Nos últimos anos, eu acabo ouvindo ou lendo a mesma ladainha dos críticos cinematográficos: o Óscar é um evento marcado por ativismo político-ideológico; a festa com o melhor do cinema não é mais como era antigamente; a entrega das estatuetas é uma cerimônia longa e um tanto enfadonha; e cada vez mais a Academia de Los Angeles tem se tornado refém dos gostos populares.
Apesar dessas observações recorrentes, é inegável a manutenção do Óscar como a principal premiação do cinema norte-americano. Se não fosse assim, por que, então, o mundo da sétima arte iria voltar-se todo para a cerimônia anual realizada na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles, hein?! Por isso, não perco meu tempo criticando a relevância deste evento ou debatendo o caráter de suas escolhas. Prefiro investir meus esforços nas análises e na exaltação dos premiados em cada categoria.
Para quem não pôde ficar acordado(a) até tarde para ver a cerimônia do Óscar 2019, o Bonas Histórias traz neste post um pequeno resumo do que aconteceu de mais importante na maior festa do cinema norte-americano. De forma geral, gostei muito do que vi. O evento teve ótimos momentos. A abertura do Queen foi memorável, assim como o dueto de Lady Gaga e Bradley Cooper ao piano. E o que dizer da empolgação de Spike Lee com a sua primeira estatueta, hein?
Achei quase todas as escolhas da Academia acertadas. Não tivemos nesta edição nenhuma grande polêmica que ofuscasse os premiados. Rami Malek era sem dúvida nenhuma carta marcada como melhor ator. Sua atuação como Freddie Mercury em “Bohemia Rhapsody” (2018) é simplesmente magistral, como havia apontado no post sobre esse longa-metragem ainda no ano passado. Já a escolha de Olivia Colman, de “A Favorita” (The Favourite: 2018), pegou muita gente de surpresa (inclusive eu). É uma pena que Glenn Close tenha sido preterida. Infelizmente, só é possível termos um ganhador por categoria.
Se “Roma” (2018) era a escolha óbvia como melhor produção estrangeira, “Green Book: o Guia” (Green Book: 2018) dá sequência a predileção da Academia de Los Angeles por tramas sobre preconceito racial. Vale lembrar que o protesto pesado e justíssimo, em 2016, pela ausência de artistas negros na cerimônia repercutiu de forma decisiva em 2017. Naquele ano, “Moonlight: Sob a Luz do Luar” (Moonlight: 2016) foi escolhido o melhor filme, mesmo não possuindo credenciais suficientes para tal. “Green Book: O Guia”, por sua vez, é realmente o melhor filme do ano, sendo escolhido por seus méritos e não por tendências ideológicas. Minha torcida era por “Bohemia Rhapsody” (2018), “Nasce Uma Estrela” (Star Is Born: 2018) e “A Favorita” (The Favourite: 2018), apesar de reconhecê-los como estando um pouco abaixo do vencedor.
Se “Green Book: o Guia” (Green Book: 2018) levou o principal prêmio da noite (além de mais duas estatuetas: melhor ator coadjuvante para Mahershala Ali e melhor roteiro original para a dupla Nick Vallelonga e Peter Farrelly), o maior vencedor dessa edição do Óscar foi “Bohemia Rhapsody” (2018). A cinebiografia de Freddie Mercury levou para casa quatro estatuetas (além da de melhor ator, ganhou nas categorias melhor mixagem de som, melhor edição de som e melhor edição). “Roma” conquistou três prêmios (além de ser escolhido o melhor filme estrangeiro, Alfonso Cuarón foi consagrado o melhor diretor e o melhor diretor de fotografia).
Segue a baixo a lista dos premiados nas principais categorias, assim como alguns momentos relevantes da cerimônia:
Abertura – Queen (Brian May e Roger Taylor) e o vocalista Adam Lambert na interpretação de "We Will Rock You" e "We Are the Champions", dois clássicos da banda inglesa.
Melhor Filme – “Green Book: o Guia” (Green Book: 2018).
Melhor Diretor – Alfonso Cuarón de "Roma" (2018).
Melhor Ator - Rami Malek de "Bohemian Rhapsody" (2018).
Melhor Atriz - Olivia Colman de "A Favorita" (The Favourite: 2018).
Melhor Ator Coadjuvante - Mahershala Ali de "Green Book: O Guia" (Green Book: 2018).
Melhor Atriz Coadjuvante - Regina King de "Se a Rua Beale Falasse" (If Beale Street Could Talk: 2018).
Melhor Roteiro Original - Nick Vallelonga e Peter Farrelly por "Green Book: O Guia" (Green Book: 2018).
Melhor Roteiro Adaptado - Spike Lee por "Infiltrado na Klan" (BlacKkKlansman: 2018).
Melhor Filme Estrangeiro – “Roma” (2018).
Melhor Canção Original – "Shallow" de "Nasce Uma Estrela" (Star Is Born: 2018).
Momento mais Emocionante - Interpretação de "Shallow" por Lady Gaga e Bradley Cooper. A dupla emulou o dueto que haviam feito de improviso em um show em Las Vegas em janeiro.
E há quem diga que o Óscar não é mais tão emocionante como antigamente. Vê se pode!
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