Falemos mais um pouco, no Bonas Histórias, do Modelo de Análise Estilística de Romances (MAER). Essa matriz de pesquisa, que permite ao analista literário estudar os estilos dos romancistas, é o tema central da terceira temporada da coluna Teoria Literária.
Uma vez compreendidos os Onze Elementos Constituintes do MAER, conforme apresentado no post do mês passado, vamos ao passo seguinte: a aplicação prática do Modelo de Análise Estilística de Romances. O uso dessa matriz por parte do analista literário requer cinco etapas: (1) a Identificação do Tipo de Estudo, (2) as Definições Estatísticas da Pesquisa, (3) a Análise Horizontal, (4) a Análise Vertical e (5) as Conclusões do Estudo. O detalhamento sucinto dessas fases está descriminado no post de junho, chamado de Matriz Completa. Hoje, a ideia é aprofundar nosso debate em direção à primeira etapa do método, a Identificação do Tipo de Estudo.
A primeira fase da aplicação do MAER requer, como seu próprio nome informa, a identificação do tipo de estudo que o analista literário deseja realizar. O Modelo de Análise Estilística de Romances é, obviamente, recomendado apenas para a investigação do estilo dos romancistas. Apesar de existir a possibilidade do uso dessa matriz analítica em outras situações de pesquisa acadêmica, sua finalidade é o estudo exclusivo do estilo literário dos autores romanescos.
A partir desse ponto, o analista deve considerar se seu estudo terá como princípio norteador a teoria literária, a crítica literária ou a historiografia literária. O MAER é aplicável objetivamente aos trabalhos embasados pela teoria literária. Seu uso pela crítica literária é opcional e pela historiografia é aparentemente inviável.
Na sequência, o acadêmico deve verificar os tipos de análise que seu trabalho requer. O MAER é voltado exclusivamente para análises macroestruturais que tenham como foco investigativo aspectos relacionados ao estudo da sintaxe narrativa. Ou seja, se a pesquisa acadêmica tiver como proposta análises microestruturais e/ou estiver voltada para os estudos temáticos ou retóricos, o Modelo de Análise Estilística de Romances não é recomendável.
Portanto, o MAER é aplicável única e exclusivamente ao caso de trabalhos acadêmicos:
- voltados para o estudo estilístico do autor;
- focados no estudo de romances e de romancistas;
- embasados pela teoria literária;
- dirigidos às analises macroestruturais;
- e direcionados ao estudo da sintaxe narrativa.
Se as cinco condições acima descritas forem integralmente cumpridas, a escolha do Modelo de Análise Estilística de Romances como matriz do trabalho acadêmico se mostra aplicável. Dessa maneira, o analista literário pode passar para a próxima etapa da aplicação do método, que é as Definições Estatísticas da Pesquisa. Porém, esse será o assunto de setembro da coluna Teoria Literária. Não perca o próximo capítulo do estudo sobre o MAER. Até lá!
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