É engraçado falar isso, mas assisti na semana passada ao filme "Meu Namorado é um Zumbi" (Warm Bodies: 2012). A graça está no fato que não gosto de histórias de zumbi e não me interesso muito pelas aventuras adolescentes. Contudo, adoro produções de terror e isso acabou pesando para me atrever a ver esta produção.
Dirigido por Jonathan Levine, um diretor em busca de afirmação, "Meu Namorado é um Zumbi" é disparado seu melhor trabalho até aqui. Este longo metragem apresentou bom público nos cinemas mundiais em 2013, ano do seu lançamento. Prova deste fato é que uma continuação está sendo preparada para o ano que vem. Nicholas Hoult e Teresa Palmer formam o casal protagonista desta comédia-dramática. O filme é uma adaptação do livro homônimo escrito por Isaac Marion.
Nesta história, conhecemos um mundo pós-apocalíptico em que a maioria dos seres humanos se transformou em zumbis. A pequena parcela da humanidade que ainda "vive de maneira normal" fica protegida em uma cidade sitiada. É nesta cidade que vive Julie (Teresa Palmer), filha do militar responsável por proteger a população local. A prática é atirar e destruir os zumbis que ousem se aproximar dos humanos.
Por isso, os zumbis vivem no restante do planeta, um lugar obscuro e repugnante. É neste lugar sórdido que vive R. (interpretado por Nicholas Hoult). Ele é um zumbi que sofre pela falta de amizade e se arrepende por ficar comendo carne de humanos.
As vidas de R. e Julie sofrem uma grande reviravolta quando a moça acaba perdida no lado onde os zumbis vivem. Ao invés de matá-la, comendo-a (no sentido original do termo), R. protege a moça. O convívio entre os dois acaba provando para Julie que os zumbis não são tão maus quanto parecem e também mostra para R. que é possível ele voltar a nutrir sentimentos. O conflito maior acontece quando Julie precisa voltar para a sua gente. A separação do casal irá provocar grandes transformações nos dois lados do mundo.
"Meu Namorado é um Zumbi" é um filme interessante. Confesso que gostei muito. O começo é típico de um filme de terror, com cenas fortes de autofagia e antropofagia. Entretanto, à medida que a trama se desenrola, ela passa a ter um enredo de ação. No final, o filme novamente muda de tom, tornando-se romântico. Para mim, a graça deste longa-metragem está exatamente nessa mutação. É raro encontrarmos uma produção tão eclética. Há também algumas cenas de humor, o que deixa a tensa narrativa mais leve.
Além disso, a mensagem de pluralidade e de aceitação às diferenças é bem atual no plano mundial. O diretor consegue transmitir o conceito de convívio entre opostos de forma sutil e engraçada. O relacionamento entre uma moça humana e um zumbi pode ser comparado, por exemplo, com o de um casal interracial, de religiões diferentes, de países distintos ou mesmo formado por integrantes do mesmo sexo. Infelizmente, essas uniões ainda sofrem o preconceito social e são combatidas em algumas culturas.
Gostei de "Meu Namorado é um Zumbi". Ele possui uma narrativa um tanto simples, mas bem executada. As reflexões que podemos tirar dele também ajudam. Os atores são regulares e há uma boa química entre os protagonistas.
É obvio que quando for lançado "Meu Namorado é um Zumbi 2", provavelmente não irei aos cinemas para vê-lo. Este é aquele tipo de história que se encerra no primeiro episódio, sendo sua extensão apenas para angariar mais faturamento com uma nova série comercial.
Veja o trailer de "Meu Namorado é um Zumbi":
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