Assisti neste final de semana ao filme "O Garoto da Casa ao Lado" (The Boy Next Door: 2015). Esta é a melhor produção de suspense no momento em cartaz nos cinemas brasileiros. A direção é de Rob Cohen, cineasta responsável por "Velozes e Furiosos" (The Fast and the Furious: 2001), "Triplo X" (xXx: 2002) e "Coração de Dragão" (Dragonheart: 1996). O elenco de "O Garoto da Casa ao Lado" é formado pelos jovens Ryan Guzman e Ian Nelson e pelos experientes John Corbett e Kristin Chenoweth. Porém, quem rouba a cena do começo ao fim é Jennifer Lopez. Além de contracenar, ela é a produtora executiva. Próxima de completar 46 anos, J.Lo está deslumbrante. Ela exala sensualidade neste longa-metragem que foge um pouco do perfil dos seus últimos filmes. Ao invés das comédias românticas que Lopez costumava estrelar, temos aqui um thriller de suspense com cenas de sexo e violência.
"O Garoto da Casa ao Lado" apresenta a professora de Literatura Claire Peterson (Jennifer Lopez). Traída pelo marido (interpretado por John Corbett) e próxima de se divorciar dele, ela cuida sozinha de um filho adolescente (Ian Nelson). Em um momento de fragilidade, Claire acaba seduzida por Noah Sandborn (Ryan Guzman), um garoto solitário e prestativo que mora na casa ao lado. Em uma noite chuvosa, a professora acaba fazendo sexo com o rapaz.
No dia seguinte, Claire já está arrependida. Noah é muito mais jovem do que ela. Além disso, ele é amigo do seu filho e aluno da escola onde ela leciona. Ou seja, não há como aquele relacionamento possa dar certo, pensava ela.
Apesar de a professora fazer de tudo para dar um fim na relação com o vizinho, Noah se mostra ciumento e possessivo. A obsessão do rapaz torna-se doentia e violenta. Ele não aceita a rejeição de Claire, insistindo no caso e constrangendo-a tanto em casa quanto no trabalho. O rapaz deseja que Claire se separe uma vez por todas do marido. Se Noah não tiver seus desejos atendidos, ele ameaça revelar a intimidade de Claire daquela noite chuvosa para todos. Se isso acontecer, Claire terá destruída sua já tênue relação familiar e será demitida da escola onde trabalha.
"O Garoto da Casa ao Lado" é um ótimo filme. A tensão e o suspense são crescentes. O drama vivido por Claire é comovente. Ela precisa salvar suas aparências, suas relações familiares e seu emprego de um psicopata cada vez mais transloucado.
É impossível não ficar maravilhado com a atuação da dupla Jennifer Lopes e Ryan Guzman. Ambos transbordam sensualidade e dramaticidade. Ela está em seu melhor papel no cinema nos últimos anos e ele vive pela primeira vez um grande antagonista. A cena de sexo entre eles também é magnífica.
O suspense é crescente. O filme começa morno e vai tendo sua temperatura pouco a pouco aumentada. Na metade do longa-metragem, é impossível desgrudar os olhos da tela. O quarto final da produção é adrenalina pura. O único aspecto negativo está no desfecho. O final da trama é previsível e muito caricato.
Vendo "O Garoto da Casa ao Lado", recordei de alguns filmes com a mesma temática: "Atração Fatal" (Fatal Attraction: 1987) e "Revelação" (What Lies Beneath: 2000). A diferença está no tipo de traição. Ao invés de ser o marido que trai, temos agora uma traição da esposa. Como este tipo de deslize do ponto de vista da sociedade (machista) é mais delicado, percebe-se o cuidado do roteirista para contextualizar a situação da esposa (ela estava separada do marido há nove meses e ele já havia a traído antes). Assim, "O Garoto da Casa ao Lado" não possui o choque cultural provocado, por exemplo, pelo filme "Infidelidade" (Unfaithful: 2002).
Mesmo sendo um bom filme de suspense (o melhor no momento nos cinemas), é evidente que o novo longa-metragem de Rob Cohen é muito inferior aos seus similares citados aqui. "Atração Fatal", "Revelação" e "Infidelidade" são infinitamente melhores.
Veja o trailer de "O Garoto da Casa ao Lado":
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