e passou a agradar o treinador. Na campanha do título brasileiro do ano passado, o novato atuou várias vezes e em várias posições: primeiro volante, segundo volante, meia e lateral. Aos olhos de Tite, Edenílson era seu curinga pois podia ser utilizado em vários lugares do campo.
No começo de 2012, com a contusão de Alessandro, o técnico corintiano não pensou duas vezes: promoveu o camisa 21 à titularidade da lateral direita. Edenílson entrou muitíssimo bem e não saiu mais no time. Mesmo com a recuperação do capitão, Tite preferiu manter o novo titular durante a Libertadores. Infelizmente, no jogo de volta das oitavas de finais da competição sul-americana, Edenílson quebrou um dedo do pé. A fatalidade ocorreu após forte dividida com o jogador do Emelec no final do primeiro tempo. O atleta corintiano precisou passar por cirurgia e foi cortado da lista da Libertadores (um tal Romarinho entrou em seu lugar...).
Após meses de recuperação, Edenílson quebrou o nariz quando voltava a se condicionar fisicamente. O novo acidente ocorreu nos treinamentos no Parque Ecológico do Tietê. Aí foram mais algumas semanas no DM. Só agora o versátil jogador está retornando às partidas. Com Paulinho na seleção, Ralf evoluindo tecnicamente, Edenílson esbanjando categoria e Guilherme chegando com tudo, o Coringão não tem o que reclamar dos volantes. Até estou mais tranquilo. Se Ralf e Paulinho forem negociados com o exterior, como a imprensa sempre divulga, já temos os substitutos. Agora só falta o Edenílson desencantar e fazer o primeiro gol com a camisa do Timão.
10 de setembro de 2012 – segunda-feira
O grande assunto do futebol nacional na segunda-feira é a situação cada vez mais desesperadora do Palmeiras no Campeonato Brasileiro de 2012. O alviverde da capital paulista perdeu no domingo à noite para o Atlético Mineiro por 3 a 0. Foi um chocolate! Os atleticanos passearam em campo e a goleada poderia ter sido muito maior. Tem sido muito divertido assistir aos jogos dos verdinhos nessa temporada.
Para piorar a situação dos palmeirenses, todos os demais times que lutam para fugir do rebaixamento ganharam pontos na última rodada: o Figueirense (19º) empatou com a Ponte Preta em Campinas; o Coritiba (16º) ganhou em casa do Flamengo; o Bahia (15º) goleou o Vasco no Rio; o Santos (14º) empatou o clássico com o São Paulo; o Sport (17º) levou os três pontos contra o Cruzeiro; e o Atlético Goianiense (20º) empatou com a Portuguesa.
O Palmeiras está na 18ª posição do Brasileirão com 20 pontos. Está 5 pontos atrás do Coritiba (o 16º colocado e primeiro clube fora da zona do desespero). Mesmo faltando ainda muitos jogos para a competição terminar (temos mais 15 rodadas), a possibilidade de rebaixamento dos verdinhos é grande. O quadro sombrio é explicado por duas variáveis: mau futebol desempenhado nesse campeonato (diria nessa temporada inteira) e a matemática cruel (é preciso vencer 8 das 15 próximas partidas – algo difícil para quem só venceu 5 dos 23 jogos até aqui).
Quer ter uma ideia de como o desafio do Palmeiras em se manter na primeira divisão é difícil?! No Jornal da Manhã da Rádio Jovem Pan de hoje, o comentarista Joseval Peixoto brincou com o apresentador do programa. No meio das notícias gerais, ele disse: “Nesta segunda-feira, a grande notícia mesmo é a provável queda do Palmeiras para a Série B no ano que vem. Você sabe qual é a única coisa que pode salvar o Verdão?”. Com a resposta negativa do colega, Joseval prosseguiu: “O martelo!”. “Como assim o martelo???”, indagou-se o narrador. “É o martelo. O palmeirense tem que pegar um martelo, ir à igreja, despregar O HOMEM da cruz e pedir para ele salvar seu time. Só ELE poderá salvar o Palmeiras nesse ano”.
A segunda-feira terminou com o amistoso da Seleção Brasileira. O jogo foi contra a China em Recife. Os jogadores comandados pelo técnico Mano Meneses não tiveram nenhuma dificuldade para vencer o fraco adversário por 8 a 0. Paulinho, machucado no último jogo do Brasil, e Cássio, goleiro reserva, não foram a campo. Assim, os jogadores corintianos não puderam demonstrar seu futebol para o restante da nação. Pelo menos eles não se cansaram desnecessariamente. Ambos poderão entrar em campo na próxima rodada do Brasileirão, na quarta-feira. A única dúvida é Paulinho. Se ele não se recuperar da contusão, não será escalado.
Para quem gosta da seleção, a expectativa é pela nova convocação do treinador brasileiro. Em setembro, o Brasil enfrentará a Argentina em dois jogos pelo Super Clássico das Américas. Como só podem ser chamados atletas que atuam nos dois países, mais corintianos podem vestir em breve a camisa amarelinha. Vamos conferir!
11 de setembro de 2012 – terça-feira
A terça-feira foi marcada pelas comemorações no CT Joaquim Grava. Tudo por causa da nova convocação do Brasil. O Corinthians teve quatro jogadores selecionados pelo técnico Mano Menezes. Os corintianos vão integrar o próximo time nacional que enfrentará a Argentina no Superclássico das Américas. Ao lado do São Paulo, o Timão é a equipe com o maior número de atletas cedidos para a Seleção. Além de Paulinho e Cássio, figuras já pertencentes ao grupo principal do Brasil, agora Ralf e Fábio Santos também vestirão a camisa verde-amarela no duelo sul-americano.
A convocação de Ralf é justa. Diria mais: ela é muito justa, justíssima! O camisa 5 já havia sido chamado para a disputa do Superclássico do ano passado. O nosso Pitbull atuou como titular nos dois jogos contra a Argentina em 2011 e cumpriu muito bem seu papel. Afinal, não sofremos gols nos 180 minutos. A expectativa é que Ralf atue novamente como titular ao lado de Paulinho. O talento e o entrosamento da dupla de volantes do Corinthians serão importantíssimos para a Seleção Brasileira.
A convocação de Fábio Santos, por sua vez, é um tanto polêmica. Tudo por causa do seguinte paradoxo: Fábio não tem talento para figurar entre os melhores da nação. Trata-se de um jogador mediano. Bom às vezes. Nada mais. Assim, sua convocação é uma escolha discutível. Por outro lado, não há nenhum lateral-esquerdo melhor do que ele atuando no país nesse momento. Fábio tem cumprido bem seu papel no Timão. É seguro e eficiente. E se não há ninguém melhor, nada mais correto do que a presença do camisa 6 corintiano no grupo de Mano Menezes. Esse é o paradoxo!
Foi nesse clima de empolgação que os corintianos fizeram o último treino antes do jogo contra a Ponte Preta. O duelo com a Macaca, válido pela 24ª rodada do Brasileirão, será o quarto encontro das duas equipes em 2012 (dois pelo Paulistão e dois pelo Brasileirão). Somente o Santos terá enfrentado mais vezes o Timão nesse ano (cinco partidas entre Paulistão, Brasileiro e Libertadores).
Das novidades corintianas, a mais importante é a escalação da jovem dupla de volantes. Como Ralf está suspenso (três cartões amarelos) e Paulinho voltou machucado dos amistosos do Brasil (não é nada muito grave, mas ele não poderá atuar nessa rodada), Guilherme e Edenílson vão jogar juntos no meio de campo. Vamos torcer para eles repetirem o bom futebol exibido contra o Grêmio.
Se o miolo do meio de campo do Timão não tem as principais peças, nas demais posições teremos força máxima. O Corinthians irá com o seguinte time para o próximo duelo do Campeonato Brasileiro: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Guilherme, Edenílson, Danilo e Douglas; Romarinho e Emerson Sheik.
Se vencer, o Timão pode pela primeira vez no campeonato ultrapassar a 9ª colocação. Toda vez que atingiu essa posição na competição de 2012, a equipe do Parque São Jorge tropeçou e foi ultrapassada por algum adversário. Terminaremos, enfim, a rodada entre os oito melhores do Brasileirão? Essa resposta eu trago amanhã.
12 de setembro de 2012 – quarta-feira
A noite de quarta-feira foi fria em São Paulo. Faz quase dois meses que não chove e a qualidade do ar na cidade está péssima. Mesmo com tudo isso, aproximadamente 20 mil corintianos compareceram ao Paulo Machado de Carvalho para ver o confronto entre o Timão e a Ponte Preta. A equipe de Campinas tem sido a pedra no sapato do Corinthians nos últimos jogos. Eles venceram as duas últimas partidas e eliminaram os atuais campeões brasileiros no Paulistão. Não por acaso, a vontade de ganhar era grande por parte da Fiel Torcida. A única coisa que queríamos era: vingança!
O primeiro tempo foi ruim. Na verdade, foi muito ruim. Péssimo! As equipes brigaram muito pela posse de bola e as divididas fortes preponderaram. As jogadas ficaram basicamente no meio de campo. Nenhum time conseguia penetrar na defesa adversária. O Corinthians errava muitos passes na frente da área da Ponte e os visitantes não conseguiam explorar a velocidade dos seus atacantes.
Só houve uma boa oportunidade antes do intervalo. O centroavante da Ponte recebeu dentro da área corintiana e chutou forte. A bola passou no lado esquerdo de Cássio e saiu. Ufa! O segundo tempo, graças à reza dos torcedores, começou melhor. Fábio Santos fez boa jogada pela esquerda e cruzou. Ninguém aproveitou. A Ponte respondeu. Em dois chutes de fora da área, a Macaca quase abriu o placar. Na primeira, a bola saiu. Na segunda, Cássio fez belíssima defesa.
O gol ponte-pretano amadurecia. E ele apareceu em uma cobrança de falta. Depois de viajar pela área corintiana duas vezes, a bola foi cabeceada pelo zagueiro da equipe de Campinas. Gol da Ponte! 1 a 0. Nossos vilões mostravam mais uma vez força.
Vencendo no Pacaembu, a Ponte Preta recuou. Tite colocou Giovanni e Adilson. O Timão ficou mais ofensivo. Tínhamos praticamente seis atacantes em campo: Emerson, Danilo, Jorge Henrique, Romarinho, Giovanni e Adilson. O volume de jogo dos mandantes aumentou e as chances começaram a aparecer. Giovanni chutou cruzado e a bola passou raspando a trave.
Aos 44 minutos do segundo tempo, em um chute da defesa corintiana para o ataque, Paulo André desviou de cabeça. A bola sobrou na marca do pênalti para Emerson, o mais decisivo dos avantes do Timão nos últimos anos. Aí, meu amigo, não preciso dizer o que aconteceu, né? Sheik chutou e caixa! Goooooooool. O jogo estava empatado. Festa dos corintianos no estádio. E fim de jogo: 1 a 1.
A alegria pelo gol de empate no finalzinho foi proporcional à tristeza pela notícia da suspensão de Emerson. O camisa 11 não poderá entrar em campo nos próximos seis jogos. Ele foi condenado pelo tribunal da CBF por causa da expulsão na partida contra o Atlético Mineiro, quando xingou o juiz. Sem Emerson, o Corinthians perderá força no setor ofensivo. O único consolo é saber que a Ponte Preta não será nosso adversário no final do ano no Japão. Eita time mais encardido esse, Santo Deus!
13 de setembro de 2012 – quinta-feira
A quinta-feira foi incrível. Tudo por causa da derrota do Palmeiras na noite passada. O Verdão perdeu mais uma, dessa vez para o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, por 3 a 1. A vitória carioca foi de virada, com requintes de crueldade e com gritos de "olé" vindos das arquibancadas. Se alguém ainda duvidava da possibilidade de rebaixamento do Palestra, agora a certeza predomina na mente de todos.
Preocupada com a revolta dos torcedores, a diretoria do Palmeiras preparou um esquema especial de segurança para a chegada do time a São Paulo. Curiosamente, a medida foi desnecessária. Os palmeirenses estão tão frustrados com o time, que ninguém perdeu tempo indo ao aeroporto xingar ou brigar com os jogadores.
Para se ter uma ideia do clima de apreensão em São Paulo, os principais jornais paulistas estamparam o drama alviverde logo nas capas. As manchetes nos cadernos de esporte e nas páginas principais dos diários foram monotemáticas. O Estado de São Paulo declarou: "O Palmeiras continua no seu calvário". A Folha de São Paulo foi mais direta: "Ladeira abaixo". O Lance! constatou: "Caindo!". O Jornal da Tarde e o Diário de São Paulo anunciaram, respectivamente: "Está cada vez pior" e "Buraco sem fundo".
O mais divertido da última derrota palmeirense foi a forma pitoresca com que pude assisti-la. Passei os dois últimos dias no hospital sendo acompanhante de uma pessoa muito querida que passou por uma cirurgia. Como não tinha nada melhor para fazer por lá, liguei a TV do quarto à noite para ver Vasco e Palmeiras. Quando o Verdão fez o gol, o silêncio no corredor do hospital foi total. Porém, quando o Vasco empatou logo em seguida, ouvi uns gritos vindos dos quartos ao lado: "Goooooooooooool". Achei graça daquela reação dos meus "vizinhos".
Ainda no primeiro tempo, um enfermeiro entrou no quarto para saber como a paciente estava. Ela estava bem, mas a maior preocupação do profissional da área médica, como pude perceber, estava na televisão. Ao constatar a fisionomia fechada dele, eu perguntei "Pelo visto você é palmeirense, né?". Ele respondeu: "Não, não. Sou corintiano. Estou triste porque o Palmeiras não está perdendo. Eles precisam cair". Aí, quando eu falei que também torcia para o Timão, ele me questionou: "Por que então você não assiste ao jogo no quarto ao lado?". Ele me contou que havia ali um grupo de corintianos assistindo à partida de maneira animada.
Não pensei duas vezes. Conferi a paciente (ela estava dormindo como um anjo) e fui para o quarto vizinho. Apresentei-me como corintiano e fui muito bem recebido pelo grupo. Cerca de três fanáticos alvinegros estavam secando o Palestra (um tinha acabado de ser operado e outros eram visitantes). O enfermeiro aparecia a cada cinco minutos para acompanhar o placar. Na hora do segundo gol do Vasco, a alegria foi geral. No terceiro, o derradeiro da derrota do Verdão, os gritos foram tão altos que a chefe de Enfermagem precisou ir até lá para acabar com a algazarra. Nos minutos finais, cada corintiano teve que assistir à partida no seu quarto.
14 de setembro de 2012 – sexta-feira
Há dois anos, o palhaço Tiririca foi eleito deputado federal com o seguinte slogan: "Pior do que está não fica". Infelizmente para os palmeirenses, essa frase não pode ser repetida agora. A tendência é que as coisas só piorem para os lados do Parque Antártica até o final da temporada. O técnico Luiz Felipe Scolari foi mandado embora do Verdão ontem. O comandante, campeão mundial com a Seleção Brasileira em 2002, é considerado o culpado pela péssima campanha do alviverde no Campeonato Brasileiro de 2012. Obviamente, a culpa não é só dele. Mas como não dá para mandar todos os péssimos jogadores embora, a direção palmeirense preferiu mudar o técnico. Adeus Scolari!
Para agravar o quadro, o próximo jogo do Palmeiras será contra o... Quem você acha que eles poderiam enfrentar em um momento tão delicado, hein? Qual o pior adversário possível para um time em crise, senhoras e senhores?! Sim, os palmeirenses vão encarar o grande rival! No próximo domingo, Palmeiras e Corinthians se enfrentarão. Uma vitória corintiana poderá afundar ainda mais o adversário e colocá-lo em uma das maiores crises da história palestrina. Que delícia!
Para completar o cenário trágico, começam a surgir notícias nebulosas envolvendo a diretoria palmeirense. Sócios do clube, alguns conselheiros e pessoas ligadas à administração contestam várias contratações feitas nos últimos anos. Eles colocam em xeque os estranhos números do balanço financeiro. Também polemizam sobre boa parte dos contratos assinados pelos últimos presidentes palestrinos. Um forte cheiro de escândalo exala nos ares do Parque Antártica.
Portanto, o Palmeiras entrará em campo domingo sem treinador, com a torcida revoltada com os jogadores, com a diretoria brigando entre si, com os associados exigindo mudanças no clube e o time não podendo mais perder pontos. Do outro lado, os corintianos chegam muito felizes e sem qualquer responsabilidade. O jogo será no Pacaembu, a casa alvinegra. Mesmo com o mando de campo do Palmeiras, é inegável que os jogadores do Timão se sintam à vontade no estádio municipal.
Além disso, os atletas do Parque São Jorge não querem decepcionar outra vez a Fiel Torcida. O Coringão perdeu os dois últimos clássicos estaduais (para Santos e São Paulo) e a vontade de voltar a ganhar de um grande rival no Brasileirão é enorme. E nada melhor do que a vitória ser contra o Palmeiras, nosso maior adversário e que corre sérios riscos de cair para a segunda divisão. Uma derrota para o Timão no domingo não rebaixará matematicamente o Verdão. Contudo, o caminho para a Série B ficará muito bem desenhado. Segundo os matemáticos especializados em futebol, hoje o Palmeiras tem 90% de chance de cair. Como é bom falar isso! O Palmeiras tem 90% de chance de ficar entre os quatro últimos colocados no Campeonato Brasileiro e de ser rebaixado. Repito: 90% de chance de ir para a segundona em 2013.
Domingo, a cidade de São Paulo irá parar. Pela primeira vez nos últimos anos, são-paulinos e santistas torcerão pelo Corinthians. Todos juntos contra os palmeirenses!
15 de setembro de 2012 – sábado
Tite é, desde ontem, o treinador mais longevo das principais divisões do futebol brasileiro. Com a demissão de Luiz Felipe Scolari do Palmeiras na quinta-feira e a saída de Marcelo Veiga do Bragantino no meio do ano, o comandante corintiano se tornou o profissional com mais tempo no cargo em nosso país. Apesar de estar há menos de dois anos no Parque São Jorge (iniciou o trabalho em 20 de outubro de 2010), ele se valeu da forte cultura ainda presente nos clubes do Brasil de mandar o técnico embora ao primeiro resultado negativo. O treinador ficar uma temporada inteira no mesmo time ainda é um feito raríssimo e notável por aqui. Dois anos é milagre!
"Dá muita satisfação, orgulho e gratidão. Tenho de agradecer ao Corinthians por acreditar em mim, por ter me dado tempo. Meus bons trabalhos sempre foram de longevidade. Minha carreira foi construída assim. Fico honrado", declarou Tite na sala de imprensa do Centro de Treinamento corintiano.
O vice-presidente do Timão, Luiz Paulo Rosenberg, aproveitou para explicar o que representava para o Corinthians a manutenção por tanto tempo de um profissional como Tite: "Essa é uma das coisas mais diferentes do novo Corinthians para o velho. É essa percepção que o tempo que o técnico fica no clube é patrimônio do clube. Minha confiança no Tite é enorme. Fico triste quando vejo um patrimônio como é o Felipão, deixar de fazer parte da solução. O Palmeiras sabe o que é bom para ele".
Para comemorar o feito profissional, o técnico gaúcho irá interromper momentaneamente o rodízio de atletas que vinha fazendo nos últimos jogos. Tite deverá escalar força máxima no domingo. As ausências serão por causa de contusões e suspensões. Guerrero e Ramirez voltaram machucados da Seleção Peruana. Chicão passou por cirurgia nessa semana e ficará um mês fora dos gramados. Alessandro recebeu o terceiro cartão amarelo no último jogo. E Emerson Sheik, punido pelo tribunal da CBF por ter xingado o juiz na partida contra o Atlético Mineiro, também não estará em campo. Assim, o Timão está escalado da seguinte maneira para o Derby: Cássio; Guilherme Andrade, Paulo André, Wallace e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Douglas; Romarinho e Martínez.
A grande novidade do Palmeiras para o clássico estará no banco de reservas. Sem tempo hábil para contratar um novo treinador, a diretoria palestrina promoveu interinamente o técnico da equipe sub-20. E sabe quem era o treinador palmeirense dos juniores? Narciso! O ex-jogador do Santos foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Junior desse ano como técnico do Timãozinho. Há alguns meses, ele tinha, para surpresa de todos, trocado o Parque São Jorge pelo Parque Antártica. Mal teve tempo de fazer o trabalho nas categorias de base do Palmeiras, Narciso terá agora a chance de estrear como comandante do time profissional. Confesso que fiquei surpreso com a decisão dele de mudar de clube. Sua primeira tarefa na equipe de cima do alviverde será dificílima. Se no primeiro turno nós usamos os reservas e vencemos o Palmerinha, imagine só o que acontecerá agora com os titulares do Timão em campo!
16 de setembro de 2012 – domingo
A torcida palmeirense fez a parte dela. O Estádio Paulo Machado de Carvalho recebeu bom público se considerarmos a situação calamitosa da equipe mandante. Aproximadamente 23 mil pagantes foram ver o clássico entre Verdão e Corinthians. Do lado preto e branco, eram apenas 2 mil corintianos espremidos no setor dos visitantes. Como é estranho ver a Fiel em minoria no Pacaembu, né?
O Derby começou truncado. As disputas se limitavam às ações no meio de campo. Os jogadores entravam forte nas divididas e ninguém queria perder a posse de bola. Não houve qualquer lance de perigo nos 20 minutos iniciais, apenas faltas e muitos cartões amarelos. Os palmeirenses eram os mais nervosos tanto no gramado quanto na arquibancada. O destaque negativo do jogo era Luan, atacante palestrino. Visivelmente transtornado, ele se jogou na área e pediu pênalti aos 17 minutos. Como não foi nada e o jogador reclamou muito, o árbitro o advertiu com cartão amarelo.
Aos 21 minutos, a defesa palmeirense falhou na saída de bola. Romarinho roubou a bola dentro da grande área adversária e mandou para as redes. Gol do Timão. 1 a 0 no clássico. Na hora de comemorar, Romarinho saiu, como de costume, para o lado onde normalmente fica a Gaviões da Fiel. Só que dessa vez o espaço estava sendo ocupado pelos torcedores rivais. Luan ficou inconformado com o que entendeu ser uma provocação do corintiano e partiu para cima do camisa 31. Na confusão, Romarinho recebeu cartão amarelo e Luan foi advertido verbalmente pelo juiz.
Menos de 5 minutos depois, o atacante palmeirense foi expulso. Após entrada violenta em Guilherme em lance sem bola, Luan ganhou o tão aguardado cartão vermelho. Na frente no placar e com um homem a mais, o Corinthians resolveu se fechar na defesa. O Timão saía apenas nos contra-ataques. O Palmeiras só conseguia chegar ao ataque através das bolas paradas. Em duas cobranças de falta, o Verdão quase empatou. Na primeira, Cássio espalmou para fora da grande área. Na segunda, a bola bateu na trave. Vixe!
O Coringão voltou para o segundo tempo com vontade de liquidar logo a fatura. Aos 3 minutos, Romarinho chutou livre na pequena área. Para fora! Quase o segundo gol corintiano no Derby. Aos 8, Douglas recebeu na direita e cruzou para Paulinho cabecear com precisão. Goooooool. 2 a 0 e festa em preto e branco no Pacaembu.
Com a vitória assegurada, o Corinthians recuou ainda mais. O Palmeiras teve pelo menos cinco oportunidades para diminuir, mas falhou em todas. O nervosismo era evidente do lado verde. Com tranquilidade e sem muito esforço, a equipe de Tite bateu o adversário e piorou ainda mais a crise do rival.
Ao final da partida, os palmeirenses externaram a indignação. Cadeiras, copos de água, tênis e tudo mais foram atirados no gramado. Parte da torcida uniformizada invadiu o setor onde os dirigentes palestrinos estavam para agredi-los. Muita gente que vestia a camisa verde chorava. O rebaixamento está muito, muito próximo!
17 de setembro de 2012 – segunda-feira
Com a vitória do Corinthians no clássico, é claro que assisti a todos os programas esportivos. Tanto no domingo à noite quanto na segunda-feira, não desgrudei da televisão. Para o meu espanto, o espaço dedicado ao Timão foi mínimo. O destaque na maioria dos veículos de comunicação foi para a grave situação do Verdão. Vários jornalistas e torcedores, inclusive da própria agremiação alviverde, já consideram a equipe do Parque Antártica como um dos clubes rebaixados nesse ano. Não sei se você se lembra, mas eu estou dizendo isso há algum tempo. O time palmeirense é muito ruim! Eles conquistaram a Copa do Brasil na sorte e pela fraqueza dos adversários.
Para termos ideia do quão séria é a questão, duas das três horas do Mesa Redonda, tradicional programa de TV dominical da Rede Gazeta, foram dedicadas ao Palestra. Os jornalistas debateram a péssima partida do time dirigido interinamente por Narciso e, principalmente, os atos de violência da torcida após o Derby. O Pacaembu foi depredado e a conta do conserto será mandada para o presidente palmeirense. Além disso, diretores do clube foram ameaçados de morte. O restaurante de um vice-presidente foi invadido e destruído por vândalos.
Nessa segunda-feira, o programa Linha de Passe da ESPN Brasil reservou quase uma hora para a crise do Palmeiras. Os comentaristas discutiram se a iminente queda para a Série B irá levar o clube de origem italiana para a falência. Também debateram se a conquista da Copa do Brasil foi decisiva para o rebaixamento. A mesma discussão rolou no rádio. Era só ligar na Jovem Pan durante a programação esportiva para se ouvir falar de Palmeiras, Palmeiras e Palmeiras.
Os corintianos, por sua vez, estão eufóricos. Não há mais nada que nós podemos pedir para Deus. O Timão está a caminho do Japão para o Mundial de Clube e seu rival histórico está seguindo para a Série B. Por falar em viagem para o outro lado do mundo, a FIFA está assustada. Normalmente cerca de 2 mil a 3 mil torcedores dos times sul-americanos e europeus adquirem ingressos para a competição em dezembro. Em menos de 12 horas, os corintianos acabaram com os 10 mil ingressos colocados à venda pela entidade máxima do futebol. E há mais corintianos querendo comprar.
Os dirigentes da FIFA ficaram perplexos com o tamanho da torcida alvinegra. Eles já cogitam colocar mais ingressos à disposição da Fiel. O gerente de futebol do Timão, Edu Gaspar, agendou para os próximos dias uma viagem para a Suíça, sede da entidade, para explicar a real dimensão da torcida e a necessidade de mais entradas.
Talvez o pessoal da FIFA não tenha visto uma reportagem que saiu na semana passada no jornal portenho Cronista. Segundo a pesquisa realizada pela agência argentina de marketing Gerardo Molina/Euromericas e divulgada na imprensa do país de Diego Armando Maradona, o Corinthians possui 30 milhões de fãs no Brasil. Dessa forma, o Timão ocupa o posto de quarto maior clube do mundo em tamanho da torcida. Só perdemos para Flamengo e para os mexicanos Chivas e América. Por essa perspectiva, qual é a surpresa da invasão corintiana ao Japão em dezembro, hein?
18 de setembro de 2012 – terça-feira
Eu poderia falar hoje sobre as músicas que foram cantadas pelos corintianos no final do jogo de domingo. “Arerê, o Palmeiras vai jogar a Série B"; “Ô, você vai cair, Porcô”; e “Sou campeão do mundo e você não conseguiu” eram as melhores.
Poderia comentar as sátiras dos sites de humor que zoam com o Palmeirinha. No Anima Tunes, a animação mais acessada nessa terça-feira foi "Verdão na Série B". Nela, Romarinho aparece cantando a seguinte canção, ao ritmo de Balada de Gustavo Lima: "Galera eu já vou avisando/ Aqui quem fala é o bom/ Se o jogo é contra o Palmeiras/ eu já marco gol/ E se a zaga der mole/ eu já faço a festa/ Até dar olá/eu dou para a torcida do Palestra/ Olha que coisa/ não teve arrancada/ Em todo lugar a feijoada esfaqueada/ Ser Bi da B/ Se o Timão ganhar/ Olha que coisa/ que história mais engraçada/ Nós jogando para a japonesada/ E o Palmeiras na B/ E podem nem voltar/ B, B, B, B, B, B, B, B/ De volta para a Séria B/ B, B, B, B, B, B, B, B/ É o Verdão na Série B".
As declarações mais polêmicas após o clássico foram dadas pela afiada língua de Luiz Paulo Rosenberg, vice-presidente do Corinthians. Lembram-se dele? Ele foi quem disse, na reta final da Libertadores, que o Corinthians era um time medíocre, sem fama internacional. Agora ele aproveita para ganhar moral com a Fiel: "Campeonato Brasileiro sem o Palmeiras é cortar um pedaço do Corinthians. Nós queremos o Palmeiras disputando a competição. Até porque precisamos dos seis pontos que eles nos dão na tabela".
Pensando bem, acho que já falei muito do Palmeiras nos últimos dias. Meu querido e amado O Ano que Esperávamos Há Anos não merece ter tanto espaço sendo ocupado por uma equipe da Série B, né? Por isso, vou evitar falar desse pequeno clube do bairro paulistano de Perdizes. Saiba que vou me esforçar muito para não tratar da crise palestrina por aqui. Afinal, esse é o assunto predileto no momento de dez entre dez corintianos. Mesmo com o meu provável silêncio, por favor, não se esqueçam: a alegria proporcionada pelos tropeções do Palmeirinha aos torcedores rivais, como tudo indica, será crescente até o final de 2012.
Agora vamos voltar a falar do Timão, o time que realmente importa. Com a vitória no Derby, o plano do técnico Tite é alcançar o mais rapidamente possível o número de 45 pontos ganhos na classificação. Com esse patamar atingido, o Corinthians afastará definitivamente o risco de rebaixamento e terminará o campeonato em uma posição digna. Só faltam mais 10 pontinhos para serem conquistados (estamos com 35). Quando isso ocorrer, o treinador corintiano poderá desprezar de vez a competição nacional e escalar os reservas nos jogos finais do Brasileirão. Aí a equipe titular focará exclusivamente nos preparativos para o Mundial Interclubes da FIFA.
Esse planejamento foi apresentado em uma entrevista coletiva pelo Tite. "Depois que (o Corinthians) chegar a esses pontos (45 conquistados) começa outra etapa, sim”, afirmou o gaúcho sem dar mais detalhes sobre o futuro próximo do Timão.
19 de setembro de 2012 – quarta-feira
A quarta-feira não teve jogo do Timão. As atenções dos corintianos mais fanáticos estavam voltadas para as partidas internacionais de hoje. À tarde, o Chelsea entrou em campo pela primeira rodada da Copa dos Campeões da Europa. O futuro adversário do Timão no Japão estreou em casa na fase de grupos da temporada 2012-2013 contra a Juventus. Era uma bela oportunidade para sabermos como nossos futuros adversários estavam. Com esse pensamento, vi o jogo.
Os ingleses jogaram muito bem. Destaque para o brasileiro Oscar, em sua primeira partida como titular dos Blues. O meia fez dois golaços e já demonstrou estar à vontade na nova casa. Outro que foi muito bem foi o belga Hazard. Ramires, Lampard e Terry, a base do time londrino no ano passado, estiveram seguros e foram eficientes. A vitória estava praticamente celada para os atuais campeões europeus com os dois gols de Oscar na primeira meia hora. Entretanto, a Juve foi para o ataque e reagiu. Aí no finalzinho da partida, os italianos chegaram ao empate. 2 a 2 foi o placar derradeiro. O balanço dos 90 minutos é o seguinte: o Chelsea tem um ótimo time, mas é possível sim, senhoras e senhores, o Corinthians derrotá-lo em dezembro.
À noite, o programa foi assistir a Seleção Brasileira enfrentando a Argentina no Superclássico das Américas no Estádio Serra Dourada. A ideia era ver os atletas do Parque São Jorge em um desafio internacional. No lado brasileiro, Paulinho, Ralf e Fábio Santos começaram como titulares. Cássio ficou no banco. No lado oposto, Martínez era o atacante titular. Como é bom ver nossas estrelas sendo protagonistas de suas seleções, né? Paulinho foi disparado o melhor brasileiro em campo. O camisa 8 do Timão roubava as bolas dos adversários, começava as jogadas e ia para o ataque finalizar. Paulinho é o melhor meio-campista do futebol brasileiro e do continente na atualidade. Foi dele o gol de empate do Brasil no primeiro tempo. De cabeça, o volante mandou para as redes.
O Brasil estava perdendo porque Martínez fez o gol da Argentina no começo da partida. O camisa 7 corintiano foi um dos melhores do lado adversário. Seu tento foi um golaço. Ele começou a jogada, passou para o companheiro, correu para a grande área, recebeu a bola matando no peito e disparou uma bomba para o gol. Eu sei que já falei isso por aqui, mas vou repetir: o argentino é craque! Não vai demorar para ele assumir a posição de titular do ataque do Timão ao lado de Emerson. Anote aí essa minha previsão e depois pode me cobrar.
Ralf fez boa partida também. Já Fábio Santos foi discreto. Não se destacou nem comprometeu. Ou seja, jogou como sempre. Nota 6 para ele. O único pesar foi a ausência de Cássio no gramado. O gigante da camisa 1 do Coringão ficou os 90 minutos no banco de reservas. Calma, Cássio, sua vez ainda vai chegar! E para quem tem curiosidade de saber quanto terminou o jogo, o placar foi 2 a 1 para o Brasil. No último minuto do segundo tempo, um brasileiro foi derrubado na grande área e o juiz marcou pênalti. Neymar cobrou e garantiu a vitória verde-amarela em Goiânia. A segunda partida do Superclássico será na Argentina daqui a duas semanas.
20 de setembro de 2012 – quinta-feira
O Corinthians é o atual campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, o principal torneio nacional de garotos até 18 anos. Logo seria de se imaginar que o Timão tivesse vários atletas da categoria de base brilhando no time profissional, né? Essa, infelizmente, não é a realidade. Nenhum titular da equipe de Tite foi formado no clube. O último titular absoluto advindo da categoria de base foi o goleiro Júlio César.
Da nova geração, os mais promissores são o zagueiro Marquinhos, o lateral-esquerdo Denner, o volante Gomes, o armador Matheuzinho e o atacante Douglas. Você se lembra deles? Eu acompanhei de perto a Copinha e descrevi no O Ano que Esperávamos Há Anos as atuações dos garotos. Em janeiro, eles brilharam com a camisa do Timãozinho e viraram profissionais algumas semanas depois de erguer o troféu da Copa São Paulo.
Deles, o único que conseguiu se destacar um pouco mais na equipe do Timão foi Marquinhos. O jovem zagueiro mostrou personalidade e fez boas atuações no Campeonato Paulista. Ele impressionou tanto a comissão técnica que foi até inscrito na Libertadores no lugar do Adriano. Marquinhos chamou a atenção até dos gringos. A Roma o contratou por empréstimo e hoje a promessa corintiana desfila pelos gramados italianos. Dificilmente ele voltará para o Brasil. Seu passe deverá ser comprado pela Roma no final do empréstimo.
A maioria dos promovidos no início do ano também foi emprestada para outras equipes para ganhar experiência. Esse foi o destino de Gomes, Matheuzinho e Douglas. Os dois primeiros vestem a camisa do Bragantino, enquanto o último está no Paraná Clube. Todos disputam atualmente a Série B do Brasileiro. Quem ficou no grupo de profissionais do Parque São Jorge foi o lateral Denner. Ele é o reserva imediato de Fábio Santos. Como o camisa 6 corintiano está suspenso na próxima partida, essa seria a grande chance de Denner estrear no profissional. Contudo, o garoto se machucou e não poderá entrar em campo. O técnico Tite terá que improvisar alguém no setor.
Outros três meninos da base chegaram sem grandes expectativas e conseguiram aos poucos arranjar um espacinho no grupo dos profissionais. Primeiro foram o zagueiro Antônio Carlos e o volante William Arão. O capitão corintiano na Copa São Paulo atuou várias vezes no primeiro semestre e atualmente é figura constante no banco de reservas. O volante também teve chances de mostrar seu valor, inclusive no segundo semestre.
Outro que está mostrando bom futebol é Giovanni. O meia-atacante de 18 anos fez um belo gol na partida contra o Grêmio e tem entrado constantemente no segundo tempo. Ele é atualmente a primeira opção para a reserva de Douglas e Danilo e conquistou o espaço até então ocupado pelo peruano Ramirez. O garoto deverá ganhar mais oportunidades no Campeonato Brasileiro à medida que os principais jogadores do time começarem a ser poupados para o Mundial. Vamos torcer por eles.
21 de setembro de 2012 – sexta-feira
Muita gente fala que o atual time do Corinthians não tem nenhum craque. As frases mais comuns são: "A força do Timão não está na individualidade e sim no conjunto"; "A grande estrela corintiana é o esquema tático, não os jogadores"; e "O mérito do Tite foi montar um elenco de atletas esforçados que compensam a falta de talento com a vontade de correr atrás da bola". Vou ser sincero. Também pensava assim sobre o Corinthians no começo da temporada. Para mim, isso tinha ficado mais evidente no ano passado, na conquista do título do Campeonato Brasileiro. Agora tenho outra opinião. Temos sim um legítimo craque em campo e seu nome é José Paulo Bezerra Maciel Júnior. Ele veste a camisa 8 e todos o conhecem por Paulinho.
Titular da Seleção Brasileira, o volante corintiano de 24 anos evoluiu demais em 2012 e é nesse momento o grande jogador do futebol brasileiro depois de Neymar. Esse fato ficou nítido na partida de quarta-feira contra a Argentina. Paulinho foi o dono do jogo. Sua atuação com a camisa verde-amarela foi primorosa. Quando volta para marcar, dá segurança para o sistema defensivo. Quando avança, constrói as jogadas para os companheiros. Ele também tem excelente finalização, tanto com os pés quanto com a cabeça. Seu gol no jogo não foi fruto do acaso ou da sorte. Foi talento puro!
No Corinthians, Paulinho é o motorzinho da equipe, o pulmão do meio de campo. Ele também é o artilheiro corintiano na temporada. Sim, o jogador que mais fez gols com a camisa alvinegra do Parque São Jorge nesse ano é um homem de contenção e não um atacante. Incrível! Por essas e outras, não entendo o porquê de muita gente ainda insistir que não há um craque no time de Tite. É só abrir os olhos para ver uma estrela com luz própria bem no centro do gramado. Quando o camisa 8 não joga, o Timão cai de rendimento e se torna uma equipe limitada tecnicamente. Quando ele está em campo, o jogo alvinegro flui naturalmente.
Paulinho nasceu na cidade de São Paulo e foi revelado nas categorias de base do Pão de Açúcar (hoje Audax). Ao se profissionalizar, atuou por equipes menores do país até ser negociado aos 17 anos com o FC Vilnius da Lituânia. O volante jogou duas temporadas no Leste Europeu, primeiro na Lituânia e depois na Polônia. Lá sofreu com o racismo. Descontente com o comportamento preconceituoso dos torcedores, Paulinho retornou ao Brasil em 2008. Voltou a jogar pelo Pão de Açúcar, na quarta divisão do Campeonato Paulista. O bom futebol apresentado chamou a atenção do Bragantino. Em 2009, Paulinho foi o destaque da equipe de Bragança Paulista no Campeonato Paulista e no Brasileiro da Série B. No ano seguinte, foi contratado pelo Corinthians como uma das boas promessas do nosso futebol.
Paulinho chegou em 2010 ao Parque São Jorge para ser o reserva de Elias, o segundo volante corintiano na época. Quando o titular foi vendido para a Europa no meio daquela temporada, o atual camisa 8 assumiu a vaga e não saiu mais do time. Hoje, ele é a grande referência técnica do time de Tite. O volante artilheiro é o grande craque corintiano, o melhor atleta do atual elenco do Timão. Se tudo acontecer dentro do previsto, Paulinho deverá ser um dos titulares do Brasil na Copa de 2014.
22 de setembro de 2012 – sábado
Amanhã, o Timão jogará contra o Botafogo no Rio de Janeiro. A partida será transmitida pela televisão aberta e eu vou acompanhá-la de casa. O Bota é um antigo freguês do Corinthians. Apesar de os cariocas terem vencido o confronto do primeiro turno (aquele jogo festivo da entrega das faixas da Libertadores no Pacaembu, quando os jogadores corintianos entraram com a cabeça nas nuvens e tomaram de três), a superioridade dos paulistas nos últimos anos é quase absoluta. Nas partidas realizadas no Rio, o Bota não vence o Timão pela principal competição nacional há sete anos.
Mesmo com o bom retrospecto corintiano, o Bota ainda está na nossa frente no atual Campeonato Brasileiro. O Fogão é o 6º colocado (39 pontos). O Corinthians é o 9º (35). Uma vitória da equipe do Parque São Jorge no domingo permitirá que ganhemos algumas posições e que encostemos de vez na equipe da estrela solitária.
Para o jogo desse final de semana, Tite colocará força máxima. As ausências corintianas serão Chicão (lesionado), Emerson Sheik (suspenso) e Danilo e Fábio Santos (com três cartões amarelos). Sem essas peças, o treinador gaúcho optou pelo esquema tático com três atacantes. Douglas será o meia-armador e o trio de ataque será formado por Romarinho, Martínez e Guerrero. Edenílson será o lateral-direito e Alessandro será improvisado na lateral esquerda (Denner, o lateral canhoto reserva, está machucado).
Será mais uma boa oportunidade para vermos o time com três atacantes. Como já falei inúmeras vezes, essa é a minha formação tática preferida. O Timão fica mais ofensivo. Por consequência, leva muito mais perigo ao gol adversário. É verdade que também fica mais vulnerável na defesa. Mas pelo menos o jogo fica mais bonito, mais aberto, mais agradável de ser visto. Anote aí: Cássio; Edenílson, Paulo André, Wallace e Alessandro; Ralf, Paulinho e Douglas; Romarinho, Martínez e Paolo Guerrero. Esse é o time corintiano escalado para o duelo de domingo no Estádio do Engenhão.
Na última entrevista coletiva antes da partida, Tite deixou clara qual era sua intenção para esse duelo: somar pontos! "A prioridade é alcançar a zona de segurança. Acredito que com mais 10 pontos (totalizando 45) estaremos em uma zona segura. Quando chegarmos nessa situação, vamos começar (a pensar) no Mundial". Com essas palavras, o empate não é considerado um mal resultado pelo nosso treinador.
Do outro lado, a meta é exclusivamente a vitória. O Botafogo disputa com Vasco da Gama, São Paulo, Internacional e Cruzeiro uma vaga na Libertadores do ano que vem. Somente os quatro primeiros colocados do Brasileirão poderão disputar a competição continental na próxima temporada. As vagas de Atlético Mineiro, Fluminense e Grêmio (os líderes do Brasileirão) já parecem encaminhadas. Assim, os botafoguenses vão partir para cima dos corintianos em busca dos três pontos. Algo me diz que será um jogão. Com as duas equipes querendo jogar para frente, não há como não vermos um bom futebol no domingo à tarde.
23 de setembro de 2012 – domingo
Antes da partida entre Botafogo e Corinthians, a repórter de campo da Band foi entrevistar uma personalidade do clube mandante: a gandula Fernanda Maia. Você se lembra dela? A moça dava "assistência" para os jogadores botafoguenses no Campeonato Carioca. Eu já falei dela aqui no O Ano que Esperávamos Há Anos. A gandula continua chamando a atenção nos jogos no Engenhão e até entrevista concede! Têm algumas coisas que só acontecem mesmo no Botafogo.
Quando a bola rolou, os olhares dos torcedores voltaram-se para dentro do campo. Em menos de um minuto, Edenílson cruzou e Martínez cabeceou forte. O goleiro adversário defendeu. Na jogada seguinte, o Botafogo avançou e chutou de fora da área, o que exigiu a intervenção de Cássio. O jogo prometia!
Aos 5 minutos, a defesa corintiana falhou e o holandês Seedorf, o astro botafoguense, completou cruzamento. Bola na rede. 1 a 0 para o Bota. Nem deu tempo para a Fiel ficar triste. Na jogada seguinte, depois de uma cobrança de falta de Douglas, ocorreu um bate-rebate danado na área do Botafogo. Oportunista, Guerrero mandou para a meta adversária. Gol do Timão! Esse foi o primeiro tento do peruano com a camisa 9 do Corinthians. Placar igualado no Rio de Janeiro.
Cinco minutos depois, veio a virada. Após receber excelente passe de Douglas, Romarinho chutou forte. O goleiro defendeu parcialmente e aí os zagueiros do time carioca fizeram duplo pênalti. Tanto Martínez quanto Guerrero foram derrubados quando iam completar para o gol. Na cobrança da penalidade máxima, Douglas estufou mais uma vez as redes. 2 a 1 para o Timão.
O domínio corintiano se manteve até o final do primeiro tempo. Douglas era o melhor em campo e desfilava fazendo ótimas jogadas. O Maestro dava passes milimétricos para os companheiros, roubava bolas, driblava e chutava para o gol. Nota 10 para o camisa 10. Na melhor chance de o Corinthians ampliar, Romarinho cabeceou bem, mas não conseguiu superar o arqueiro do Bota.
O segundo tempo foi chato. O Corinthians se fechou na defesa e o Botafogo não conseguia superar o paredão adversário. A partida caminhava para a vitória de 2 a 1. Nenhum dos dois lados levava perigo. O ataque corintiano cansou e Martínez, Guerrero e Douglas não repetiram as boas atuações da primeira etapa. Por isso, foram substituídos. Aí faltando 15 minutos para o término da partida, Seedorf chutou forte de fora da área. A bola resvalou em Wallace e matou Cássio. Os cariocas empataram. 2 a 2. Os minutos finais foram de pressão da equipe da estrela solitária. Quase eles saíram com a vitória. Tivemos sorte em não tomar o terceiro gol.
Com o empate fora de casa, o Corinthians chegou à sua melhor posição nesse Brasileirão. O Timão é agora o 8º colocado (tem 36 pontos). Só faltam 9 pontinhos na conta de Tite para a equipe corintiana pensar de vez no Mundial. Vamos atrás desses pontos derradeiros, Fiel Torcida!
24 de setembro de 2012 – segunda-feira
Saiu a tabela do Mundial de Clubes da FIFA. O sorteio realizado em Zurique, na Suíça, foi amigável para os corintianos. O adversário mais temido nas semifinais, o mexicano Monterrey, acabou caindo no lado do Chelsea. Ufa! Assim, o Timão só pegará um adversário de bom nível na final. A equipe do Parque São Jorge estreará na competição internacional em 12 de dezembro, em Toyota, contra um time japonês, africano ou neozelandês. O nosso primeiro adversário será definido a partir da oitava de final e da quarta de final. Na outra semifinal, o Chelsea enfrentará o vencedor do duelo entre o campeão asiático e o campeão da América Central e do Norte.
Para ficar mais claro, segue abaixo o chaveamento completo. Os campeões europeus e sul-americanos já começam nas semifinais. Os vencedores das competições asiática, africana e da América Central e do Norte iniciam nas quartas. E o campeão japonês (país sede) e o ganhador da Oceania precisam disputar um jogo preliminar válido pela oitava de final. A grande decisão, provavelmente entre Timão e Chelsea, será em 16 de dezembro em Yokohama.
A torcida corintiana comemorou o cronograma das partidas. Os jogadores, a comissão técnica e os dirigentes do clube paulista preferiram, por sua vez, esconder a empolgação. Edu Gaspar, gerente de futebol, viajou para a Europa para acompanhar o sorteio e declarou após a definição da tabela: "Em se tratando de Mundial, não tem essa de escapou, de ficou melhor ou pior. Ninguém é campeão à toa. Ninguém ganha uma liga à toa. Ninguém vai chegar lá por sorte. É mérito".
A verdade, no entanto, é outra. O Monterrey era um adversário temido pelos corintianos e a comissão técnica já acompanhava vários jogos dos mexicanos. Havia até uma viagem prevista para a América do Norte por parte dos olheiros alvinegros. Eles iam acompanhar o campeão da Concacaf in loco. Agora o planejamento será alterado. Para nossa sorte, o caminho até a decisão do mundial ficou mais fácil. E a chance de um possível vexame corintiano na semifinal diminuiu sensivelmente. Ufa!
25 de setembro de 2012 – terça-feira
Confesso que comprei O Lance! de hoje por causa da capa. A manchete principal do jornal trazia em letras garrafais: "Bi + Fácil". A imagem atrás do título jornalístico era a do distintivo do Corinthians com o planeta Terra no lugar do círculo tradicional. Bela imagem! A corintianada deve ter, como eu, comprado à rodo o diário para saber os detalhes da competição da FIFA no final do ano.
Nas páginas internas, as principais notícias eram em relação ao Mundial de Clubes da FIFA. Os jornalistas de O Lance! não se cansavam de dizer: "com o sorteio realizado no domingo, o caminho do Timão ficou mais fácil até a decisão". Outros alertavam para os perigos da semifinal. A lembrança era do Internacional de Porto Alegre que foi eliminado em 2010 por um time africano, o Mazembe, e nem chegou à final. Só que o Corinthians não é o Inter, diriam os integrantes do Bando de Loucos.
O clima de Mundial já é total entre a Fiel Torcida. A FIFA anunciou a venda de 20 mil ingressos para as duas semifinais, sendo a maioria para brasileiros (leia-se corintianos). A invasão preta e branca vai se anunciando. Para a final, todas as entradas comercializadas no primeiro lote também foram adquiridas por torcedores de Brasil e Inglaterra. A pergunta que fica é: se os estádios japoneses possuem capacidade para 50 mil, 80 mil pessoas, por que é vendida apenas uma fração disso para os torcedores, hein? A FIFA, responsável pela organização do torneio, não é uma entidade muito séria e não duvido que haja maracutaias aí.
Para evitar a frustração de grande parte dos corintianos que deseja viajar para o outro lado do mundo, o gerente de futebol do Timão, Edu Gaspar, fez uma longa reunião na Suíça com os dirigentes da FIFA para entender o problema e para resolvê-lo. "Coloquei a eles sobre a demanda, sobre a falta de informações, e eles disseram que vão colocar tudo a limpo. Já é um passo bacana eles quererem ajudar. Vamos ver se vão atender nossas necessidades realmente", declarou o cartola alvinegro.
Em meio aos preparativos, eu fico imaginando como fica a cabeça dos jogadores. Todo mundo só fala do Mundial, do Chelsea, do título da competição intercontinental e da viagem ao Japão. E eles precisando pensar nos jogos finais do Brasileirão. Convenhamos que as próximas partidas não têm qualquer importância para o Timão. Mesmo sabendo disso, as declarações dos atletas são extremamente diplomáticas. "Sabemos da dificuldade que vai ser (o Mundial), independente do adversário. Mas primeiro é focar no Brasileiro para ficar numa zona de conforto e depois olhar para o Mundial", afirmou Paulinho, o dono da camisa 8 do Coringão.
Repare que o discurso é alinhado ao da comissão técnica. Os jogadores foram orientados para não comentar nada sobre a competição internacional antes do término do Campeonato Brasileiro. Se os profissionais não podem falar, eu como torcedor posso. Queremos o Mundial de 2012!!! Vamos tirar o pé das divididas nos duelos do torneio nacional e vamos nos preparar bem para dezembro, que é o que realmente importa no calendário corintiano. Temos que chegar inteiros e voando no Japão, time!
26 de setembro de 2012 – quarta-feira
A quarta-feira foi de muito trabalho no CT do Parque Ecológico do Tietê. Sem nenhum compromisso do Brasileirão no meio de semana, o elenco corintiano ficou no QG treinando e se preparando para os próximos jogos.
Paolo Guerrero era visivelmente o jogador mais empolgado nas atividades. O peruano fez domingo o primeiro gol com a camisa do Timão e estava radiante. Em seu país natal, o feito do centroavante foi noticiado em manchetes de primeira página nos diários de notícias. Tão importante quanto o gol anotado por Guerrero foi a boa partida feita pelo atacante.
Ciente disso, Tite veio à público afirmar que está pensando em manter o camisa 9 como titular nos próximos jogos (contra Sport em São Paulo e contra o Náutico em Recife). O treinador alvinegro gostou da equipe com um homem de referência na área. O Timão ficou mais ofensivo e levou mais perigo ao gol adversário. Na opinião do gaúcho, Guerrero já teria tido uma sequência maior de jogos se não fosse a contusão recente e as constantes convocações para o time nacional.
Por falar em convocação, Ramirez e Paolo Guerrero foram novamente chamados para defender a Seleção Peruana. Na equipe de Mano Menezes, o único corintiano selecionado foi Paulinho. Os três desfalcarão o Coringão por duas partidas, a 30ª e 31ª rodadas, quando o Timão enfrentará a Portuguesa e o Cruzeiro fora de casa.
Paolo Guerrero já parece adaptado ao Brasil. Ele fala português com os companheiros no dia a dia e essa semana deu entrevista coletiva falando o idioma local com certa desenvoltura. O aprendizado da língua de Camões aconteceu quando o peruano ainda atuava no futebol alemão. Com muitos brasileiros no elenco do Bayern de Munique, entre eles Lúcio e Zé Roberto, jogadores de Seleção Brasileira, Paolo pôde praticar. Perguntado pelos jornalistas como está sendo a experiência de viver em São Paulo e no Brasil, o peruano se saiu com essa: “Escuto um pouco de sertanejo, um pouco de pagode, funk. Tudo um pouco. No Brasil eu gosto de tudo, e fica perto do Peru. Só o trânsito é difícil”. Realmente andar de carro por São Paulo não é fácil.
O camisa 9 foi bem discreto nas primeiras atuações com a camisa do Timão. Entrando geralmente no segundo tempo, Guerrero pouco pegava na bola e não chutava ao gol. Das três partidas realizadas como titular até agora, a evolução do gringo é evidente. Contra o Atlético Goianiense, a atuação foi péssima. Contra o Santos, ele fez jogo razoável. E dessa vez contra o Botafogo foi bem. Ao mesmo tempo em que Paolo está se adaptando aos poucos ao futebol brasileiro e ao estilo de jogar de Tite, o time corintiano também está voltando a saber como atuar com um atleta fixo na grande área adversária. É um aprendizado mútuo.
Vamos ter paciência. Ainda temos dois meses e meio até o Mundial. Enquanto isso, a ideia é que o Corinthians vá evoluindo e os novos contratados possam se ambientar melhor ao clube paulista, à cidade e a proposta de jogo do nosso treinador.
27 de setembro de 2012 – quinta-feira
Os próximos seis adversários do Timão no Campeonato Brasileiro serão: Sport (17º colocado), Náutico (14º), Flamengo (10º), Portuguesa (13º), Cruzeiro (9º) e Bahia (15º). Note que essas equipes estão posicionadas atrás do Corinthians na classificação geral e muitas estão brigando para fugir do rebaixamento. Na teoria, são times mais fracos e que entram como zebras nos duelos com o atual campeão da Libertadores. Na prática, o desespero para fugir da Série B os torna, muitas vezes, oponentes mais duros, principalmente quando atuam em seu território.
Surpreendentemente, o Corinthians tem tido mais êxito no 2º turno quando enfrenta as equipes do alto da tabela. Contra equipes mais fortes, os corintianos entram em campo mais ligados e fazem bons jogos. Por consequência, conseguem ótimos resultados. Quando os adversários são de menor qualidade, o empenho parece menor e os placares são menos favoráveis para a gente. Mesmo assim, o desempenho geral no returno do Brasileirão tem sido positivo. O Timão é o 3º colocado quando consideramos as últimas 7 rodadas. São 12 pontos ganhos (3 vitórias, 3 empates e apenas 1 derrota), com 10 gols a favor e 6 contra. Apenas Bahia e Fluminense, ambos com 14 pontos nesse turno (4 vitórias, 2 empates e 1 derrota), estão melhores.
Se pensarmos bem, outubro deverá ser interessante para a Fiel Torcida. Se o Corinthians jogar bem e conseguir acumular muitos pontos, poderá se isolar na liderança do returno e conseguir mais algumas posições na classificação geral. Talvez a melhor meta para o Timão seja o título simbólico de campeão do 2º turno do Brasileirão. Essa é única conquista possível de ser obtida nesse campeonato.
Se, por outro lado, os triunfos não acontecerem e a equipe comandada por Tite perder alguns dos próximos jogos, também não será nada mal. Com as vitórias dos nossos adversários, iremos ajudá-los a escapar do descenso. E ao ajudá-los, estamos indiretamente atrapalhando um certo clube da cidade de São Paulo de origem italiana da cor verde (que prometi não citar tão cedo nas páginas de O Ano que Esperávamos Há Anos) a permanecer no próximo ano na Série A.
Aconteça o que acontecer, os corintianos estarão felizes. Isso sim é o mais importante! A cada dia tenho mais certeza do quão memorável tem sido a temporada de 2012. Não há a menor dúvida de que esse é o período mais importante da história do Sport Club Corinthians Paulista, o ano tão aguardado pelo Bando de Loucos.
É emocionante imaginar que na segunda metade da década de 1950, durante todos os anos 1960 e em boa parte da década de 1970, os corintianos almejavam um único título para aplacar a longa espera iniciada em 1954. Também é inacreditável a demora de 80 anos até chegarmos ao primeiro título nacional. O primeiro grande troféu internacional, o Mundial da FIFA de 2000, só chegou após 90 anos. Adeus tempos de tristeza! Adeus tempos de sofrimento e de gozação dos rivais! Entramos agora em uma nova era, um período em que o Timão, enfim, brilhará entre os clubes mais importantes e poderosos do futebol mundial.
28 de setembro de 2012 – sexta-feira
A torcida corintiana pode estar empolgada com o time, mas Tite tem problemas para resolver no dia a dia. Emerson, suspenso por seis jogos, completará nesse final de semana a quarta partida de ausência. A diretoria alvinegra até cogitou pedir o efeito suspensivo ou recorrer da decisão do tribunal. Porém, ela preferiu deixar a penalidade como está. É melhor não mexer nesse assunto, pois ao invés de ajudar, a nova decisão dos juízes esportivos pode ser ainda pior para o camisa 11.
Outro que deverá voltar aos gramados no próximo mês é Chicão. Na véspera do clássico contra o Palmeiras, o camisa 3 passou por cirurgia de hérnia. Essa intervenção é igual à realizada pelo técnico no começo do ano. A operação foi um sucesso e o zagueiro já está clinicamente bem. Agora começará os exercícios físicos para retomar a forma aeróbica. Em 20 dias, deverá ser escalado novamente.
Enquanto Chicão espera para voltar, sua vaga está sendo ocupada por Wallace. O baiano foi bem na maioria dos jogos. A única exceção foi na partida contra o Botafogo, no último final de semana. Wallace falhou no primeiro gol dos cariocas e no segundo a bola desviou nele antes de entrar. Para o próximo duelo do Corinthians, havia a expectativa que Wallace fosse suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Afinal, ele deu um pisão no adversário no último Derby. O julgamento, marcado inicialmente para hoje, foi adiado. Se o zagueiro baiano não pudesse jogar, a zaga alvinegra seria completada por Anderson Polga. O recém-contratado treinou a semana inteira entre os titulares e esperava estrear com a camisa do Timão. Não será dessa vez. Wallace está garantido entre os 11 corintianos que começarão o jogo.
Outro atleta que foi destaque nos últimos dias na mídia esportiva foi o goleiro Júlio César. Mesmo tendo perdido a vaga de titular para Cássio no final do Campeonato Paulista, o camisa 1 do Timão segue trabalhando muito, esbanjando profissionalismo e em nenhum momento reclamou da reserva. Pelo contrário. Ele apoiou a decisão de Tite e elogia publicamente o novo titular do gol corintiano.
Nessa semana, Júlio revelou como foram os dias seguintes às falhas do jogo contra a Ponte Preta no Campeonato Paulista: “Poucas pessoas sabem, mas tive gente na porta do meu condomínio esperando meu carro chegar para me ofender e até me agredir”. O goleiro ainda desabafou: “Foi difícil. Já ganhei muitos títulos, mas já perdi muitos outros. Não é um erro que joga tudo por água abaixo. O mundo do futebol gira e ter a família ao seu lado faz toda a diferença".
Se profissionalmente as coisas não estão acontecendo como o goleiro gostaria, sua vida pessoal também está um pouco confusa. A esposa de Júlio, grávida de gêmeos, está internada no hospital. A gestação está com alguns problemas. Assim, o camisa 1 tem passado as noites no hospital preocupado com a família. Eu gosto desse cara. Ele é o mais corintiano dos jogadores do atual elenco do Timão. Infelizmente, ele falhou quando não podia. Agora precisará esperar para mostrar novamente seu valor. Boa sorte Júlio! O tempo será seu melhor amigo.
29 de setembro de 2012 – sábado
O meu sábado foi um tanto diferente. Fui ao Pacaembu no começo da tarde para comprar ingresso para a partida de amanhã entre Corinthians e Sport Recife. Como não havia ido em setembro ao estádio, estava sentindo falta desse tipo de programa. No caminho do ônibus até o Paulo Machado de Carvalho, fui lendo o jornal O Lance! Queria me atualizar com as novidades do Coringão e da nova rodada do Brasileirão.
O Timão foi escalado pelo técnico Tite com: Cássio; Alessandro, Paulo André, Wallace e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Douglas e Danilo; Romarinho e Paolo Guerrero. Enquanto os corintianos vão tranquilos para a partida (precisam de apenas 9 pontos nos próximos 12 compromissos para atingir a meta almejada pela comissão técnica), o Sport está na zona de rebaixamento (precisa vencer de qualquer jeito para sair das últimas posições). Será, portanto, uma partida de opostos.
Antes de comprar a entrada para a partida de domingo, almocei um pastel na banca da feira da Praça Charles Miller. Devidamente alimentado, fui para a bilheteria. Lá percebi que o jogo mais procurado pelos torcedores não era o do Timão. O público presente estava adquirindo ingressos para o duelo de sábado à noite entre Palmeiras e Ponte Preta. A briga para fugir do rebaixamento estava mobilizando os mais fanáticos.
Vendo a cena dos palestrinos interessados em ver o jogo de hoje, revi minha decisão. Pensando bem, a grande partida na cidade de São Paulo nesse final de semana seria mesmo a do nosso rival. Se eles perdessem, a situação iria piorar substancialmente. Enquanto isso, a partida do Timão não modificará em nada o campeonato. Quando chegou a minha vez na fila para comprar o ingresso, pedi uma entrada para o jogo do Verdão. Ao invés de assistir ao meu time no domingo, resolvi acompanhar o Palestra no sábado. Comprei um ingresso para o Tobogã e fui embora. Ficaria no meio dos palmeirenses, mas torcendo, como sempre, contra o alviverde.
Quando o céu escureceu, voltei ao estádio e fui surpreendido pelo bom público. O Pacaembu estava quase lotado. Cerca de 30 mil pessoas compareceram às arquibancadas para apoiar o Verdão. De técnico novo, Gilson Kleina, contratado da própria Ponte Preta, o Palmeiras estava animado. Na última rodada, eles tinham vencido o Figueirense em Santa Catarina. Mesmo ainda na zona do rebaixamento, a contratação do novo técnico e a vitória recente encheram nossos rivais de ânimo.
Para a alegria de quase todos os presentes, o Palmeiras massacrou a Macaca. A Ponte não viu a cor da bola e a goleada palmeirense foi justa. O argentino Barcos fez dois e Marcos Assumpção fez um. A vitória de 3 a 0 foi até pouca. Em 15 minutos já estava 2 a 0. Nem deu para torcer direito contra. Fui embora do estádio arrependido da escolha feita. Deveria ter comprado o ingresso para o jogo do Timão. Se soubesse que o Palmeiras iria vencer tão facilmente, não teria sequer cogitado vê-los. Fazer o quê? Agora é torcer para os adversários diretos do Verdão vencerem e a distância de 5 pontos do Verdão para o primeiro time fora do rebaixamento permanecer intacta.
30 de setembro de 2012 – domingo
O final de semana foi de bom público no Paulo Machado de Carvalho. Se mais de 30 mil palmeirenses (e algum corintiano camuflado torcendo contra o Verdão) tinham comparecido ao estádio municipal no sábado à noite, no domingo à tarde foi a vez dos corintianos encherem as arquibancadas. Quase 29 mil torcedores compraram ingresso para ver Timão e Sport no Pacaembu.
Ontem os torcedores foram embora felizes com o placar de 3 a 0 para os mandantes. Hoje, tal episódio se repetiu. Curiosamente, o placar foi exatamente igual. A diferença é que o massacre agora foi corintiano e não palmeirense. O Sport não viu a cor da bola e o resultado poderia ter sido mais dilatado.
Apesar do domínio do Timão desde os primeiros minutos, a rede não balançou na primeira etapa. Diversas jogadas foram criadas, mas o gol simplesmente teimava em não sair. O primeiro lance de perigo foi criado por Guerrero. O peruano puxou rápido contra-ataque. Após tabela com Douglas, a bola sobrou para Romarinho. O camisa 31 chutou rasteiro para fora. Uhhhhh.
O Corinthians fazia tudo certo. Marcava forte, saía tocando com velocidade e na hora de concluir ao gol quase todos os jogadores se apresentavam para chutar, inclusive os laterais e os volantes. Não é à toa que esse é o melhor time do continente. Com um pouco mais de sorte, a goleada teria se desenhado mais cedo. O goleiro do Sport fez boas defesas nos chutes de Romarinho, Guerrero e Paulinho. Do outro lado, Cássio só assistia ao jogo de braços cruzados.
O segundo tempo começou com a mesma dedicação dos donos da casa. E a bola continuava não querendo entrar. Guerrero perdeu três boas chances na frente do goleiro. O drama acabou com Paulinho. O camisa 8 recebeu a bola de Alessandro, após envolvente troca de passes com Danilo, e fuzilou. Gooooool do Timão. 1 a 0.
A vantagem no placar deu mais tranquilidade aos jogadores comandados por Tite e as oportunidades foram se multiplicando. Em uma delas, Ralf roubou a bola no meio de campo e lançou para Romarinho. O rápido atacante penetrou na área e disparou. Goooooooool. Era o segundo do Timão na tarde de domingo.
Aos 38 minutos, Alessandro (um dos melhores em campo ao lado de Romarinho e Paulinho) fez nova jogada pela lateral direita e cruzou para Guerrero. O peruano perdeu outro gol incrível. No rebote, Romarinho colocou a bola novamente nas redes. 3 a 0 e festa completa no Pacaembu. Em ritmo de treino, o Timão massacrou os pernambucanos.
Com a nova vitória, a equipe do Parque São Jorge alcançou os 39 pontos, mas continua na 8ª posição. Agora faltam apenas 6 pontos para pensarmos só no Mundial. A nota triste da tarde foi que indiretamente ajudamos o Palmeiras. O Sport perdeu e segue nas últimas posições da classificação. Ai, ai, ai.
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Oitava série narrativa da coluna Contos & Crônicas, “O Ano que Esperávamos Há Anos” é o testemunho dos doze meses de 2012. Este relato é uma espécie de diário feito no calor das emoções por um fanático torcedor corintiano. Ele previu as conquistas de seu time do coração naquela temporada que se tornaria mágica. Nessa coletânea de crônicas é possível acompanhar os jogos do Corinthians, relembrar as decisões do técnico, entrar nos bastidores do Parque São Jorge e conhecer a vida dos principais jogadores alvinegros. O leitor também sofrerá com as angústias dos torcedores do Timão, poderá acompanhar o desenrolar dos campeonatos e, principalmente, irá se emocionar com as maiores conquistas futebolísticas desse clube centenário.
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