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Bonas Histórias

O Bonas Histórias é o blog de literatura, cultura, arte e entretenimento criado por Ricardo Bonacorci em 2014. Com um conteúdo multicultural (literatura, cinema, música, dança, teatro, exposição, pintura e gastronomia), o Blog Bonas Histórias analisa as boas histórias contadas no Brasil e no mundo.

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Ricardo Bonacorci

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Bonacorci tem 43 anos, mora em Buenos Aires e trabalha como publicitário, produtor de conteúdo, crítico literário e cultural, editor, escritor e pesquisador acadêmico. Ricardo é especialista em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão da Inovação, bacharel em Comunicação Social, licenciando em Letras-Português e pós-graduando em Formação de Escritores.  

Foto do escritorRicardo Bonacorci

Livros: Refúgio - A aventura adolescente de Harlan Coben


Refúgio de Harlan Coben

Cheguei ao último livro de Harlan Coben que me propus a ler neste Desafio Literário de setembro. Depois de conhecer, no final de semana passado, o personagem Myron Bolitar, com o livro "Quebra de Confiança" (Arqueiro), desta vez eu "interagi" com seu sobrinho, Mickey Bolitar. O garoto foi apresentado ao público pela primeira vez no suspense "Alta Tensão" (Arqueiro). Interessado em dar mais destaque ao personagem, Coben decidiu escrever algumas histórias tendo como foco Mickey.

Assim, em 2011, foi lançado "Refúgio" (Arqueiro), a primeira obra com Mickey Bolitar como protagonista. Depois vieram mais duas publicações com a sequência da história do adolescente: "Uma Questão de Segundos" (Arqueiro) de 2012 e "A Toda Prova" de 2014. Por uma questão lógica, a minha escolha de leitura foi pelo primeiro livro da nova série. Assim, li neste sábado e domingo "Refúgio".

A história de "Refúgio" é sobre o desaparecimento da namorada de Mickey. O garoto de 14 anos ainda está abalado pela morte recente do pai em um acidente de carro e pela ausência da mãe, internada em uma clínica de reabilitação para drogados (ela não superou a morte do marido e caiu nas drogas). Sozinho em uma nova cidade (na verdade, Mickey passa a morar com o tio Myron, porém a relação dos dois não é nada boa, a ponto de podermos considerar que o rapaz vive sozinho), o adolescente precisa lidar com os mistérios da morte do pai e, ao mesmo tempo, passa a investigar por conta própria o repentino sumiço da nova namorada, Ashley. Junto com os novos amigos da escola (Ema e Colherada), ele irá desafiar pessoas poderosas e perigosas para trazer de volta a amada.

Harlan Coben

"Refúgio" é um livro curto. Com pouco mais de 200 páginas, li em duas noites. Sinceramente, não gostei muito dele. Achei um tanto infantil. Ou melhor, considero que seu público-alvo seja os adolescentes. Provavelmente, o escritor tenha se decidido por escrever uma série para os jovens. E para tal, nada mais natural do que criar uma trama de mistério e suspense com um rapaz de 14 anos. A narrativa gira em torno dos problemas e da realidade dos adolescentes. No meio do livro, me senti lendo John Green e Marcos Rey. "Refúgio" poderia ser incluído na série "Vaga-Lume", se essa coletânea aceitasse outros escritores além de Rey.

Eu não tenho nada contra as histórias de adolescentes e para adolescentes, porém "Refúgio" é inferior em qualidade às outras obras lidas de Harlan Coben. Os motivos são vários. Primeiramente, é um tanto difícil crer que um menino de 14 anos pode sozinho desafiar criminosos de alta periculosidade. Mickey se envolve em brigas e em tiroteios e, na maioria das vezes, se sai muito bem. Além disso, ele dirige carro e passa as noites fora de casa sem precisar dar qualquer justificativa para nenhum adulto. Ou seja, ele se comporta como alguém muito mais velho do que realmente é. Difícil de crer em algo do tipo...

Livro Refúgio

Além disso, novamente a temática do livro é uma repetição das outras obras de Coben. Praticamente podemos considerar "Refúgio" como sendo uma versão juvenil da mistura de "Seis Anos Depois" (ambos possuem uma organização secreta muito parecida) e "Quebra de Confiança" (nos dois livros há um personagem da família Bolitar como protagonista e eles abordam a indústria do sexo e da prostituição). Em "Refúgio", temos novamente uma mulher (garota) desaparecida e um namorado apaixonado em busca do paradeiro dela (já vimos este "filme" antes, não é?). Ou seja, a estrutura da trama se mantém intacta.

O livro possui, é verdade, uma narração superágil, envolvente e eletrizante. Você transcorre rapidamente as páginas da obra, curioso para compreender o que está acontecendo. O clima de suspense e mistério é total. Não estou aqui, portanto, questionando as habilidades de Coben de prender a atenção do leitor. Isso ele consegue fazer com maestria. O problema está mesmo na história juvenil e com pouca credibilidade, que gera uma rejeição de um público mais velho, como eu.

Outro ponto que não gostei é que o livro termina sem explicar tudo. Diria que ele explica 90% da trama. Os demais 10% devem estar descritos na próxima obra, "Uma Questão de Segundos". É pelo menos esta a sensação que tive ao encerrar a última página de "Refúgio". O autor nos força a ler a continuação da saga de Mickey para compreender totalmente o que aconteceu nesta primeira história. Isso não foi feito, por exemplo, com "Quebra de Confiança". A primeira história de Myron Bolitar se encerra explicando totalmente as questões levantadas em seu enredo. Acho essa forma de escrita mais justa e sincera com o leitor.

Harlan Coben

Assim, não fiquei com vontade de continuar lendo a continuação da série de Mickey Bolitar. Sem dúvida nenhuma, este é o livro mais fraco dos cinco lidos de Harlan Coben até aqui.

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