Li, no último domingo à tarde, o livro "Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei" (Rocco) de Paulo Coelho. Esta obra foi lançada em 1994. Entre "O Alquimista" (Planeta) de 1988 e "Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei", Coelho publicou dois romances: "Brida" (Rocco) em 1990 e "As Valkírias" (Rocco) em 1992.
Na história que li neste final de semana, conhecemos Pilar, uma espanhola de 29 anos que leva uma vida normal: estuda, trabalha e mora em Zaragoza. É ela a responsável por conduzir a narrativa em primeira pessoa desta publicação. A vida da moça sofre uma reviravolta quando um amigo de infância a convida para ir até Madrid. Ele ministrará uma palestra na capital espanhola e quer que ela o assista. Os dois amigos estavam sem se ver há onze anos. Depois de passarem a infância e a juventude juntos em uma pequena cidade, eles acabaram seguindo suas trajetórias e nunca mais se viram, apesar de trocarem eventualmente cartas.
Neste encontro, Pilar é surpreendia com a declaração do amigo (que não tem seu nome revelado durante toda a trama): ele está apaixonado por ela. Ou melhor, ele sempre fora apaixonado, desde que se conheceram, mas nunca teve a coragem de dizer isso para ela. Agora ele criou a coragem, desnorteando a amiga. O que Pilar deve fazer?
Pilar é uma mulher forte, decidida e racional. Ela tem uma vida convencional e há muito tempo abandonou a religião. Seu amigo de infância, por outro lado, mostra-se frágil, inseguro, passional e muito religioso. Ele tem uma rotina pouco convencional e carrega um segredo. Os dois decidem passar alguns dias juntos para relembrar o passado e se conhecerem melhor.
"Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei" é um livro apenas razoável. Novamente temos as principais características de Paulo Coelho: religiosidade exacerbada, episódios mediúnicos, narrativa ancorada no diálogo, personagens em constante viagem, o uso de linguagem simples, poucos recursos literários sofisticados, o uso de parábolas para se transmitir a mensagem e o romantismo platônico.
Ou seja, não temos nenhuma grande novidade. Depois de ler "Diário de Um Mago" (Rocco) e "O Alquimista", fiquei com a impressão de ter lido "mais do mesmo" ao terminar esta nova publicação neste domingo. As únicas inovações foram: o uso de uma narradora feminina, o mistério causado por um dos protagonistas não ter seu nome revelado e o romantismo ser elevado a um papel principal na trama.
Como os anteriores, este é um livro muito rápido de ser lido. Comecei "Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei" depois do almoço e o concluí no final da tarde. Não gastei mais do que cinco horas para percorrer suas pouco mais de 230 páginas. Gostei do livro, mas ele é realmente muito inferior aos precedentes. Esta é aquela obra que temos certeza que não iremos nos lembrar de ter lida depois de um ano ou dois. Curiosamente, eu já havia lido este livro há dez ou quinze anos. Contudo, não me lembrava de absolutamente nada.
Se for para ler apenas um ou dois livros de Paulo Coelho para conhecer seu estilo literário, não escolha "Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei. Opte por, em primeiro lugar, "O Alquimista" e, depois, por "Diário de Um Mago".
Na próxima terça-feira, dia 20, volto ao Blog Bonas Histórias para comentar o quarto livro de Paulo Coelho do Desafio Literário de setembro: “O Monte Cinco” (Objetiva). Não perca!
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