Cheguei ao quarto e último livro de John Green que me propus a analisar neste Desafio Literário de julho. "O Teorema Katherine" (Intrínseca) foi o segundo livro publicado pelo escritor norte-americano. Após o sucesso inicial de "Quem é Você, Alasca?", em 2005, "O Teorema Katherine" chegou às livrarias no ano seguinte.
Nesta nova história de John Green, Colin Singleton é um adolescente superdotado. Seu QI é superior a 200, o que o torna um prodígio. Ele é extremamente inteligente, sendo capaz de decorar fatos e informações como um computador. Treinado pelo pai desde a mais tenra infância, o rapaz é um nerd que passa várias horas do dia lendo e estudando sem parar.
O problema de Colin está em sua pouca habilidade para se relacionar com as pessoas. Em se tratando de mulheres, ele é uma negação completa. O rapaz só namora meninas com nome Katherine. Ao todo foram dezenove. E a última, por quem ele mais se apaixonou, acabou dando um grande pé na bunda dele (assim como todas as demais fizeram). O trauma e o sofrimento dessa vez foram de mais para Colin. Por isso, ele pegou suas coisas e, ao lado do melhor amigo, caiu na estrada. Sem ter um destino para ir, Colin só queria saber de dirigir seu carro e ir para longe, para tentar esquecer Katherine 19.
Durante a viagem, um pensamento obsessivo passa a frequentar a cabeça de Colin. E se ele conseguisse desenvolver uma fórmula matemática na qual pudesse prever o desfecho dos relacionamentos amorosos? Com essa pretensão em mente e com o histórico de foras levados por todas as suas namoradas, o rapaz tenta encontrar a fórmula mágica do amor.
O enredo de "O Teorema Katherine" é até interessante, mas a execução da história é bem fraquinha. Sem sombra de dúvidas, esse é o pior livro de John Green. Se achei "Quem é Você, Alasca?" muito bom, "A Culpa das Estrelas" bom e "Cidades de Papel" razoável, só posso dizer que "O Teorema Katherine" é ruim.
A sensação de ler "mais do mesmo" também não ajuda. Estamos mais uma vez lendo uma história de um adolescente complexado, cheio de manias, com um problema sentimental (amor não correspondido por uma garota), que decide sair de casa e enveredar em uma viagem reflexiva ao lado do melhor amigo. Praticamente é o quarto livro de John Green com esse roteiro!
É verdade que o livro é engraçado e tem momentos divertidos (principalmente pela forma como Green insere a questão da matemática e pelo paradoxo entre a lógica cartesiana e as imprevisibilidades das relações afetivas). Também gostei muito das notas de rodapé colocadas pelo autor, que trazem leveza e graça à narrativa. Porém, "O Teorema Katherine" não traz nenhuma novidade nem surpreende o leitor (que já leu os outros três livros do autor). Até mesmo os debates pretensiosamente filosóficos propostos por Green parecem, desta vez, repetitivos e pobres conceitualmente.
Ou seja, não gostei deste livro. Talvez se "O Teorema Katherine" fosse a primeira obra lida por mim da lista deste mês, minha opinião a respeito dela pudesse ser diferente. Como não foi, fica aqui registrada a minha grande decepção.
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