Avancemos ainda mais na compreensão do Modelo de Análise Estilística de Romances (MAER). A ideia é debater, no post de hoje do Bonas Histórias, a Análise Horizontal, a terceira etapa do MAER. Quem chegou agora e não está por dentro do que está rolando nessa temporada da coluna Teoria Literária, eu explico rapidamente. Estamos estudando uma matriz de pesquisa, o tal Modelo de Análise Estilística de Romances, que permite ao analista literário investigar o estilo dos romancistas. Nos últimos meses, apresentamos os Onze Elementos Constituintes do MAER, sua primeira etapa, a Identificação do Tipo de Estudo, e a sua segunda etapa, a Definição Estatística da Pesquisa. Portanto, agora estamos preparados para caminhar mais um pouco.
Estabelecidos o censo/amostra e a amostragem do estudo (estágios da Definição Estatística da Pesquisa), o passo seguinte é realizar a Análise Horizontal dos romances considerados. Cada um dos títulos integrantes do conjunto amostral deve ser estudado individualmente. O analista literário precisa montar um quadro informativo para cada obra investigada. Essa tabela deve levar em consideração a estrutura do MAER. Assim, os Onze Elementos Constituintes do Modelo de Análise Estilística de Romances devem ser identificados obra por obra. Na sequência, o pesquisador acadêmico precisa registrar suas descobertas mais relevantes e inseri-las no quadro analítico.
Esse tipo de análise se chama horizontal, pois o preenchimento da tabela do MAER é feito romance a romance, elemento da narrativa a elemento da narrativa, sem que haja uma relação, por ora, entre os dados coletados. Veja, a seguir, a imagem esquemática de um quadro informativo da Análise Horizontal do MAER.
Em muitos casos, o analista literário precisará adaptar a estrutura de sua tabela para incluir todas as informações importantes que garimpou. Assim, uma alternativa interessante é fragmentar a tabela da Análise Horizontal em diferentes seções temáticas. Por exemplo, no caso de uma análise detalhada sobre as personagens de um romance, pode-se abrir uma tabela apenas para esse assunto, dividindo-a em: protagonista, antagonista e personagens secundárias; e/ou em personagens planas e redondas. Na sequência, pode-se detalhar ainda mais as personagens com o registro de suas características físicas, psicológicas, morais, sociais e ideológicas. Veja, a seguir, dois desses tipos de adaptação.
Precisando de algo mais concreto para compreender a Análise Horizontal? Segue, então, um exemplo prático do preenchimento do último modelo de quadro analítico de Análise Horizontal do MAER. Para tal, usamos como referência o romance “Agosto” (Companhia das Letras), de Rubem Fonseca, e seu protagonista, o comissário Alberto Mattos.
A função da Análise Horizontal, a terceira etapa do Modelo de Análise Estilística de Romances, é catalogar as características mais relevantes de cada romance investigado segundo os Onze Elementos da Narrativa.
Em novembro, retornarei à coluna Teoria Literária para detalhar a próxima etapa do MAER, a Análise Vertical. Não perca as novidades do Bonas Histórias!
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