Demorei para assistir ao filme "O Pequeno Príncipe" (The Little Prince: 2015). Só o fiz na semana passada, no Cinemark do Shopping Tietê Plaza. Acho que ele já esteja até saindo de cartaz. Se ainda estiver nos cinemas, é exibido em poucas salas. Por já conhecer a história de Antoine de Saint-Exupéry, acreditava que não iria me surpreender com este longa-metragem. E me enganei redondamente. Se soubesse que ele era tão interessante, teria ido vê-lo muito antes.
Dirigido por Mark Osborne, cineasta responsável por "Hop - Rebelde Sem Páscoa" (Hop: 2010), "Monstro vs. Alienígenas" (Monsters vs. Aliens: 2009) e "Kung Fu Panda" (Kung Fu Panda: 2008), "O Pequeno Príncipe" é uma animação que mistura o estilo stop-motion para parte da narrativa e a animação digital para outra parte da história. Orçado em 60 milhões de euros, esta produção francesa chegou aos cinemas brasileiros em agosto deste ano.
A história do filme não é o retrato literal da fábula desenvolvida por Antoine de Saint-Exupéry na década de 1940. E aí está a graça desta produção. Ela narra a vida de uma menina que acabou de se mudar com a mãe para uma nova cidade. A mãe da garota é obcecada pelos estudos da filha, obrigando-a a ficar mergulhada nos livros o tempo inteiro. A menina segue em um ritmo frenético de estudos em seu quarto até um acidente ocorrer na propriedade ao lado. O vizinho, um aviador aposentado, ao tentar decolar com sua velha aeronave do quintal de sua casa, acaba espalhando as peças do avião para todos os lados, inclusive para a casa das recém-chegadas na cidade.
Atraída pela figura cativante do bom velhinho da residência ao lado, a garota aos poucos vai abandonando os estudos para aproveitar a companhia do aviador. O ex-piloto conta, então, a história do Pequeno Príncipe. Ele, segundo o filme, é o aviador que conheceu o pequeno personagem da história de Saint-Exupéry. Curiosa para saber o que aconteceu de fato com o menino loirinho da fábula, a menina resolve decolar com o avião a procura do mítico personagem. Aí começam as aventuras de fato do filme.
Não é preciso ter lido o livro para compreender este filme, pois a história de Saint-Exupéry é, em suma, contada pelo aviador para a menina. Assim, o expectador pode se situar na narrativa. Contudo, aqueles que já tiveram bom contato com esta obra irão aproveitar muito mais o longa-metragem, principalmente na última parte quando a continuação da história será contada.
"O Pequeno Príncipe" é um grande filme. Seu principal mérito está em não reproduzir literalmente a narrativa do livro (para isto, prefira o musical homônimo de 1974 com Richard Kiley no papel do aviador, Steven Warnet no papel do Príncipe e Gene Wilder no papel da Raposa), mas permitir aos amantes dessa obra conhecer a continuação desta história clássica. A menina irá descobrir onde está e como vive o Pequeno Príncipe já adulto, após muitos anos da sua visita ao nosso planeta. É incrível esta parte do filme. Repare nos demais personagens da obra escrita que também reaparecem nesta parte da animação. Os últimos 40 minutos são ótimos! Imperdíveis!!!
Durante todo longo-metragem, vivemos a atmosfera da obra de Antoine de Saint-Exupéry. "Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa", "Somente com o coração nós podemos ver com clareza" e "O essencial é invisível para os olhos" embalam a narrativa, conferindo uma carga poética ao enredo. A subjetividade e a profundidade da mensagem não estão aparentes. É necessário um pouco de reflexão por parte do expectador para entender os pontos discutidos pelos personagens (aí os adultos vão aproveitar mais o filme dos que as crianças).
O filme de Mark Osborne tem uma narrativa envolvente e bem construída. Há cenas de ação na medida certa e o humor é bem sutil (como no livro). Ou seja, quem não conhece a história do Pequeno Príncipe irá gostar do filme. E quem já conhece, tem tudo para adorar esta animação.
Veja o trailer de "O Pequeno Príncipe" (The Little Prince: 2015):
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