Ontem, fui ao Centro Cultural do Banco do Brasil, no centro da cidade, ver a exposição "Kandinsky - Tudo Começa Num Ponto". A mostra já passou por outras três cidades brasileiras (Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), atraindo quase um milhão de visitantes. Ela ficará na capital paulista até o dia 28 de setembro.
Para minha surpresa, além das obras de Wassily Kandinsky, pioneiro do abstracionismo, a exposição conta também com a participação de outros artistas russos do início do século XX. São apresentadas mais de 150 peças, entre quadros, objetos, fotos, livros e cartas dos pintores. O acervo vem principalmente do Museu Estatal Russo de São Petersburgo, além de coleções de outros museus russos e da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França. A maioria das obras é das duas primeiras décadas do século XX.
Gostei da exposição. Há belos trabalhos de Kansdinsky, apesar de ter sentido falta das obras mais relevantes do mestre modernista. As telas dos demais artistas russos, que influenciaram diretamente Kansdinsky, também merecem destaque. Repare nas pinturas sobre vidro. São lindas! Há peças populares do norte do país, da região da Sibéria, que marcaram a fase inicial do precursor do abstracionismo e ajudam a entender a relação da arte de Kansdinsky com o misticismo, a espiritualidade, o folclore, a música e os rituais xamânicos de seu país.
A pretensão dos curados da mostra, Evgenia Petrova e Joseph Kiblitsky, é permitir aos visitantes que eles entendam as obras do pintor russo a partir da sua trajetória de vida e da sua relação com a cultura da sua época e do seu país. A proposta é fazer um mergulho no mundo que cercou Kandinsky e o fez conceber sua arte.
"Kandinsky - Tudo Começa Num Ponto" ocupa quatro andares do Centro Cultural do Banco do Brasil da Rua Álvares Penteado. A mostra está dividida em cinco blocos: "Kandinsky e as raízes de sua obra em relação com a cultura popular e o folclore russo", "Kandinsky e o universo espiritual do xamanismo no Norte da Rússia", "Kandinsky na Alemanha e as experiências no grupo Der Blaue Reiter, vida em Murnau", "Diálogo entre música e pintura: a amizade entre Kandinsky e Schonberg" e "Caminhos abertos pela abstração: Kandinsky e seus contemporâneos". Destaque para as pinturas do 4o andar e para as do subsolo.
Reserve ao menos uma hora para percorrer todo o acervo. A entrada é franca. E não se esqueça: a exposição vai só até a próxima segunda-feira, dia 28. Corra se não quiser perdê-la.
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