Chegamos ao mês de junho e o Desafio Literário agora é outro. Depois de dois autores internacionais (o moçambicano Mia Couto e o inglês Nick Hornby), o escritor que será analisado nos próximos dias aqui no Blog Bonas Histórias é o baiano Jorge Amado. As obras selecionadas para leitura e estudo são: "Capitães da Areia" (Companhia das Letras), publicado originalmente em 1937, "Gabriela, Cravo e Canela" (Companhia das Letras) de 1958, "A morte e a morte de Quincas Berro d'Água" (Companhia das Letras) de 1959, "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (Companhia das Letras) de 1966 e "Tenda dos Milagres" (Companhia das Letras) de 1969.
Jorge Amado nasceu, em 1912, em Itabuna na Bahia. Ainda na infância se mudou para Ilhéus, também no sul do estado. Formado em Direito pela Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro, o baiano jamais exerceu a profissão pela qual se graduou. Preferiu atuar como jornalista e romancista. Muito politizado, Amado também foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1945. Essa associação com os ideais esquerdistas trouxe muitas complicações para o artista. Preso e exilado várias vezes pela ditadura de Getúlio Vargas e, mais tarde, pela dos militares, Jorge precisou morar fora do Brasil por muitos anos.
Casado duas vezes (primeiro com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, e depois com Zélia Gattai, com quem teve dois filhos), Jorge Amado desde muito novo publicou seus romances. Com apenas vinte anos de idade, o baiano teve editado "O País do Carnaval". "Cacau" e "Suor" foram publicados, respectivamente, nos anos de 1933 e 1934. A partir daí, o escritor praticamente lançou um livro por ano. Ao todo foram 49 títulos, sendo os principais sucessos: "Dona Flor e Seus Dois Maridos", "Tenda dos Milagres", "Tieta do Agreste", "Gabriela", "Cravo e Canela" e "Teresa Batista Cansada de Guerra".
Muitas de suas obras foram adaptadas para a televisão, para o cinema e para o teatro, dando uma dimensão maior para o trabalho do escritor. Destaques para as novelas "Gabriela, Cravo e Canela" (tanto na versão da TV Tupi quanto na da Rede Globo) e "Tieta" (também da Rede Globo), para o filme "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e para a peça teatral "Capitães da Areia".
Jorge Amado é considerado o escritor brasileiro mais famoso de todos os tempos, sendo reconhecido e valorizado inclusive internacionalmente. Suas obras foram traduzidas para 80 países, em 49 idiomas. Vários dos seus títulos foram bem sucedidos no mercado externo. Apesar de ter sido superado recentemente em vendas por Paulo Coelho, o baiano se mantém como proprietário do "verdadeiro estilo nacional de escrever".
Seus romances são modernos, ousados e possuem a cara do Brasil. Por isso, o baiano tornou-se a "marca" da literatura brasileira no mundo todo. Voltado essencialmente para as raízes do nosso povo, Amado aborda o cotidiano dos seus conterrâneos, os problemas e as injustiças sociais típicas do país, o folclore, a política, as crenças, as tradições e a sensualidade do povo brasileiro.
Depois de dezenas de prêmios e títulos, Jorge Amado recebeu, em 1994, o Prêmio Camões, maior honraria da Língua Portuguesa concedida a um escritor. Era a coroação definitiva de uma carreira de grande sucesso. Em 2001, após sucessivas internações decorrentes de problemas de saúde, Amado morreu alguns dias antes de completar 89 anos.
Admito (com muita vergonha) que até hoje eu não tinha entrado em contato com nenhuma obra de Jorge Amado. Nem novela, filme, minissérie ou peça teatral eu vi. Trata-se de uma constatação triste. Se eu pudesse explicar de alguma forma essa falha, diria que foi coincidência. Uma triste coincidência. Ou poderia afirmar que faltou oportunidade... Para recuperar o tempo perdido, terei esse mês para ler cinco livros deste autor e analisar suas obras com a profundidade merecida. Assim, poderia tirar essa mácula da minha alma.
Vamos, portanto, parar de papo furado para eu poder mergulhar nos novos livros. Desejem-me boa sorte, por favor!
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