Quais os procedimentos metodológicos necessários para a realização de uma análise literária que atenda aos fundamentos da Teoria Literária? Esse foi o questionamento que me fiz em abril de 2017 quando iniciei os trabalhos de pesquisa acadêmica no Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS). Naquela oportunidade, estudava, no Projeto de Iniciação Científica, os romances de Rubem Fonseca e procurava um método que me permitisse apontar de maneira objetiva e clara o estilo de suas narrativas ficcionais.
Assim, uma das minhas primeiras tarefas como estudioso da Teoria Literária foi procurar um modelo que pudesse ser usado como matriz analítica pela minha pesquisa. O modelo em questão precisava ser adequado para a análise dos romances, gênero narrativo que estava pesquisando, e, ao mesmo tempo, permitir a identificação das características estilísticas do autor estudado. Com a união dessas duas vertentes, a matriz analítica seria considerada ideal.
Entretanto, dentre as opções avaliadas, não havia um único modelo de análise literária que atendesse concomitantemente aos dois requisitos acima mencionados. No campo do estudo estilístico dos autores ficcionais, havia pouquíssimas matrizes que ofereciam uma investigação objetiva e sistematizada. Quando o foco da pesquisa era, além disso, o estudo da narrativa, as alternativas se tornavam ainda mais limitadas.
Portanto, a melhor solução que encontrei para atender à questão cerne da minha pesquisa acadêmica (como se define o estilo literário de um romancista?) foi desenvolver um modelo próprio de análise literária. A matriz analítica que criei foi concebida a partir do embasamento teórico desenvolvido por outros autores. Assim, ela deve ser encarada mais como uma adaptação dos modelos já existentes do que como a criação de algo novo, totalmente inédito ou elaborado a "partir do zero".
Sua concepção partiu também da premissa de sua aplicabilidade geral e não apenas para seu uso específico naquele trabalho acadêmico que realizava na época. Ou seja, o modelo proposto podia/pode ser utilizado tanto no estudo estilístico dos romances de Rubem Fonseca quanto na investigação do estilo autoral de qualquer outro romancista. Em outras palavras, a matriz apresentada podia/pode ser usada por analistas literários que tenham as mesmas necessidades aqui pontuadas: descobrir as características peculiares de um escritor em meio à publicação de uma série de romances de sua autoria.
Para a melhor caracterização desse modelo analítico, dedicarei um ano inteiro da coluna Teoria Literária, uma exclusividade do Bonas Histórias, à sua apresentação, à sua justificativa e, principalmente, à sua aplicabilidade. Para facilitar a identificação da matriz, foi criada também uma nomenclatura específica para ela. A partir de agora, vamos chamá-la de Modelo de Análise Estilística de Romances. Para facilitar ainda mais sua menção, também podemos nos referir a ela simplesmente pelas suas iniciais: MAER.
Ficou interessado em conhecer o Modelo de Análise Estilística de Romances – MAER? Seja, então, bem-vindo(a) à terceira temporada da Teoria Literária. Vamos apresentar mensalmente, aqui no blog, todos os aspectos constituintes do MAER. Segue, abaixo, o cronograma de posts desse ano sobre o MAER:
- 15 de junho de 2020 - Apresentação.
- 27 de junho de 2020 - Matriz Completa.
- 19 de julho de 2020 - Onze Elementos da Narrativa.
- 16 de agosto de 2020 - Etapa 1 - Identificação do Tipo de Estudo.
- 23 de setembro de 2020 - Etapa 2 - Definições Estatísticas da Pesquisa.
- 19 de outubro de 2020 - Etapa 3 - Análise Horizontal.
- 20 de novembro de 2020 - Etapa 4 - Análise Vertical.
- 30 de dezembro de 2020 - Etapa 5 - Análise Transversal.
- 24 de janeiro de 2021 - Etapa 6 - Conclusões do Estudo.
Não perca as novidades da coluna Teoria Literária de 2020. Bom trabalho e ótimas leituras a todos!
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