Dirigido e roteirizado por Victor Levin e estrelado por Anton Yelchin e Berenice Marlohe, esse longa-metragem apresenta uma inusitada relação amorosa.
Assisti, neste final de semana, a uma comédia-romântica inusitada. "Encontro Marcado" (5 to 7: 2014) é, em minha opinião, uma das melhores produções deste gênero dos últimos anos. Seu roteiro é excelente! O filme surpreende por deixar o espectador sem saber o que vai acontecer e por ironizar as diferenças culturais entre a França e os Estados Unidos. Esta é a opção perfeita para quem não gosta de comédias-românticas e/ou para quem não consegue ver diferenças entre elas.
Só não vá confundir este longa-metragem com seu homônimo mais famoso, a produção de 1998 que tem Brad Pitt e Anthony Hopkins no elenco. Não é este o filme que estou me referindo aqui! O "Encontro Marcado" que estou elogiando (o outro também é muito bom, vale a ressalva) foi dirigido e roteirizado por Victor Levin, norte-americano especialista em comédia-romântica, e foi estrelado por Anton Yelchin e Berenice Marlohe. Talvez seja mais fácil achá-lo pelo seu nome original: "5 to 7". Aí fica mais difícil fazer confusão.
O enredo de "Encontro Marcado" gira em torno da primeira paixão do jovem Brian (interpretado por Anton Yelchin). Ele é um escritor judeu na fase inicial da carreira. Morador de Nova York, o rapaz se apaixona pela estonteante francesa Arielle (Berenice Marlohe), quinze anos mais velha do que ele. Apesar da diferença de idade, a química do casal é imediata e eles passam a se encontrar regularmente sempre no mesmo horário: entre as 17 horas e as 19 horas (ou seja, das cinco da tarde às sete da noite).
A felicidade do casal de namorados é abalada quando Brian descobre que Arielle é casada e tem filhos. O fato de ter um amante é encarado como algo normal e até natural pela francesa. Ela chega a contar essa situação para o marido, que já possui uma amante mais jovem há muitos anos, e até mesmo para os filhos pequenos. Na cultura francesa (segundo o filme), não há nada de errado em se casar com alguém e se apaixonar por outra pessoa. Já na crença do norte-americano Brian, aquilo é abominável. Ele não consegue se colocar no papel de amante. Tudo se torna mais difícil quando o rapaz tenta explicar a situação para os pais, um típico casal judeu tradicional. A cena em que Arielle se apresenta aos sogros, em "um jantar de família", é impagável.
Parte da graça de "Encontro Marcado" está na visão antagônica que franceses e norte-americanos possuem do matrimônio e das relações extraconjugais. De acordo com o roteiro, enquanto os europeus são liberais (e um tanto libertinos), os homens e as mulheres nascidos nos Estados Unidos são mais conservadores. Há várias cenas engraçadíssimas que contrapõem esse choque cultural. O humor aqui é, ao mesmo tempo, sutil e nonsense.
Há outros elementos interessantes que devem ser apreciados neste filme. A trilha sonora, composta por Danny Bensi, é excelente. Os diálogos também são primorosos. A fotografia ajuda a compor o clima de flerte e de paixão entre os protagonistas. E o que falar da beleza da atriz Berenice Marlohe?! Impossível não se apaixonar por ela. Marlohe está perfeita na versão moderna e francesa de "Mrs. Robinson", a mulher madura que age de forma sexy e fatal, seduzindo um rapaz mais jovem e inexperiente.
O que mais gostei deste longa-metragem foi do seu surpreendente roteiro. Victor Levin esteve magnífico do início ao final quando escreveu esta história. Neste filme, somos levados pela trama sem conseguir prever o que vai acontecer. Eu tenho essa mania de tentar imaginar o que irá acontecer na metade final do filme. E em "Encontro Marcado", admito que não consegui sequer rascunhar, em minha mente, um possível fim para essa inusitada narrativa.
O desfecho da trama também é sublime. O roteirista não recai aos escapismos, ao sentimentalismo barato e à artificialidade da ficção para encerrar esta história de amor. Ali tudo é fidedigno e concreto. Este choque de realidade é o que emociona o espectador. Talvez, as pessoas mais românticas e desejosas de finais felizes possam se frustrar um pouco. Mesmo assim, até mesmo elas precisam reconhecer a beleza e o lirismo do encerramento deste longa-metragem.
O único ponto negativo deste filme é o seu nome em português. A tradução para nosso país do título original é péssima. Além de "Encontro Marcado" fazer referência a outro filme, perde-se o apelo das horas da versão em inglês. Das Cinco às Sete, uma tradução mais literal, poderia ser a chave para evitar confusões e aludir ao hábito francês de dar uma "escapadinha" (pulada de cerca) no final da tarde.
Eu, que não sou muito fã de comédia-romântica, adorei "Encontro Marcado". Para mim, este é, sem dúvida nenhuma, o melhor filme deste gênero nos últimos anos. Leve e muito engraçado, ele também é profundo e dramático. Você pode tanto chorar de rir quanto chorar de tristeza com suas cenas. Tudo depende dos acontecimentos que se sucedem em frações de segundos diante dos seus olhos.
Veja o trailer de "Encontro Marcado":
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