Minha irmã e minha mãe gostaram tanto de ver comigo "As Férias do Pequeno Nicolau" na Reserva Cultural na semana passada (realmente o filme é ótimo!) que pediram para repetirmos a dose novamente nessa semana. Nada como estar de férias, hein?! Para agradá-las, sugeri o filme "O Crítico" (El Crítico: 2013), uma produção argentina do diretor Hernán Guerschuny. Fomos, então, ao Caixa Belas Artes na Avenida da Consolação hoje à tarde para conferi-lo.
O resultado do filme foi um tanto polêmico. Minha mãe não gostou, considerando-o chato e muito parado, principalmente na primeira metade. Ela dormiu na maior parte do tempo. Não sei se o filme era realmente sem graça ou se ela tinha almoçado muito antes da sessão... Minha irmã, por outro lado, gostou. Achou-o engraçado e menos óbvio do que tinha imaginado de início. Eu também gostei bastante. Trata-se de uma comédia romântica muito diferente das do gênero. O longa-metragem argentino brinca com as demais comédias românticas, fazendo várias referências a este tipo de cinema. Ou seja, "O Crítico" venceu a parada por 2 à 1.
Nesta trama, Víctor Tellez (interpretado por Rafael Spregelburd, ator portenho desconhecido por mim até então) é um critico cinematográfico solitário, rabugento e muito exigente. Ele odeia comédias românticas e filmes que vão em direção ao senso comum. Seus filmes prediletos são os antigos, os clássicos do cinema. Víctor raramente concede alguma nota elevada para as novas produções avaliadas. Sua vida mal-humorada, amarga e vazia sofre uma radical transformação quando ele conhece a bela Sofía (Dolores Fonzi é a atriz argentina que foi casada por muitos anos com o ator mexicano Gael Garcia Bernal e se parece fisicamente muito com Ana Paula Arósio). Apaixonado por Sofía, Víctor tenta evitar, sem êxito, que sua vida se transforme em um romance convencional, cheio de clichês e de acontecimentos adocicados iguais aos filmes abominados por ele. A experiência com a bela namorada faz o crítico mudar seu ponto de vista sobre os filmes românticos assistidos, surpreendendo o público e os colegas.
Achei "O Crítico" um filme interessante. Ele não é tão engraçado como poderia (em relação ao número de risadas, "As Férias do Pequeno Nicolau" ganhou de 7 a 1 dele), é às vezes meio parado, mesmo assim o resultado final é positivo. Cheio de citações sobre produções clássicas da Sétima Arte, ele vai agradar aos mais cinéfilos. Ele também diverte quem gosta e quem não gosta das comédias românticas. O final, meio aberto, permite algumas interpretações distintas.
Ainda estou para ver um filme argentino fraco. Saí com esse pensamento do cinema. Mesmo aquela produção que não nos empolga totalmente, está longe de desagradar. Assisti nos últimos meses "Relato Selvagens" (Relatos Salvajes: 2014) e "Sétimo" (Séptimo: 2013) no cinema e assisti em DVD "O Pântano" (La ciénaga: 2001). Minha conclusão: nossos hermanos possuem algumas coisas melhores do que nós, brasileiros. Entre elas estão a carne, os sorvetes, o futebol, o basquete e o cinema. Desculpe os mais nacionalistas, mas preciso me curvar para reconhecer a excelência dos nossos vizinhos nesses produtos gastronômicos, esportivos e culturais.
Veja o trailer de "O crítico":
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